5.11.18

XXIV – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

As preciosas elucidações de Gúbio a André Luiz e Elói prosseguiam sem interrupção.
André, surpreso, com a decadência da forma naqueles seres (espíritos), que se lhes expressava no corpo espiritual, indaga sobre a causa de tais aberrações.
“Milhões de pessoas – informou, calmo –, depois da morte, encontram perigosos inimigos no medo e na vergonha de si mesmas. (...) O espírito, em qualquer parte, move-se no centro das criações que desenvolveu.”
Afinal, aquele era o mundo dos “draconianos” – daqueles espíritos de consciência culpada, ainda não beneficiada pelo arrependimento! Aquela “cidade estranha” era a exteriorização da condição mental dos espíritos que a haviam edificado, com o intuito de “pararem” no tempo, para que a Lei de Causa e Efeito não funcionasse para eles...
Prestemos atenção: “para que a Lei de Causa e Efeito não funcionasse para eles”! É como se tais entidades vivessem em constante fuga de si mesmos, a fim de que a consciência não os constrangesse à introspecção – organizavam-se em defensiva para se eternizarem naquela situação, mantendo-se consciencialmente impenetráveis...
*
André, na sequência, indaga: “... não há recursos de soerguer semelhantes comunidades?”
Gúbio responde: “A mesma lei de esforço próprio funciona igualmente aqui. Não faltam apelos santificantes de Cima; contudo, com a ausência da íntima adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria, é impraticável qualquer iniciativa legítima, em matéria de reajustamento geral.”
Interessante que os nossos irmãos e irmãs internautas façam a leitura do capítulo X – “Fogo Purificador” –, de “Obreiros da Vida Eterna”, também da lavra de André Luiz, na psicografia de Chico Xavier.
Espíritos existem tão ociosos que, a fim de que consigam sair de seu secular comodismo, necessitam ser instigados pela Lei Divina, que, então, ao seu redor, promove, inclusive, fenômenos naturais que os constrangem à indispensável mudança.
A Lei não os força a mudar por dentro, mas faz com que se “desalojem” por fora, para que novas circunstâncias possam beneficiá-los no campo da redenção de si mesmos.
*
Interessantíssima observação do Instrutor: “E até que resolva atirar-se ao empreendimento da própria ascensão, vai sendo aproveitando pelas leis universais no que possa ser útil à Obra Divina. A minhoca, enquanto é minhoca, é compelida a trabalhar o solo; o peixe, enquanto é peixe, não viverá fora d’água...”
Tudo serve aos Propósitos do Criador! Quem se julga o espírito mais independente, de maneira inconsciente, é o que mais se submete aos Desígnios Divinos.
Conforme tantos já escreveram, o mal está a serviço do bem – é necessário o escândalo, mas ai daquele por quem o escândalo venha – ensinou-nos Jesus.
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De repente, André Luiz começa a se perguntar se aqueles seres não eram sub-humanos...
“... vestiam-se de roupagem francamente imunda...”
“Lombroso e Freud encontrariam aí extenso material de observação. Incontáveis tipos que interessariam, de perto, à criminologia e à psicanálise vagueavam absortos, sem rumo.”
André, sem dúvida, descreve um imenso hospício, ou uma enorme penitenciária a céu aberto!
Na imperfeição da forma, começou ele a observar a existência de muitos pigmeus (anões), que, certamente, contrastavam com outras figuras quase humanas, de “animais em cópia abundante, embora monstruosos” que se movimentassem “a esmo, dando-me a ideia de seres acabrunhados que pesada mão transformara em duendes.”
Quando André diz “dando-me a ideia”, pode-se, sem receio, crer que essa era a realidade – o Autor espiritual apenas pretendeu amenizar o impacto de suas descrições.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 5 de novembro de 2018.

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