Questão 181do Livro dos Espíritos
SEMELHANÇA DE CORPOS
Sabemos que existem muitas moradas na casa do Pai.
São inúmeros os mundos que servem de moradia para humanidades sem conta. Outros,
no entanto, não são habitados, porém, cada um tem sua função específica. Como na
Terra, nem todas as casas são residências de criaturas humanas, mas, são úteis à
mesma sociedade.
Deus, sendo toda a inteligência, não iria fazer mundos
somente por querer fazer, sem utilidade na função divina. Aqueles mundos
habitados por espíritos que usam corpos físicos, se encontram em várias escalas
evolutivas, e os corpos nos mundos nem sempre são iguais na estrutura material.
As diferenciações são inúmeras, contudo, carregam alguma semelhança uns com os
outros. A cada mundo, a sua própria necessidade. E o espírito é o mesmo que atua
em todos eles: as diferenças das almas são no aspecto evolutivo.
Em cada
mundo por que passa, o espírito recolhe dele experiências necessárias para a sua
jornada infinita no paraíso universal de Deus. Quando chegamos em uma nova
morada, temos de nos adaptar a ela e, por vezes, gastamos tempo nessa afinidade
de ambiente e de corpos que devemos alcançar; da mesma forma, isso faz parte do
aprendizado da alma em todos os rumos da criação de Deus.
O Senhor nos
criou simples e ignorantes, como nos diz "O Livro dos Espíritos"; não
imperfeitos, mas, com todas as qualidades a serem despertadas. Carregamos em
germe todos os dons inerentes à vida da alma. Com o passar dos tempos, com o
passar nos mundos, que podemos dizer sem conta, gradativamente vamos despertando
essas qualidades de luz e vivendo nelas a nossa glória. Eis porque Deus, que é
nosso Pai de bondade e de amor, não esqueceu de nos dotar das qualidades que
dispôs como nosso atributo na eternidade do tempo.
Os espíritos vão
ascendendo na escala do progresso, de maneira que podem reencarnar em mundos
quase fluídicos, compatíveis com os seus adiantamentos. São mundos onde reina a
felicidade, onde o paraíso é uma realidade. São os espíritos bem-aventurados, os
puros espíritos cujas vidas, nesse ambiente de luz, escapam até à intuição
humana. Somente o tempo nos dará a perceber o que pode ser a vida de espíritos
angélicos. O que deve interessar, em todos os trabalhos entregues aos homens,
por enquanto, é o aprimoramento espiritual que se manifesta em muitos sentidos,
sendo que são demorados nesses empenhos, por ser a alma um mundo cujos poderes
ela mesma ignora, desconhecendo como pode viver feliz.
Apelemos para o
tempo, poderosa força de Deus que não podemos esquecer de aproveitar. Ele nos
amolda na seqüência da vida; ele nos espera do modo a compreendermos os
objetivos da nossa existência; ele é a mão de Deus nos guiando e devemos
compreender o seu chamado. Esse mesmo tempo trouxe, por misericórdia Divina,
Jesus Cristo à Terra, como sendo a grande esperança para toda a humanidade,
dizendo aos cansados e oprimidos: Na casa de meu Pai há muitas
moradas.
Livro: Filosofia Espírita III - João Nunes Maia -
Miramez
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