7.5.14

Questão 301 do Livro dos Espíritos
     SIMPATIA - Duas almas simpatizam uma com a outra devido os pendores, suas afinidades de sentimentos, seus ideais idênticos.
    Nunca dois espíritos simpáticos o são por um completar o outro. Se assim fosse, desapareceria a individualidade dos seres e a liberdade que tanto almejamos deixaria de existir.
    O dever do cristão é, principalmente, alongar seus entendimentos para conhecer mais um pouco da verdade, porque somente ela nos libertará da ignorância que ainda existe dentro de nós.
    Toda afeição vem de condicionamentos iguais, de vibrações idênticas, de comportamentos análogos, que com o tempo podem deixar de existir entre dois espíritos, devido às mudanças que se processam no íntimo de cada um. Isso é comum, tanto entre encarnados, como no mundo dos espíritos; no entanto, quando acontece com duas almas elevadas, somente se modificam os ideais na sua execução, ou por tarefas diferentes serem escolhidas, mas, o amor, força divina na divina esfera que habitamos, sempre se amplia para alcançar a universalidade maior.
    Podemos observar uma simpatia mais profunda nos namorados, noivos e no casal; nesses momentos, um se identifica tanto com o outro que passa a haver uma dependência na sutileza que nos cabe analisar. Se eles fossem conscientes desse fato, não deixariam a simpatia se aprofundar tanto, porque quase sempre vêm certos distúrbios com o passar do tempo. Em raros os casos, e quando a simpatia é espiritual, ela permanece, com fortes pendores ao amor verdadeiro, que deve agregar para sempre. Mas, na maioria dos casos, a concordância de idéias e sentimentos vibrando somente no físico vai se esfriando, e nota-se os desastres morais que se vêem todos os dias nos casais. Vêm as separações e se acumulam os infortúnios. Todo extremo no mundo é perigoso; ele cega os extremistas, levando-os a situações indesejáveis.
    No alcance cristão que a Doutrina dos Espíritos se empenha a nos levar, conduzindo-nos com a segurança a tudo sentir e irradiar sem exagero dos sentimentos, há grande necessidade de duas almas se unirem na Terra para continuação da espécie, e dar oportunidades aos espíritos voltarem à carne, grande escola de aprendizado. Mas tudo isso deve transcorrer com determinado equilíbrio nas linhas da ponderação, porque quase todos se encontram nos lares, para corrigir distúrbios do passado, e dilatar conhecimentos na garantia do futuro. O lar é uma célula de vida que sustenta a sociedade.
    Devemos criar amizades duradouras e afeição espiritual, de modo que o amor e a fraternidade encontrem ambiente para crescer e prosperar com o Cristo de Deus no coração. A finalidade da vida é a harmonia em tudo, para que tudo nos ajude na paz de consciência.
    Estendamos a nossa compreensão, sem escolha de lugares e pessoas; estendamos o nosso amor, onde quer que estejamos, e deixemos a caridade do exemplo no bem atingir todas as criaturas, sem exigências.
     Eis aí nossa parte na vida, porque, se fizermos a nossa parte com Deus e Cristo, a deles já foi feita.     Obedeçamos às leis, que elas nos protegerão para sempre. Aumentemos a simpatia pela criação divina, a fim de nos sentirmos e nos alimentarmos na harmonia universal.

Livro: Filosofia Espírita VI - João Nunes Maia - Miramez

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