Questão 303 do Livro dos
Espíritos
MUDANÇAS - As mudanças nas condições de
simpatia nas esferas espirituais são sem limites. Os espíritos simpáticos, como
já afirmamos em mensagem anterior, podem deixar de sê-lo, com limites ou sem
limites, dependendo da esfera íntima de cada ser.
A liberdade da alma se
encontra, em grande parte, depois de Deus, em suas mãos. Aquele que parte para o
despertamento e prossegue sem destemor, lutando e servindo corajosamente, tem no
seu esforço as sementes que ele mesmo deve colher nos seus próprios
caminhos.
A simpatia é fusão de ideais, harmonia que vibra entre duas
almas, criando, de certa maneira, um clima onde as duas respiram com
alegria.
Quando ocorre a mudança de destinos, os laços de simpatia vão
quebrando, passando a desinteressar aos dois amantes ideológicos. Conservando o
fundamento pelo qual foram criados, o amor que sempre constrói, a verdade não se
perde, somente esfria em alguns aspectos, sem prejuízo para a harmonia
verdadeira e santa que é a vida.
O estacionar, de que fala "O Livro dos
Espíritos", não é parar de crescer, é subir vagarosamente, porque a vida não
pára de aperfeiçoar, nem os espíritos, nem as coisas criadas por Deus, e a
aceleração depende de cada um.
Se o mundo exterior sofre periódicas
mudanças em toda a sua estrutura de forma e mesmo na sua intimidade, quanto mais
o espírito; ele se encontra em variações permanentes. As mudanças são apanágios
de quem vive e pensa, de quem sente e trabalha na co-criação diante do Criador.
O homem consciente de seus deveres está sempre com as suas mãos no amanho. O seu
preparo lhe inspira na semeadura, pela certeza que tem de que somente colhe se
semear.
Podemos observar, se ainda não o fizemos, o próprio corpo humano,
com as suas mudanças permanentes, quando criança, moço e velho. A energia
flutua, agregando e desintegrando moléculas e células, renovando e mostrando que
o desgaste é uma verdade. O corpo é, pois, uma veste, que de vez em quando pede
mudanças.
Certamente que espíritos que não foram simpáticos no passado
podem sê-lo no futuro, dependendo da analogia de sentimentos no complexo da
vida, bem como pode acontecer que espíritos que são simpáticos deixem de sentir
essa simpatia pelas mudanças de idéias, posições sociais e mesmo mudanças em
todas as suas estruturas mentais. Entretanto, nunca deixam de cumprir seus
deveres ante a sua consciência e seus compromissos assumidos.
A teoria
das metades eternas é realmente uma figura passageira, que perde sua razão de
ser com o passar do tempo e as mudanças de caráter diante dos circunstantes que
estão ligados pelos laços da simpatia.
É bom que se observe uma família
unida por certos laços de amizade: quando ela se divide para formar outras
famílias, os laços se enfraquecem, em se comparando com o que eram, porque a
formação de novos lares traz compromissos novos e redobradas atenções.
A
verdade é que nós já tivemos laços simpáticos quebrados por circunstâncias tais
em que não havia outro modo de proceder, e todos fizemos outros novos, por
sintonia de sentimentos.
Que Deus nos abençoe em todas as direções que
tomarmos para o bem da humanidade e que Jesus nos inspire nos fundamentos do
amor verdadeiro e universal, para que possamos ser simpáticos com todos os
companheiros que decidirem fazer e viver o bem comum.
Livro: Filosofia
Espírita VI - João Nunes Maia -Miramez
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