Perdoar sempre
Quem conjuga o verbo amar sabe muito
bem o que significa perdoar.
Perdoar significa renunciar as faltas do passado
em busca de um relacionamento melhor de irmãos.
Perdoar significa esquecer,
mas esquecer de coração o mal que nos foi feito. É claro que vamos lembrar, vez
em quando, do mal feito, mas ele não vai criar raízes dentro de nós.
Perdoar
significa seguir em frente e não olhar para trás, para nada, nem para
lamentar.
Perdoar significa dar outra chance ao nosso ofensor e enxergar nele
a figura de um irmão, um irmão que momentaneamente adoeceu e, por isso,
errou.
Perdoar significa estar mais próximo de Deus Pai porque nosso Criador
não liga para as deficiências de seus filhos, porque sabe das imensas qualidades
que ele possui e ainda não descobriu esta maravilha do que é amar.
Perdoar,
meus irmãos, é exercício diário. Não se pode perdoar hoje e amanhã não, se se
quer perdoar deve se fazer disto um compromisso permanente.
Há gente que diz:
“perdoar uma coisinha de nada é fácil, difícil é quando nos ofende a alma”.
Sinto que alguém assim ainda não sabe perdoar por completo.
É preciso
desprendimento para perdoar, não se apegar a nada e a coisa alguma que o outro
fez. Fez está feito, não se volta atrás, mas pode-se remendar, diminuir a
intensidade do outro, isto pode. Ora, se o outro se arrepende do que fez, é
possível que ele evite fazer de novo e aí há um grande ganho para você e para os
outros.
Perdoar exige desprendimento de verdade e não da boca para fora. Não
adianta dizer aos outros que perdoou e depois, pelas costas, tramar contra seu
ofensor. Isto não. Deste jeito está sendo o mesmo, ou até pior, do que o seu
ofensor.
Nesta história de vingar-se, lavar a honra e coisas tais, o homem
perde-se para o atraso. Sim, porque ficará remoendo uma história que não acaba
mais, acaba não. Tenho visto gente aqui ranzinza, gente que se tornou cruel,
simplesmente porque não aprendeu a perdoar. Já morreu faz anos e anos e ainda
está preso a um pensamento do passado como se ele tivesse ocorrido no dia de
ontem. Que prisão maléfica, meu Pai, preso de si mesmo, é terrível.
Aprendam
a perdoar. Aprendam a deixar para lá e até pedir pelo seu ofensor, imaginando
ali um filho de Deus que está doente. Doente de ódio ou de egoísmo, doente de
covardia ou de orgulho, mas um doente, doente da alma.
Perdoar é libertar-se,
é sair de si mesmo ao encontro do Pai, vendo no irmão alguém que te ajuda a
enxergar melhor a vida.
Perdoe, perdoe sempre, como ensinou o Nosso Senhor
Jesus Cristo. Perdoe, porque somente quem perdoa é que aprende verdadeiramente a
amar.
Fique em Paz!
Dom (Helder Camara
por Carlos Pereira)
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