18.11.13

Corrupção e Justiça

Vejo pela televisão a prisão dos chamados mensaleiros. Sem querer entrar no mérito da questão, quero expressar a beleza da justiça e mais ainda a necessidade do combate à corrupção.
No nosso País, como no resto do mundo, a praga da corrupção é terrível. O uso inadequado do dinheiro do povo é um crime de grandes proporções. Quando se subtrai o dinheiro do povo para usá-lo em gastança particular se diminui a oportunidade de alguém ser mais bem atendido num hospital público; se deixa de ter mais recursos para um menino aprender na escola; não se permite que mais creches sejam erguidas e assim por diante.
O dinheiro é do povo e não de alguns.
A corrupção tem muitas origens, mas destaco aqui a falta de caráter. Caráter de ser humano. Sim, porque quando se tira o dinheiro de alguém se tira o próprio direito a humanidade do outro.
Esta prática se enraizou no Brasil desde os seus primeiros dias. Os comerciantes portugueses viam inicialmente a nossa bela terra como possibilidade de lucro. O Brasil se tornou um grande balcão de negócios até hoje. Tudo é permitido com o dinheiro público conquanto que não seja descoberto. Que grande hipocrisia esta, não?
Há quem diga, como no meu tempo: “é, rouba, mas faz”. Que despautério! É o mesmo que dizer: “pode tirar o meu dinheiro do bolso, mas vê se faz algo de proveitoso com ele”. Permite-se ser roubado, conquanto que lhe traga algum benefício. A estes faltam a noção de cidadania do que seja república.
Aliás, foi emblematicamente no dia programado para comemorar o dia da proclamação da República que se achou de se prender os tais mensaleiros.
Que mensagem enigmática e mais acertada esta, não?
Há os que defendam estes tais mensaleiros, que o façam e estão no seu direito constitucional, mas o importante é sempre se fazer justiça para que não grasse a impunidade e incentive a outros mais praticarem atos de corrupção, neste verdadeiro vale tudo que se transformou a administração pública brasileira.
Quero, porém, neste meu comentário semanal, destacar o outro lado do ato de corrupção, o lado espiritual que aprendi a ver do lado de cá da vida.
A corrupção pode até passar despercebida por aí, mas por aqui a justiça é mais imediata e incondicional, até por que não há apelos “infringentes”.
O corrupto aqui quando não é imediatamente preso pela teia do mal é julgado sumariamente pelos seus crimes. Não há como esconder o que se fez no lado espiritual da vida. Quem visse o que eu já vi com uma penca de políticos corruptos do Brasil correria para devolver todo o dinheiro que subtraiu do povo com juros e correção monetária, além de se colocar de serviço gratuito em qualquer instituição pública.
O ato de corromper e ser corrompido demonstra a ainda fraqueza humana pelas coisas materiais e o descaso com as coisas espirituais.
Pensa-se que a vida é somente por aqui e seja o que Deus quiser, se é que se pensa em Deus quando se tira o “seu” nas falcatruas governamentais.
Político aqui tem uma lupa maior de avaliação de sua existência. O poder que se é dado a alguém é cobrado em termos de responsabilidade com o que se fez com este poder. Não é fácil se livrar das cobranças conscienciais quando se descobre que a justiça divina é implacável.
Os tribunais de julgamento do bem ainda são misericordiosos, mas os tribunais da maldade, estes são ainda mais cruéis. Os chamados “justiceiros do além” não têm clemência. O que vi de figurões da política por aqui sendo humilhados por estes “guardiões da maldade” não queiram nem pensar.
Fique com a sua consciência tranquila que foi honesto em qualquer situação. Que tratou do que era dos outros como do outro e nada irão lhe imputar neste lado da vida.
Pense bem no que faz para sua consciência não lhe cobre por fora...
Muita paz!
Helder Camara

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