A QUE SITUAÇÃO CHEGAMOS... NO ESPIRITISMO!
Meus amigos, ficamos felizes,
quando algum internauta nos escreve, a mim ou a outro companheiro nosso, como
agora é o caso de Paulino Garcia, autor de “Meu Filho Nasceu no Além”,
cumprimentando-o pela coragem de escrever o que escreveu...
A que ponto nós
chegamos, não é verdade?!
Paulino sendo cumprimentado pela coragem de ter
escrito um livro que, por exemplo, em nenhuma de suas linhas, nos incita à
violência, à descrença em Deus, à prática do mal aos semelhantes...
Claro
que, tanto ele quanto eu, entendemos e agradecemos as palavras de incentivo dos
irmãos e das irmãs que nos exortam a prosseguir lutando em prol da Verdade que
liberta.
Creiam que, nós, os considerados mortos, embora a consciência de que
apenas estamos no cumprimento do dever, ainda somos muito sensíveis ao carinho
que os nossos irmãos encarnados nos devotam.
Quando é que eu, que tantas
vezes lutei contra o preconceito religioso no mundo – preconceito contra a nossa
Doutrina! –, imaginei que, um dia, precisaria lutar contra o preconceito que, na
atualidade, vige em nossos arraiais doutrinários?!
Quando é que eu poderia
supor que um espírito desencarnado necessitaria ser incentivado pelos
encarnados, e não o contrário, como, aliás, sempre aconteceu?!
Recordo-me
que, em décadas passadas, sempre recebíamos, através de Modesta, a palavra
confortadora de Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Bittencourt Sampaio,
Irmão José, e tantos outros, para que o nosso ânimo não arrefecesse na luta
cotidiana, que sempre nos esperava em várias frentes de batalha...
Muitas
vezes, assim que púnhamos o pé para fora do Sanatório, percebíamos as
insinuações maledicentes dos adversários da Causa, os sorrisos de ironia que nos
eram dirigidos pelos ferrenhos opositores de nossa Fé, as críticas, veladas ou
não, que caiam sobre nós como vergastas da intolerância humana, que não hesitava
em nos humilhar e escarnecer...
Como as coisas hoje se inverteram!
Quase
tudo o que os desafetos de nossa Crença representavam para nós, passou, em
relativo curto espaço de tempo, a ser incorporado por aqueles que consideramos
por irmãos de Ideal, mas que, não obstante, se revelam muito mais implacáveis do
que aqueles que nos costumavam perseguir com o seu fanatismo.
Imaginem, meus
caros, o que haveria de ser se, deste Outro Lado da Vida, nós estivéssemos
fazendo literatura espírita conspirando contra o Evangelho do Cristo, ou nos
opondo aos propósitos de fraternidade pregados por Allan Kardec, ou ainda
desqualificando a extraordinária Obra Mediúnica de Chico Xavier?!
Repito: a
que ponto chegamos no Espiritismo, mesmo nós, os considerados mortos, que
carecemos de ouvir a palavra de encorajamento de meia dúzia de Benfeitores
encarnados, para que não recuemos no testemunho em que, junto a alguns
medianeiros de boa vontade, jazemos crucificados pelos caridosos confrades, que,
até o presente momento, via Internet ou a boca pequena, apenas ainda não nos
rotularam de prostitutas!...
Todavia, esperando a qualquer hora pelo rótulo
que mencionei acima, conforta-me saber que, assim, quando ele vier, estarei
perfilando ao lado daqueles e daquelas a respeito dos quais disse Jesus aos
sacerdotes: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no
reino de Deus”!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 25 de novembro de
2013.
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