Questão 301 do Livro dos Espíritos
SIMPATIA - Duas almas simpatizam uma com a outra devido os pendores, suas
afinidades de sentimentos, seus ideais idênticos.
Nunca dois espíritos
simpáticos o são por um completar o outro. Se assim fosse, desapareceria a
individualidade dos seres e a liberdade que tanto almejamos deixaria de
existir.
O dever do cristão é, principalmente, alongar seus entendimentos
para conhecer mais um pouco da verdade, porque somente ela nos libertará da
ignorância que ainda existe dentro de nós.
Toda afeição vem de
condicionamentos iguais, de vibrações idênticas, de comportamentos análogos, que
com o tempo podem deixar de existir entre dois espíritos, devido às mudanças que
se processam no íntimo de cada um. Isso é comum, tanto entre encarnados, como no
mundo dos espíritos; no entanto, quando acontece com duas almas elevadas,
somente se modificam os ideais na sua execução, ou por tarefas diferentes serem
escolhidas, mas, o amor, força divina na divina esfera que habitamos, sempre se
amplia para alcançar a universalidade maior.
Podemos observar uma
simpatia mais profunda nos namorados, noivos e no casal; nesses momentos, um se
identifica tanto com o outro que passa a haver uma dependência na sutileza que
nos cabe analisar. Se eles fossem conscientes desse fato, não deixariam a
simpatia se aprofundar tanto, porque quase sempre vêm certos distúrbios com o
passar do tempo. Em raros os casos, e quando a simpatia é espiritual, ela
permanece, com fortes pendores ao amor verdadeiro, que deve agregar para sempre.
Mas, na maioria dos casos, a concordância de idéias e sentimentos vibrando
somente no físico vai se esfriando, e nota-se os desastres morais que se vêem
todos os dias nos casais. Vêm as separações e se acumulam os infortúnios. Todo
extremo no mundo é perigoso; ele cega os extremistas, levando-os a situações
indesejáveis.
No alcance cristão que a Doutrina dos Espíritos se empenha
a nos levar, conduzindo-nos com a segurança a tudo sentir e irradiar sem exagero
dos sentimentos, há grande necessidade de duas almas se unirem na Terra para
continuação da espécie, e dar oportunidades aos espíritos voltarem à carne,
grande escola de aprendizado. Mas tudo isso deve transcorrer com determinado
equilíbrio nas linhas da ponderação, porque quase todos se encontram nos lares,
para corrigir distúrbios do passado, e dilatar conhecimentos na garantia do
futuro. O lar é uma célula de vida que sustenta a sociedade.
Devemos
criar amizades duradouras e afeição espiritual, de modo que o amor e a
fraternidade encontrem ambiente para crescer e prosperar com o Cristo de Deus no
coração. A finalidade da vida é a harmonia em tudo, para que tudo nos ajude na
paz de consciência.
Estendamos a nossa compreensão, sem escolha de
lugares e pessoas; estendamos o nosso amor, onde quer que estejamos, e deixemos
a caridade do exemplo no bem atingir todas as criaturas, sem
exigências.
Eis aí nossa parte na vida, porque, se
fizermos a nossa parte com Deus e Cristo, a deles já foi feita. Obedeçamos
às leis, que elas nos protegerão para sempre. Aumentemos a simpatia pela criação
divina, a fim de nos sentirmos e nos alimentarmos na harmonia
universal.
Livro: Filosofia Espírita VI - João Nunes Maia -
Miramez
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