21.5.14

Questão 303 do Livro dos Espíritos
    MUDANÇAS - As mudanças nas condições de simpatia nas esferas espirituais são sem limites. Os espíritos simpáticos, como já afirmamos em mensagem anterior, podem deixar de sê-lo, com limites ou sem limites, dependendo da esfera íntima de cada ser.
    A liberdade da alma se encontra, em grande parte, depois de Deus, em suas mãos. Aquele que parte para o despertamento e prossegue sem destemor, lutando e servindo corajosamente, tem no seu esforço as sementes que ele mesmo deve colher nos seus próprios caminhos.
    A simpatia é fusão de ideais, harmonia que vibra entre duas almas, criando, de certa maneira, um clima onde as duas respiram com alegria.
    Quando ocorre a mudança de destinos, os laços de simpatia vão quebrando, passando a desinteressar aos dois amantes ideológicos. Conservando o fundamento pelo qual foram criados, o amor que sempre constrói, a verdade não se perde, somente esfria em alguns aspectos, sem prejuízo para a harmonia verdadeira e santa que é a vida.
    O estacionar, de que fala "O Livro dos Espíritos", não é parar de crescer, é subir vagarosamente, porque a vida não pára de aperfeiçoar, nem os espíritos, nem as coisas criadas por Deus, e a aceleração depende de cada um.
    Se o mundo exterior sofre periódicas mudanças em toda a sua estrutura de forma e mesmo na sua intimidade, quanto mais o espírito; ele se encontra em variações permanentes. As mudanças são apanágios de quem vive e pensa, de quem sente e trabalha na co-criação diante do Criador. O homem consciente de seus deveres está sempre com as suas mãos no amanho. O seu preparo lhe inspira na semeadura, pela certeza que tem de que somente colhe se semear.
    Podemos observar, se ainda não o fizemos, o próprio corpo humano, com as suas mudanças permanentes, quando criança, moço e velho. A energia flutua, agregando e desintegrando moléculas e células, renovando e mostrando que o desgaste é uma verdade. O corpo é, pois, uma veste, que de vez em quando pede mudanças.
    Certamente que espíritos que não foram simpáticos no passado podem sê-lo no futuro, dependendo da analogia de sentimentos no complexo da vida, bem como pode acontecer que espíritos que são simpáticos deixem de sentir essa simpatia pelas mudanças de idéias, posições sociais e mesmo mudanças em todas as suas estruturas mentais. Entretanto, nunca deixam de cumprir seus deveres ante a sua consciência e seus compromissos assumidos.
    A teoria das metades eternas é realmente uma figura passageira, que perde sua razão de ser com o passar do tempo e as mudanças de caráter diante dos circunstantes que estão ligados pelos laços da simpatia.
    É bom que se observe uma família unida por certos laços de amizade: quando ela se divide para formar outras famílias, os laços se enfraquecem, em se comparando com o que eram, porque a formação de novos lares traz compromissos novos e redobradas atenções.
    A verdade é que nós já tivemos laços simpáticos quebrados por circunstâncias tais em que não havia outro modo de proceder, e todos fizemos outros novos, por sintonia de sentimentos.
    Que Deus nos abençoe em todas as direções que tomarmos para o bem da humanidade e que Jesus nos inspire nos fundamentos do amor verdadeiro e universal, para que possamos ser simpáticos com todos os companheiros que decidirem fazer e viver o bem comum.

Livro: Filosofia Espírita VI - João Nunes Maia -Miramez

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