Atenção Total
(Dom da Paz)
Um aceno. Um aperto de mão.
Um abraço caloroso. Uma tapinha nas costas. Um sorriso aberto. Um “olá” sincero.
Tudo isso representa um gesto de atenção e carinho. Uma atenção diferenciada.
Uma lembrança do outro. Apesar de tudo isso parecer simples para quem dá pode
ser importantíssimo para quem recebe. Atenção, esta é a chave para salvar muitas
vidas.
No dia a dia, às vezes, esquecemos-nos de dar a devida atenção àqueles
que nos rodeiam. Não falamos com alguém que nos é caro da família. Não acenamos
para o vizinho. Não dizemos sequer um “bom dia” quando chegamos ao ambiente de
trabalho. Não fazemos uma ligação para o cônjuge para saber como está o seu dia.
Não nos lembramos de parabenizar um amigo pelo seu aniversário. São desleixos e
reflexos também do nosso egoísmo. Pensamos demasiadamente em nós, esquecemos o
nosso irmão de caminho.
Como sair deste círculo vicioso?
Creio que há
coisas em que devemos criar hábitos. Se prestarmos atenção vamos ver que a
maioria das pessoas que nos lembramos dela nos responde satisfatoriamente. Mais
do que isso. Vai nos cobrar quando aquele hábito deixou de ser expresso uma vez
sequer. Faremos, então, automaticamente gestos de atenção e carinho, mas isso
não quer dizer que seremos frios e calculistas. Apenas criaremos o hábito de
sermos gentis e atenciosos.
Toda criatura gosta de ser bem tratada e não
esquece jamais o gesto mais delicado. Às vezes, fazemos uma só vez um benefício
para alguém e ela não se esquecerá jamais. Vai nos associar sempre àquele ato de
gentileza.
O mais importante também é a reciprocidade, mesmo quando não
pedimos. O mundo inteiro precisa aprender a ser gentil a atencioso. Uma coisa
gera a outra. Todo mundo deve exercitar o sair de si para ir à busca do
outro.
Percebo que o corre-corre dos dias atuais faz as pessoas olharem mais
para seu próprio umbigo e esquecerem-se do outro. É tanto problema, é tanta
coisa para fazer premida pelo tempo que não há condições de ver o outro a sua
frente que te pede, silenciosamente, um pouco de atenção.
O mundo moderno
inventou os incrementos eletrônicos. Vejo aqui que os jovens, toda a gente, usam
os telefones cada vez mais intensamente. Os contatos sociais aumentaram
sensivelmente com esta ferramenta de comunicação, o que é muito bom por um lado,
mas quero lembrar que não inventaram nada até agora mais eficiente do que o
contato físico e os olhos nos olhos. Somos seres humanos e necessitamos, o tempo
todo, do reforço das nossas percepções e sensibilidades para darmos respostas
consistentes às nossas necessidades íntimas e sociais.
Busque o outro. Toque
o outro. Beije o outro. Sinta o outro em seus braços. Tudo com respeito, é
claro, mas com determinação de encontrar um outro ser humano. Os seres humanos
são assim, espontaneamente carentes da presença de outro ser humano. Solidão,
jamais. Contato e atenção, sempre e cada vez mais.
Seja o mundo um local de
encontro e de afeto contínuo, de troca de amabilidades, de gestos de carinho e
ternura, de exercício permanente da humanidade. É isto que sempre precisaremos,
mesmo com o avançar de toda a tecnologia e suprimento das nossas necessidades
materiais. Seja qual for a evolução, um ser humano precisará sempre de outro ser
humano.
É isso aí!
Helder Camara
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