28.11.13

Atenção Total
(Dom da Paz)

Um aceno. Um aperto de mão. Um abraço caloroso. Uma tapinha nas costas. Um sorriso aberto. Um “olá” sincero. Tudo isso representa um gesto de atenção e carinho. Uma atenção diferenciada. Uma lembrança do outro. Apesar de tudo isso parecer simples para quem dá pode ser importantíssimo para quem recebe. Atenção, esta é a chave para salvar muitas vidas.
No dia a dia, às vezes, esquecemos-nos de dar a devida atenção àqueles que nos rodeiam. Não falamos com alguém que nos é caro da família. Não acenamos para o vizinho. Não dizemos sequer um “bom dia” quando chegamos ao ambiente de trabalho. Não fazemos uma ligação para o cônjuge para saber como está o seu dia. Não nos lembramos de parabenizar um amigo pelo seu aniversário. São desleixos e reflexos também do nosso egoísmo. Pensamos demasiadamente em nós, esquecemos o nosso irmão de caminho.
Como sair deste círculo vicioso?
Creio que há coisas em que devemos criar hábitos. Se prestarmos atenção vamos ver que a maioria das pessoas que nos lembramos dela nos responde satisfatoriamente. Mais do que isso. Vai nos cobrar quando aquele hábito deixou de ser expresso uma vez sequer. Faremos, então, automaticamente gestos de atenção e carinho, mas isso não quer dizer que seremos frios e calculistas. Apenas criaremos o hábito de sermos gentis e atenciosos.
Toda criatura gosta de ser bem tratada e não esquece jamais o gesto mais delicado. Às vezes, fazemos uma só vez um benefício para alguém e ela não se esquecerá jamais. Vai nos associar sempre àquele ato de gentileza.
O mais importante também é a reciprocidade, mesmo quando não pedimos. O mundo inteiro precisa aprender a ser gentil a atencioso. Uma coisa gera a outra. Todo mundo deve exercitar o sair de si para ir à busca do outro.
Percebo que o corre-corre dos dias atuais faz as pessoas olharem mais para seu próprio umbigo e esquecerem-se do outro. É tanto problema, é tanta coisa para fazer premida pelo tempo que não há condições de ver o outro a sua frente que te pede, silenciosamente, um pouco de atenção.
O mundo moderno inventou os incrementos eletrônicos. Vejo aqui que os jovens, toda a gente, usam os telefones cada vez mais intensamente. Os contatos sociais aumentaram sensivelmente com esta ferramenta de comunicação, o que é muito bom por um lado, mas quero lembrar que não inventaram nada até agora mais eficiente do que o contato físico e os olhos nos olhos. Somos seres humanos e necessitamos, o tempo todo, do reforço das nossas percepções e sensibilidades para darmos respostas consistentes às nossas necessidades íntimas e sociais.
Busque o outro. Toque o outro. Beije o outro. Sinta o outro em seus braços. Tudo com respeito, é claro, mas com determinação de encontrar um outro ser humano. Os seres humanos são assim, espontaneamente carentes da presença de outro ser humano. Solidão, jamais. Contato e atenção, sempre e cada vez mais.
Seja o mundo um local de encontro e de afeto contínuo, de troca de amabilidades, de gestos de carinho e ternura, de exercício permanente da humanidade. É isto que sempre precisaremos, mesmo com o avançar de toda a tecnologia e suprimento das nossas necessidades materiais. Seja qual for a evolução, um ser humano precisará sempre de outro ser humano.
É isso aí!
Helder Camara

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