SEM DÚVIDA
Sem dúvida, o de que o espírito mais
necessita para manter a serenidade íntima e, consequentemente, avançar com
segurança, nas sendas da Evolução, é de trabalho aliado ao silêncio e de
silêncio aliado ao trabalho.
*
Trabalho silencioso, através do cumprimento
de seus deveres cotidianos, a começar dentro do lar, na tarefa, muitas vezes,
sacrificiosa, de compreender sem esperar compreensão.
*
Quase sempre, o
adepto do Espiritismo, fascinado com realizações que considera de maior
relevância espiritual, acaba por olvidar as diminutas obrigações junto ao grupo
familiar...
Quer se lançar ao desenvolvimento de seus dons mediúnicos,
intercambiando com os domiciliados no Mais Além, mas não se preocupa com a
vivência do amor no relacionamento amistoso com os que respiram ao seu
lado.
Aprofunda conhecimentos teóricos sobre a Reencarnação, contudo não
aproveita a oportunidade que, na encarnação atual, lhe está sendo concedida de
se aproximar de possíveis desafetos, aos quais se observa ligado pelos laços da
consanguinidade.
Reporta-se à vida noutras Dimensões, no entanto, com
facilidade se esquece de que se encontra habitando uma delas, e que o esforço de
elevação que poderia empreender alhures é o mesmo que é chamado a empreender
sobre o orbe em que renasceu.
*
Por si só, o conhecimento da Mensagem
Espírita pouco significa para aqueles que não priorizem a sua incorporação à
própria personalidade, transfigurando-se, eles mesmos, num dos mais importantes
livros de nossa literatura.
*
Os maiores e mais eficazes divulgadores do
Espiritismo não são exatamente aqueles que, por vezes, falam eloquentemente para
imensas plateias que se maravilham com o seu verbo, mas, sim, aqueles que,
através de seu exemplo silencioso, despertam essa ou aquela consciência desde
muito adormecida.
*
Busquemos, pois, na condição de espíritas, efetuar
indispensável avaliação a respeito de nosso posicionamento diante da Doutrina
que abraçamos, procurando saber se não estaremos apenas nos transformando em
seus propagandistas profissionais, como quem se dispõe a gritá-la de megafone
aos ouvidos alheios, dispensando-nos, no entanto, de repeti-la, exaustivamente,
a nós mesmos, até que, por fim, consigamos interiorizá-la o mínimo
possível.
*
Infelizes daqueles que se preocupam somente em lançar o bom
grão no campo espiritual que não lhes pertence, abandonando a sua gleba íntima à
ação da tiririca.
*
Tenhamos, pois, cautela, porque, não raro, a
desencarnação costuma surpreender com um mergulho nas trevas aquele que, sobre a
Terra, se imagina na condição de missionário da luz.
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 12 de Maio de 2014.
13.5.14
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