16.5.14


Aparências

As aparências enganam e como enganam. Dizem até de que quem vê cara não vê coração e é a pura verdade...
Há muitos, porém, que dão valor extraordinário às aparências, julgam logo pelo que veem, não importa de checar se o que vê corresponde à realidade e põe-se a julgar pelo que ver sem saber se o que vê de fato é.
No mundo das aparências se erra muito porque o que está por fora, na maioria das vezes, não corresponde àquilo que está por dentro. Pura ilusão.
Eu mesmo, muitas vezes, na primeira impressão, já “julguei” mal muita gente. Imediatamente tirava aquilo da minha cabeça para conhecer melhor a pessoa e tomar posteriormente meu juízo dela. Fiz mal, é verdade, mas o nosso impulso natural é julgar, o que não é de bom alvitre.
Muitas pessoas mostram-se de um jeito que não é. Querem impressionar, fazer figura, destacar-se na multidão, quando se conhece por dentro...que decepção. Este é o preço que se paga pela precipitação. Elas mesmas, no fundo, gostariam de ser o que transparecem, mas falta-lhe ainda autenticidade e coragem para ser quem gostaria de ser.
A pergunta que não quer se calar é: o que pareço ser é, efetivamente, o que eu gostaria de ser?
Digo isto porque muita gente vive para o julgamento do mundo e não para a sua própria satisfação, seu deleite interior. Quando nos comportamos como os outros gostariam que fôssemos, vivemos um mundo que não é o nosso, portanto, irreal.
Quero ser o que sou e isto já me basta, deveríamos assim pensar. Lógico que ninguém deve estar satisfeito eternamente como se é, precisamos melhorar em qualidade, mas nunca inventar um personagem e interpretá-lo 24 horas por dia, isso não. Uma hora cansa e a máscara se torna pesada demais para carregar...
Eu faço estas ponderações para você, meu irmão e minha irmã, deixar de lado as aparências e buscar o seu eu verdadeiro, do jeito que ele é.
E os outros, Dom Helder?
Os outros que se lixem, a vida não é deles, é sua, portanto, você só deve satisfações a você e a ninguém mais.
No momento da grande partida, de reencontro na eternidade, os outros não irão com você no caixão, você vai só, então... o que fazer?
Seja você, autenticamente você.
Coragem para ser o que você é. A vida, assim vivendo, se tornará mais tranquila e leve, muito mais agradável de ser vivida.
Um abraço,
Helder Camara

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