8.11.12


OBSESSÃO FÁCIL

A influencia espiritual perniciosa, quase sempre, alcança o homem na Terra quando ele menos espera por ela. De repente, através de uma simples contrariedade, de uma irritação momentânea, pode se instalar o estado de espírito patológico que não se consegue prever por quanto tempo há de perdurar.
Dentro daquele circuito de ideias negativas em que, então, passa a viver, a criatura, assim ensimesmada, se torna amarga e irascível, como alguém que, de arma em punho, começa a disparar para todos os lados...
Acreditando-se justificada na súbita indignação de que se vê possuída, investe contra tudo e contra todos, distribuindo ofensas e acusações das quais, mais tarde, haverá de se arrepender...
Sem o menor bom senso, julga atitudes alheias e lavra sentenças condenatórias, sem oferecer a outrem a menor oportunidade de se explicar no que interpreta por equívoco cometido de maneira deliberada com o intuito de prejudicá-la...
Coloca-se no papel de vítima, como se, na imaginária trama urdida contra si, ninguém se importasse com as suas lutas e dificuldades, antes concorrendo para agravá-las que para atenuá-las...
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Previna-se contra este estado obsessivo que, periodicamente, pode elegê-lo por alvo, fazendo com que as pessoas em torno modifiquem o conceito positivo que tenham a seu respeito, porque, então, nestas ocasiões, você revelará desconhecida faceta da própria personalidade nas fragilidades que ainda o caracterizam.
Não se deixe tomar pela cólera, ainda que passageira.
Silencia em seus lábios o verbo contundente, antes que a insensatez de sua palavra promova estragos de difícil reparação.
Não se exponha desnecessariamente com a finalidade de tentar explicar o seu estranhável comportamento.
De um instante para outro, você pode fazer cair por terra o que demorou muito tempo para construir.
Quando você perceber, em você mesmo, súbita alteração em seu estado de humor, no relacionamento com as pessoas mais próximas, considere a possibilidade de estar sendo vítima de processo obsessivo que esteja se lhe insinuando pela retaguarda da própria vigilância.
Recorra aos préstimos da oração e redobre os seus exercícios de humildade, esforçando-se para perseverar na gentileza e na simpatia de sempre no trato com todos aqueles que o rodeiam.
Se necessário, isole-se em local onde, a sós com suas ideias e emoções em conflito, você consiga lutar contra o assédio espiritual que, de inesperado, encontrou ressonância em seu espírito.
Pela justa indignação do Cristo, ao expulsar os vendilhões do templo, não cometa a ingenuidade de querer aceitar o que, em você, certamente não passa apenas de mais um surto de orgulho e vaidade, do qual os espíritos infelizes sabem se prevalecer com o propósito de lhe criar embaraçosa situação.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 05 de novembro de 2012.

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