“EM VERDADE, VOS DIGO...”
“Eu desceria à crosta da Terra para amar uma
serpente”. – Chico Xavier
De fato, na atualidade, o mundo está repleto de
convites ao desânimo, à descrença, ao desespero...
Quase em toda parte,
corrupção e injustiça, violência e degradação.
A própria religião não vem
escapando à triste contaminação...
Falsos Cristos e falsos profetas
enxameiam...
As chagas humanas nunca estiveram assim tão à mostra!
Ambição
e egoísmo...
Indiferença e descaso...
Nas ruas das grandes cidades, qual,
igualmente, das pequenas, as pessoas parecem estranhas umas às outras!
Duelam
no trânsito, nas casas bancárias, nos supermercados...
Têm-se a impressão de
que o mundo espera por uma catástrofe – e, inconscientemente, clama por ela,
como única medida saneadora possível no intuito de salvar a Humanidade de sua
total perdição.
Não obstante, forçoso reconhecer que não há meio mais
propício ao florescer da virtude do que este...
Não é sob o monturo que
germinam as sementes?!...
E entre pedras pontiagudas que jorra a linfa
cristalina, do interior da terra lamacenta?!...
Qual o homem que teria se
santificado longe da tentação?!...
Não há local que mais necessite de água
que o deserto, nem há lugar mais carente de paz que o campo de
batalha...
Como se falar de Cristo a quem já tem verdadeira fé?!
Portanto,
o mundo de hoje é o campo ideal de luta do cristão que, exemplificando, busca
pregar o Evangelho!
Contraditoriamente, gleba arrasada e fértil, na
expectativa da boa semente...
Há tanto a ser feito!
A fim de
espiritualmente ascender, ninguém pode alegar falta de trabalho e
oportunidade...
Crianças que estão a se drogar...
Jovens mergulhados no
alcoolismo e no prazer...
Homens e mulheres transfigurados em feras...
Ah,
quanto espaço para uma palavra de esperança, para um sorriso amigo, para um
abraço de solidariedade!
Para quem almeja a própria redenção, não há mundo
melhor que a Terra de agora!
A tristeza de ver tanta gente enveredando pela
porta larga, mas, por outro lado, a alegria de perseverar no caminho que conduz
à estreita passagem...
No mundo de hoje, dá para o cristão se sentir da
idêntica maneira com que, há dois mil anos, o Cristo se sentiu – cruz aos
ombros, descrença ao derredor, subindo o Calvário em solitário
testemunho!...
Não nos esqueçamos de que cresceram no inferno, as asas com
que, um dia, os anjos puderam volitar ao Céu!...
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de novembro de 2013.
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