Onde
estamos errando, afinal?
A
maré dos dias nos mostra que o mundo que criamos até agora é profundamente
desigual, injusto mesmo. O homem não conseguiu distribuir equitativamente as
riquezas que gerou. Mesmo a tecnologia nascente que varreu uma série de
limitações, não atinge a totalidade da população mundial, embora consiga
arrastar um monte de pessoas para a civilização digital.
A
equação que desenvolvemos não fecha. Somos todos reféns do grande capital que
possui regras próprias e, deverasmente, se preocupa apenas na manutenção do que
até então conquistou e a abrir novas frentes de lucro.
Aqui
e acolá, vemos iniciativas de redistribuição de renda, mas são poucos os
efeitos no contingente total.
A
grande verdade é que o desenvolvimento produzido é excludente. Para que alguém
prospere, outro deve permitir a sua ascensão, no mínimo, subsidiá-la. E assim
vive a distribuição da riqueza mundial, no salve-se quem puder.
O
argumento socialista, apesar de clamar pela necessidade de repartição do que
seja comum, também não soube traduzir em eficiência os seus postulados.
De
uma maneira ou de outra, o que percebemos é que os sistemas puros não conseguem
obter os resultados desejados. Uma pitada de socialismo num mundo capitalista
pode ser um caminho alternativo. Ou inversamente, isto é, trazer aos governos
que se autodenominam de esquerda a idéia liberalizante dos proprietários do
capital.
Se
tudo, porém, não for devidamente acordado entre as partes, penderemos
pendularmente, como ocorre hoje, de um lado para outro em alternância de poder.
Um
regime de equilíbrio é o que buscamos, embora formas novas de organização
social, econômica e política já estejam sendo geradas no âmago de muitos
espíritos que se aportam diariamente no planeta.
Estas
mudanças serão inevitáveis e o sucesso decorrente delas imporá a adoção em
cascata noutras localidades. É uma nova maneira de pensar e agir. É um outro modelo
de especulação da realidade. É a renovação tão prometida por Jesus.
Tudo
isso silenciosamente, sem qualquer alarde.
A
verdade se implantará na terra sutilmente, pela força natural das coisas. Não
havendo como se omitir diante dela.
Ao
pequeno empresário cabe estar atento para aproveitar as oportunidades que
surgirem.
Aos
detentores do capital majoritário do planeta é reservado o momento de
produzirem ou financiarem as novas experiências que chegarem.
Tudo
será possível mediante um entendimento geral do que seja o melhor para a
humanidade.
Pode
ser que muita gente não esteja preparada para encarar os novos ventos,
demorarão até imaginarem que eles estejam chegando, mas abreviaremos bastante
este movimento se nos deixarmos levar pelas ondas da inovação e do progresso
constantes.
O
grande erro da humanidade, ao longo dos séculos, foi proporcionar o
desenvolvimento das novas idéias e o domínio dos novos modos de produção a um
número restrito de pessoas. No novo modelo que se propõe implantar tudo deve
ser diferente e naturalmente será assim que daremos a grande virada que o
planeta reclama.
Menos
competição, mais cooperação.
Menos
arrogância, mais entendimento.
Menos
concentração, mais distribuição.
O
que virá, na nova era do homem no planeta, será de pertencimento de todos.
Eis
a grande diferença, eis o novo legado.
Joaquim
Nabuco
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