Questão 186 do Livro dos Espíritos
MUNDOS
VENTUROSOS
Quem se encontra envolvido na carne dificilmente pode ter uma
idéia do que pode ser um mundo venturoso, onde somente aportam espíritos puros,
aquelas almas que já se encontram em condições de falar como disse Jesus: Eu e
meu Pai somos um.
Esses mundos já passaram por todos os métodos de
crescimento, por todas as provas que a humanidade precisava e se purificaram na
forja da dor, dos infortúnios, dos problemas. Mas, somente o tempo pode nos
conferir o diploma da libertação. Não há outro meio, a não ser o tempo, para o
espírito acordar na lucidez divina e conhecer a verdade.
Há mundos
elevados em que os espíritos ali estagiados se encontram com corpos fluídicos,
pelo aperfeiçoamento da matéria. Tudo neles acompanhou o progresso do espírito,
e a beleza é o penhor da natureza, oferecendo um visual encantador aos
moradores; todavia, é bom que se compreenda que o espírito ignorante não se
sentiria bem nessa estância de luz, devido ao seu modo de vida ser outro, sem
condições de mudanças apressadas. Todos têm seu habitat: o animal, o homem, e
qualquer troca sem preparo provocará desastres de difícil reparo. Sabemos que o
progresso não dá saltos, entretanto, ele não pára; a sua marcha é permanente em
todos os sentidos, porque é vontade do Soberano Arquiteto do Universo.
Os
mundos são incontáveis na imensidão do cosmo, e incontáveis são as humanidades,
bem como suas diferentes posições. Cada qual tem sua posição na escala
espiritual, e os Cristos são inúmeros em toda a criação, responsáveis pela
direção dessas humanidades e desses mundos. O movimento é deslumbrante em toda a
casa de Deus, onde o amor sustenta os Seus filhos e a harmonia garante a
ordem.
Se há mundos inferiores, como no caso da Terra, não fiquemos
tristes. Quem conosco trabalha nela se encontra em caminho dos mundos
venturosos. Esperemos e trabalhemos, compreendendo que Jesus é o nosso Caminho,
a nossa Verdade e a nossa Vida. Ele, por Sua bondade, nos legou os preceitos
pelos quais entendemos melhor e com mais acerto o que devemos fazer em nosso
próprio benefício: conhecermos a nós mesmos e nos tornarmos livres.
A
pureza da alma surge na amplitude da nossa vida, no silêncio que o nosso
conhecimento nos ensinou a respeitar. Com o passar das eras no bem, no amor e na
caridade, o espírito vai se iluminando, como a noite sucede ao dia, e a idéia da
imortalidade assegura a vida na fé que estabelece a felicidade.
Estamos
distantes dos mundos venturosos, mas não impossibilitados de alcançá-los.
Abençoemos o tempo, que ele nos indicará, sob as bênçãos de Deus, sob o olhar do
Mestre, quais os caminhos que deveremos trilhar
capacitando-nos a habitar
essas casas que já conquistaram seus lugares na culminâncias dos céus. Para
tanto, devemos trabalhar e lutar, mas, lutar com nós mesmos, vencendo as nossas
deficiências, para encontrarmos o Cristo em nós, servindo-nos de motivo de
glória, dentro da glória de Deus.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia -
Miramez
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