13.5.14

SEM DÚVIDA
Sem dúvida, o de que o espírito mais necessita para manter a serenidade íntima e, consequentemente, avançar com segurança, nas sendas da Evolução, é de trabalho aliado ao silêncio e de silêncio aliado ao trabalho.
*
Trabalho silencioso, através do cumprimento de seus deveres cotidianos, a começar dentro do lar, na tarefa, muitas vezes, sacrificiosa, de compreender sem esperar compreensão.
*
Quase sempre, o adepto do Espiritismo, fascinado com realizações que considera de maior relevância espiritual, acaba por olvidar as diminutas obrigações junto ao grupo familiar...
Quer se lançar ao desenvolvimento de seus dons mediúnicos, intercambiando com os domiciliados no Mais Além, mas não se preocupa com a vivência do amor no relacionamento amistoso com os que respiram ao seu lado.
Aprofunda conhecimentos teóricos sobre a Reencarnação, contudo não aproveita a oportunidade que, na encarnação atual, lhe está sendo concedida de se aproximar de possíveis desafetos, aos quais se observa ligado pelos laços da consanguinidade.
Reporta-se à vida noutras Dimensões, no entanto, com facilidade se esquece de que se encontra habitando uma delas, e que o esforço de elevação que poderia empreender alhures é o mesmo que é chamado a empreender sobre o orbe em que renasceu.
*
Por si só, o conhecimento da Mensagem Espírita pouco significa para aqueles que não priorizem a sua incorporação à própria personalidade, transfigurando-se, eles mesmos, num dos mais importantes livros de nossa literatura.
*
Os maiores e mais eficazes divulgadores do Espiritismo não são exatamente aqueles que, por vezes, falam eloquentemente para imensas plateias que se maravilham com o seu verbo, mas, sim, aqueles que, através de seu exemplo silencioso, despertam essa ou aquela consciência desde muito adormecida.
*
Busquemos, pois, na condição de espíritas, efetuar indispensável avaliação a respeito de nosso posicionamento diante da Doutrina que abraçamos, procurando saber se não estaremos apenas nos transformando em seus propagandistas profissionais, como quem se dispõe a gritá-la de megafone aos ouvidos alheios, dispensando-nos, no entanto, de repeti-la, exaustivamente, a nós mesmos, até que, por fim, consigamos interiorizá-la o mínimo possível.
*
Infelizes daqueles que se preocupam somente em lançar o bom grão no campo espiritual que não lhes pertence, abandonando a sua gleba íntima à ação da tiririca.
*
Tenhamos, pois, cautela, porque, não raro, a desencarnação costuma surpreender com um mergulho nas trevas aquele que, sobre a Terra, se imagina na condição de missionário da luz.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 12 de Maio de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário