5.11.12


Perdoar sempre
Quem conjuga o verbo amar sabe muito bem o que significa perdoar.
Perdoar significa renunciar as faltas do passado em busca de um relacionamento melhor de irmãos.
Perdoar significa esquecer, mas esquecer de coração o mal que nos foi feito. É claro que vamos lembrar, vez em quando, do mal feito, mas ele não vai criar raízes dentro de nós.
Perdoar significa seguir em frente e não olhar para trás, para nada, nem para lamentar.
Perdoar significa dar outra chance ao nosso ofensor e enxergar nele a figura de um irmão, um irmão que momentaneamente adoeceu e, por isso, errou.
Perdoar significa estar mais próximo de Deus Pai porque nosso Criador não liga para as deficiências de seus filhos, porque sabe das imensas qualidades que ele possui e ainda não descobriu esta maravilha do que é amar.
Perdoar, meus irmãos, é exercício diário. Não se pode perdoar hoje e amanhã não, se se quer perdoar deve se fazer disto um compromisso permanente.
Há gente que diz: “perdoar uma coisinha de nada é fácil, difícil é quando nos ofende a alma”. Sinto que alguém assim ainda não sabe perdoar por completo.
É preciso desprendimento para perdoar, não se apegar a nada e a coisa alguma que o outro fez. Fez está feito, não se volta atrás, mas pode-se remendar, diminuir a intensidade do outro, isto pode. Ora, se o outro se arrepende do que fez, é possível que ele evite fazer de novo e aí há um grande ganho para você e para os outros.
Perdoar exige desprendimento de verdade e não da boca para fora. Não adianta dizer aos outros que perdoou e depois, pelas costas, tramar contra seu ofensor. Isto não. Deste jeito está sendo o mesmo, ou até pior, do que o seu ofensor.
Nesta história de vingar-se, lavar a honra e coisas tais, o homem perde-se para o atraso. Sim, porque ficará remoendo uma história que não acaba mais, acaba não. Tenho visto gente aqui ranzinza, gente que se tornou cruel, simplesmente porque não aprendeu a perdoar. Já morreu faz anos e anos e ainda está preso a um pensamento do passado como se ele tivesse ocorrido no dia de ontem. Que prisão maléfica, meu Pai, preso de si mesmo, é terrível.
Aprendam a perdoar. Aprendam a deixar para lá e até pedir pelo seu ofensor, imaginando ali um filho de Deus que está doente. Doente de ódio ou de egoísmo, doente de covardia ou de orgulho, mas um doente, doente da alma.
Perdoar é libertar-se, é sair de si mesmo ao encontro do Pai, vendo no irmão alguém que te ajuda a enxergar melhor a vida.
Perdoe, perdoe sempre, como ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo. Perdoe, porque somente quem perdoa é que aprende verdadeiramente a amar.
Fique em Paz!
Dom (Helder Camara por Carlos Pereira)

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