9.11.18

CONHECE-TE A TI PRÓPRIO E SERÁS IMORTAL .


    "Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o grande filósofo Sócrates.
    A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia.
    Aos setenta e tantos anos foi Sócrates condenado à morte, embora inocente.
    Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céus e terra para o preservar da morte.
    O filósofo, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranquilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero.
    Na véspera da execução, conseguiram seus amigos subornar o carcereiro (desde daquela época já existia essa prática...), que abriu a porta da prisão.
    Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:    Foge depressa, Sócrates!
    - Fugir, por que? - perguntou o preso.
    - Ora, não sabes que amanhã te vão matar?
    - Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!
    - Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal - insistiu Críton.
    - Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte!
    - Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim ...
    Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
    - Críton, achas que isto aqui é Sócrates?
    E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:
- Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. EU SOU ALMA. Ninguém pode matar Sócrates! ...
    E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre.
    No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:
    - Sócrates, onde queres que te enterremos?
    Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou:
    - Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu... EU SOU ALMA...
    E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da FELICIDADE, que nem a morte lhe pôde roubar.
CONHECIA-SE A SI MESMO, O SEU VERDADEIRO EU DIVINO. IMORTAL.

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