26.11.13


A QUE SITUAÇÃO CHEGAMOS... NO ESPIRITISMO!

Meus amigos, ficamos felizes, quando algum internauta nos escreve, a mim ou a outro companheiro nosso, como agora é o caso de Paulino Garcia, autor de “Meu Filho Nasceu no Além”, cumprimentando-o pela coragem de escrever o que escreveu...
A que ponto nós chegamos, não é verdade?!
Paulino sendo cumprimentado pela coragem de ter escrito um livro que, por exemplo, em nenhuma de suas linhas, nos incita à violência, à descrença em Deus, à prática do mal aos semelhantes...
Claro que, tanto ele quanto eu, entendemos e agradecemos as palavras de incentivo dos irmãos e das irmãs que nos exortam a prosseguir lutando em prol da Verdade que liberta.
Creiam que, nós, os considerados mortos, embora a consciência de que apenas estamos no cumprimento do dever, ainda somos muito sensíveis ao carinho que os nossos irmãos encarnados nos devotam.
Quando é que eu, que tantas vezes lutei contra o preconceito religioso no mundo – preconceito contra a nossa Doutrina! –, imaginei que, um dia, precisaria lutar contra o preconceito que, na atualidade, vige em nossos arraiais doutrinários?!
Quando é que eu poderia supor que um espírito desencarnado necessitaria ser incentivado pelos encarnados, e não o contrário, como, aliás, sempre aconteceu?!
Recordo-me que, em décadas passadas, sempre recebíamos, através de Modesta, a palavra confortadora de Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Bittencourt Sampaio, Irmão José, e tantos outros, para que o nosso ânimo não arrefecesse na luta cotidiana, que sempre nos esperava em várias frentes de batalha...
Muitas vezes, assim que púnhamos o pé para fora do Sanatório, percebíamos as insinuações maledicentes dos adversários da Causa, os sorrisos de ironia que nos eram dirigidos pelos ferrenhos opositores de nossa Fé, as críticas, veladas ou não, que caiam sobre nós como vergastas da intolerância humana, que não hesitava em nos humilhar e escarnecer...
Como as coisas hoje se inverteram!
Quase tudo o que os desafetos de nossa Crença representavam para nós, passou, em relativo curto espaço de tempo, a ser incorporado por aqueles que consideramos por irmãos de Ideal, mas que, não obstante, se revelam muito mais implacáveis do que aqueles que nos costumavam perseguir com o seu fanatismo.
Imaginem, meus caros, o que haveria de ser se, deste Outro Lado da Vida, nós estivéssemos fazendo literatura espírita conspirando contra o Evangelho do Cristo, ou nos opondo aos propósitos de fraternidade pregados por Allan Kardec, ou ainda desqualificando a extraordinária Obra Mediúnica de Chico Xavier?!
Repito: a que ponto chegamos no Espiritismo, mesmo nós, os considerados mortos, que carecemos de ouvir a palavra de encorajamento de meia dúzia de Benfeitores encarnados, para que não recuemos no testemunho em que, junto a alguns medianeiros de boa vontade, jazemos crucificados pelos caridosos confrades, que, até o presente momento, via Internet ou a boca pequena, apenas ainda não nos rotularam de prostitutas!...
Todavia, esperando a qualquer hora pelo rótulo que mencionei acima, conforta-me saber que, assim, quando ele vier, estarei perfilando ao lado daqueles e daquelas a respeito dos quais disse Jesus aos sacerdotes: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 25 de novembro de 2013.

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