Questão 302 do Livro dos Espíritos
CONCORDÂNCIAS
A concordância perfeita entre duas almas se mede pela
uniformidade de seus graus de elevação. A superioridade espiritual é, pois, a
soma de tudo o que se desperta nos sentimentos. Já falamos alhures, e muitas
vezes, que o espírito é perfeito desde a sua origem, por ter saído de mãos
perfeitas e a razão nos diz que de Deus nada pode sair com imperfeição.
No entanto, ao dizermos que o espírito é criado simples e ignorante, não
queremos dizer que ele é imperfeito. Existe tudo dentro de todos para ser
despertado pelas mãos do tempo, no espaço que Deus nos deu.
Há muita
discussão entre os espiritualistas quanto ao ato de uma alma passar à frente da
outra em grau de elevação, sendo as duas da mesma idade sideral. Os
questionadores ignoram certas leis espirituais: é nesse avanço, de uma passar à
frente da outra, que a simpatia diminui, por lhes faltar analogia, por
diferenciação vibratória, por não se acasalarem os graus de elevação
espiritual.
Com o passar do tempo, pode acontecer o contrário: a que
ficou para trás tomar a dianteira. Não que seja uma disputa, nem aí entra
vaidade ou orgulho; cada uma sente as suas necessidades, e aciona sua boa
vontade de acordo com as suas forças. Mas o amor é sempre crescente,
impulsionando a todos em direção ao amor maior, que é Deus.
Pode
acontecer que um espírito tenha tomado para sua satisfação ou escolhido, para
seu maior esforço, um modelo moral e, como queiramos entender, o seu
companheiro, ou sua metade temporal, tenha tomado como rumo a ciência. É claro
que a simpatia por ideal esfriou entre os dois em serviço, que têm o mesmo
objetivo de crescer e prosperar.
São nuances da própria vida, ambiente
onde a liberdade deve e pode agir, como sendo a felicidade das criaturas de
Deus. Jesus deixa que aconteça essas coisas para que os espíritos não fiquem
dependentes uns dos outros, mas, que tenham vivência com todos, para que o amor
universal possa alimentar a todos na visão cósmica do Cristo. Nós só somos
dependentes de Deus.
Nós, que temos a oportunidade de escrever alguma
coisa para os homens, lhes pedimos que sejam diligentes no serviço que a
caridade orienta, para que o amor possa se estender em todos os rumos. Se
falamos para os espíritas, que nos ouçam também pelo coração. Entretanto, em
vibração de simpatia, usando a argamassa do bem comum. Procuremos entrelaçar
nossas mãos, para que a fraternidade avance e nos transforme todos em um punhado
de estrelas inteligentes, que nunca se esquecem de Jesus em todos os trabalhos,
pensamentos e idéias, ideais e vivências.
Quem não tiver receio de
convidar Jesus para ser testemunha de todos os fatos da sua vida, já causa
pontos de luz na consciência, e chamas de claridade no coração, de modo a
mostrar para todos que é uma criatura renovada no Senhor.
Livro:
Filosofia Espírita VI - João Nunes Maia - Miramez
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