PARASITAS OVÓIDES
Inúmeros infelizes, obstinados na idéia de
fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, quando
desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhe fazem
objeto de calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou
desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável
fixação monoideísta, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo,
enormes transformações na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos
psicossomáticos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovóides,
vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente,
a influenciação, à face dos pensamentos de remorso ou arrependimento tardio,
ódio voraz ou egoísmo exigente que alimentam no próprio cérebro, através de
ondas mentais incessantes.
Nessas condições, o obsessor ou parasita
espiritual pode ser comparado, de certo modo, à Sacculina carcini, que, provida
de órgãos perfeitamente diferenciados na fase de vida livre, enraíza-se, depois,
nos tecidos do crustáceo hospedador, perdendo as características morfológicas
primitivas, para converter-se em massa celular parasitária.
No tocante à
criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em
perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa
que, em muitos casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro,
conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e
devedor.
Livro “Evolução em Dois mundos” - Francisco C.
Xavier e Waldo Vieira - André Luiz
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