– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
As preciosas elucidações de
Gúbio a André Luiz e Elói prosseguiam sem interrupção.
André, surpreso, com a
decadência da forma naqueles seres (espíritos), que se lhes expressava no corpo
espiritual, indaga sobre a causa de tais aberrações.
“Milhões de pessoas –
informou, calmo –, depois da morte, encontram perigosos inimigos no medo e na
vergonha de si mesmas. (...) O espírito, em qualquer parte, move-se no centro
das criações que desenvolveu.”
Afinal, aquele era o mundo
dos “draconianos” – daqueles espíritos de consciência culpada, ainda não
beneficiada pelo arrependimento! Aquela “cidade estranha” era a exteriorização
da condição mental dos espíritos que a haviam edificado, com o intuito de
“pararem” no tempo, para que a Lei de Causa e Efeito não funcionasse para
eles...
Prestemos atenção: “para que
a Lei de Causa e Efeito não funcionasse para eles”! É como se tais entidades
vivessem em constante fuga de si mesmos, a fim de que a consciência não os
constrangesse à introspecção – organizavam-se em defensiva para se eternizarem
naquela situação, mantendo-se consciencialmente impenetráveis...
*
André, na sequência, indaga:
“... não há recursos de soerguer semelhantes comunidades?”
Gúbio responde: “A mesma lei
de esforço próprio funciona igualmente aqui. Não faltam apelos santificantes de
Cima; contudo, com a ausência da íntima adesão dos interessados ao ideal da
melhoria própria, é impraticável qualquer iniciativa legítima, em matéria de
reajustamento geral.”
Interessante que os nossos
irmãos e irmãs internautas façam a leitura do capítulo X – “Fogo Purificador”
–, de “Obreiros da Vida Eterna”, também da lavra de André Luiz, na psicografia
de Chico Xavier.
Espíritos existem tão ociosos
que, a fim de que consigam sair de seu secular comodismo, necessitam ser
instigados pela Lei Divina, que, então, ao seu redor, promove, inclusive,
fenômenos naturais que os constrangem à indispensável mudança.
A Lei não os força a mudar
por dentro, mas faz com que se “desalojem” por fora, para que novas
circunstâncias possam beneficiá-los no campo da redenção de si mesmos.
*
Interessantíssima observação
do Instrutor: “E até que resolva atirar-se ao empreendimento da própria
ascensão, vai sendo aproveitando pelas leis universais no que possa ser útil à
Obra Divina. A minhoca, enquanto é minhoca, é compelida a trabalhar o solo; o
peixe, enquanto é peixe, não viverá fora d’água...”
Tudo serve aos Propósitos do
Criador! Quem se julga o espírito mais independente, de maneira inconsciente, é
o que mais se submete aos Desígnios Divinos.
Conforme tantos já
escreveram, o mal está a serviço do bem – é necessário o escândalo, mas ai
daquele por quem o escândalo venha – ensinou-nos Jesus.
*
De repente, André Luiz começa
a se perguntar se aqueles seres não eram sub-humanos...
“... vestiam-se de roupagem
francamente imunda...”
“Lombroso e Freud
encontrariam aí extenso material de observação. Incontáveis tipos que
interessariam, de perto, à criminologia e à psicanálise vagueavam absortos, sem
rumo.”
André, sem dúvida, descreve
um imenso hospício, ou uma enorme penitenciária a céu aberto!
Na imperfeição da forma,
começou ele a observar a existência de muitos pigmeus (anões), que, certamente,
contrastavam com outras figuras quase humanas, de “animais em cópia abundante,
embora monstruosos” que se movimentassem “a esmo, dando-me a ideia de seres
acabrunhados que pesada mão transformara em duendes.”
Quando André diz “dando-me a
ideia”, pode-se, sem receio, crer que essa era a realidade – o Autor espiritual
apenas pretendeu amenizar o impacto de suas descrições.
INÁCIO FERREIRA – Blog
Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 5 de novembro
de 2018.
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