30.11.12


A PATERNIDADE E A MISSÃO

 LEOPOLDO  MACHADO
      “ Inútil  improvisar  escoras  regenerativas  para  obrigar  o endireitamento  de  árvores  que  envelheceram  tortas.
     As  escoras  só  asseguram  o  crescimento  correto  de  plantas novas,  evitando  que  seus  caules  se  desviem  do  rumo  certo.
     Assim  ocorre  também  com  os  seres  humanos.  Depois  que  as pessoas  consolidam  tendências  e  as  transformam  em  viciações,  (....) tudo  fica  muito  difícil  de  ser  corrigido.”
     É  preciso  que  cuidemos  da  criança  e  do  jovem,  plantas  em processo  de  crescimento,  ainda  amoldáveis  e  direcionáveis  para  o bem  maior.
      No  jovem,  ainda  é  possível  corrigir  e  compensar  falhas  e deficiências  da  infância,  mas  no  adulto  a  tarefa  de  remodelação  é normalmente  muito  difícil.”
     Os  homens  esquecidos  de  ontem vestidos  nas  crianças  de  hoje esperam  dos  pais  de  agora o  Amor  negado  outrora.
   A  PATERNIDADE  E  A  MISSÃO
    Na  pergunta  582  do  Livro  dos  Espíritos  Allan  Kardec  faz  o seguinte  questionamento:  “Pode-se  considerar  a  paternidade  como  uma missão?  E  a  resposta  foi  decisiva:  “Sem  dúvida,  é  uma  missão.  É um  dever  que  implica  sua  responsabilidade.”
     Em  Êxodo  cap.  XX,  versículos  5  e  6   encontramos  o  seguinte texto,  com  mais  de  5000  anos  chamado-nos  a  atenção  para  a responsabilidade  da  paternidade  e  sua  importância  perante  Deus.
 (....)  Sou  Deus  zeloso,  que  puno  a  iniqüidade  (erro,  desobediência) dos  pais  nos  filhos,  na  terceira  e  quarta  gerações  (....).  Ora,  a primeira  geração  é  a  nossa,  a  segunda  dos  nossos  filhos,  a terceira  dos  nossos  netos  e a  quarta  dos  nossos  bisnetos.   À  luz da  lei  da  reencarnação  nós  poderemos  estar  respondendo  pelos  nossos erros  e  omissões  na  condição  de  neto  ou  bisneto,  quando receberemos  de nós  mesmos  a  educação  que  passamos  para  os  nossos filhos  que  deveriam  ter  repassado  para  seus  filhos...  quando colhemos  exatamente  aquilo  que  semeamos.
     Deus  põe  a  criança  sob  a  tutela  (cuidados,  proteção)  dos  pais para  que  estes  a  dirijam-na  no  caminho  do  bem,  e  lhes  facilitou a  tarefa,  dando  à  criança  uma  organização  moldável  e  delicada,  que a  torna  acessível  a  todas  as  impressões.
     Mas  há  os  pais  que  mais  se  ocupam  de  endireitar  as  árvores do  pomar  e  faze-las  carregar  de  bons  frutos,  do  que  de  endireitar o  caráter  (as  más  tendências)  do  filho.
     Se   este  sucumbir  por  sua  culpa,  terão  de  sofrer  a  pena,  e os  sofrimentos  da  criança  na  vida  futura  recairão  sobre  eles, porque  não  fizeram  o  que  lhes  competia  fazer  para  o  seu adiantamento  no  caminho  do  bem.
     Na  pergunta  379  do  Livro  dos Espíritos  temos  que  o  Espírito que  habita  um  corpo  infantil  é  um  espírito  milenar.  Muita  vez mais  evoluído  que  nós.
     Já  na  questão  380  do  Livro  dos  Espíritos  dizem  os  Espíritos Superiores  que  no  período  infantil  os  órgãos  da  inteligência  não estão  desenvolvidos,  isso  causa  na  criança  grande  perturbação  que acaba  na  fase  adulta.  Que  a  fase  infantil  é  uma  necessidade imposta  pela  Lei  Natural  quando  o  Espírito  milenar  tem  ainda  um período  de  repouso.
     Na  pergunta  383  do  Livro  dos  Espírito  eles  falam  da  utilidade e  necessidade  do  Espírito  passar  pela  infância.  Nessa  fase,  os espíritos  são  mais  dóceis  e  aceitam  com  facilidade  a  educação  dos pais  ou  responsáveis.
     Contudo,  na  indagação  385  do  Livro  dos  Espíritos  advertem  que na  adolescência,  o  espírito  assume  seu  caráter  e  sua  natureza real,  mostrando-se  tal  qual  era.  Dizem  os  Espíritos:  Não  conheceis o  mistério  que  as  crianças  ocultam  em  sua  inocência;  não  sabeis  o que  elas  são,  nem  o  que  foram,  nem  o  que  serão;
     Diante  de  tanta  complexidade,  os  pais  e  a  Escola  de Evangelização  infanto-juvenil  resolveram  enfrentar  estes  desafios, dando-se  às  mãos,  para  juntos  e  entrelaçados  buscarem  as  melhores soluções  no  campo  da  educação  integral  dos  nossos  sentimentos.

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