Aparências
As aparências enganam e como
enganam. Dizem até de que quem vê cara não vê coração e é a pura
verdade...
Há muitos, porém, que dão valor extraordinário às aparências,
julgam logo pelo que veem, não importa de checar se o que vê corresponde à
realidade e põe-se a julgar pelo que ver sem saber se o que vê de fato é.
No
mundo das aparências se erra muito porque o que está por fora, na maioria das
vezes, não corresponde àquilo que está por dentro. Pura ilusão.
Eu mesmo,
muitas vezes, na primeira impressão, já “julguei” mal muita gente. Imediatamente
tirava aquilo da minha cabeça para conhecer melhor a pessoa e tomar
posteriormente meu juízo dela. Fiz mal, é verdade, mas o nosso impulso natural é
julgar, o que não é de bom alvitre.
Muitas pessoas mostram-se de um jeito que
não é. Querem impressionar, fazer figura, destacar-se na multidão, quando se
conhece por dentro...que decepção. Este é o preço que se paga pela precipitação.
Elas mesmas, no fundo, gostariam de ser o que transparecem, mas falta-lhe ainda
autenticidade e coragem para ser quem gostaria de ser.
A pergunta que não
quer se calar é: o que pareço ser é, efetivamente, o que eu gostaria de
ser?
Digo isto porque muita gente vive para o julgamento do mundo e não para
a sua própria satisfação, seu deleite interior. Quando nos comportamos como os
outros gostariam que fôssemos, vivemos um mundo que não é o nosso, portanto,
irreal.
Quero ser o que sou e isto já me basta, deveríamos assim pensar.
Lógico que ninguém deve estar satisfeito eternamente como se é, precisamos
melhorar em qualidade, mas nunca inventar um personagem e interpretá-lo 24 horas
por dia, isso não. Uma hora cansa e a máscara se torna pesada demais para
carregar...
Eu faço estas ponderações para você, meu irmão e minha irmã,
deixar de lado as aparências e buscar o seu eu verdadeiro, do jeito que ele
é.
E os outros, Dom Helder?
Os outros que se lixem, a vida não é deles, é
sua, portanto, você só deve satisfações a você e a ninguém mais.
No momento
da grande partida, de reencontro na eternidade, os outros não irão com você no
caixão, você vai só, então... o que fazer?
Seja você, autenticamente
você.
Coragem para ser o que você é. A vida, assim vivendo, se tornará mais
tranquila e leve, muito mais agradável de ser vivida.
Um abraço,
Helder
Camara
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