A paz é instrumento divino
para unir as criaturas. Foi Deus que quis que nos tornássemos um com Ele, mas
para podermos alcançar este objetivo deveríamos nos amar intensamente, este é o
caminho.
Dentre tantos que aceitaram
o desafio divino de servir sem segundas intenções a não ser o de ver a
felicidade do próximo está Francisco de Assis.
O Santo de Assis se fez
Jesus entre nós. Se impôs seguir à risca o Evangelho de Nosso Senhor e que belo
exemplo deu. Legou-nos, por conta disso, um desafio enorme: segui-lo
igualmente.
Jesus serviu a todos sem
demora, deu o melhor de si, não fazia concessões quando o objetivo era ajudar ao
próximo, Francisco de Assis fez o mesmo. Com isso nos disse, em outras palavras,
que poderíamos cumprir os mandamentos divinos trazidos por
Jesus.
Este desafio consiste em
amar, amar a todos.
Como expressar este amor ao
outro senão por intermédio de obras, do exemplo, da prática
evangélica?
A prática do amor nos impõe
mudar de postura diante da vida porque em vez de privilegiarmos a nós mesmos
devemos olhar a necessidade de nosso irmão de caminho. O que ele quis dizer é
que deveríamos sepultar o egoísmo dando passagem a caridade
irrestrita.
Pensar no outro, agir para
o outro, sofrer a dor do outro exige determinação, pois muitas vezes somos
tentados a fraquejar, mas quando penso o que Jesus fez por todos nós então creio
que nossas forças devem se redobrar.
Francisco de Assis fez-se
exemplo e naturalmente sofreu com isso. No instante que desafiou a Igreja para
ser diferente chocou o que era praticado com a palavra de Deus. Chamou para si a
mudança que a Igreja necessitava implementar. A reconstrução da Igreja de São
Damião foi apenas o início da verdadeira transformação que ele trazia no seu
coração. Primeiro, reconstruiu a parte física para descobrir que ela é
absolutamente secundária se desejamos, de fato, seguir a Jesus. A reconstrução
imaginada e pregada pelo Nosso Senhor é de ordem interior.
Ora, meus amigos, quantos
de nós ajudamos as casas e esquecemos das causas. É uma tendência normal dos
homens ver coisas por fora para poder valorizá-las, mas o que importa, no plano
do Senhor, é a obra que fazemos no espírito.
Francisco de Assis percebeu
esta lógica desde cedo e pode, no curto espaço que teve de seu apostolado,
colocar em prática a regra máxima. Infelizmente, não foi entendido nem pelos
seus. Isto acontece porque os homens ao verem que não podem alcançar de imediato
aos céus passam a se contentar com as migalhas da
evolução.
Ora, não foi o Nosso Senhor
que nos deixou o desafio da construção do reino de Deus entre nós? Não foi Ele
que nos disse que poderíamos ir até mais adiante do que
Ele?
Ao diminuir a proposta que
Jesus foi portador estamos, na realidade, trazendo o desafio da regra máxima
para a nossa zona de conforto e isto não é possível de se
aceitar.
Dizem que somente os santos
é que possuem a capacidade de receber desafios extremos. Pode ser que eles
apenas disseram para si mesmos: vamos ver até onde eu posso
ir.
A regra máxima trazida por
Jesus é perfeitamente passível de realização. Claro que a conquistaremos pouco a
pouco, mas haveremos de chegar lá como chegou o pobre de
Assis.
Sejamos, todos nós,
obedientes da regra máxima e não percamos tempo de colocá-la em prática nas
nossas vidas.
É possível sim apender a
amar, eis o que nos ensinou o Nosso Senhor.
Helder
Camara
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