Reunião Pública de 13-7-59
(Questão 922 de O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec)
A procura da felicidade
assemelha-se, no fundo, a uma caçada difícil.
Taxando-se por dom facilmente
apreçável, há quem a procure entre os mitos do ouro, enferrujando as mais belas
faculdades da alma, na fossa da usura; quem a dispute no prazer dos sentidos,
acordando no catre da enfermidade; quem lhe suponha a presença na exaltação do
poder terrestre, acolhendo-se à dor de extrema desilusão, e quem a busque na
retenção do supérfluo, apodrecendo de tédio, em câmaras de preguiça.
Não há felicidade, contudo, sem
dever corretamente cumprido.
Observa, pois, o dever de que
a vida te incumbe.
Vê-lo-ás, hora a hora, no
quadro das circunstâncias.
Na fé que te pede serviço.
No serviço que te roga
compreensão.
No ideal que te pede caráter.
No caráter que te roga firmeza.
No exemplo que te pede
disciplina.
Na disciplina que roga
humildade.
No lar que te pede renúncia.
Na renúncia que te roga
perseverança.
No caminho que te pede
cooperação.
Na cooperação que te roga
discernimento.
Por mais agressivos se façam os empeços
da marcha, não te desvie da obrigação que te recomenda o bem de todos, sempre
que puderes e quanto puderes seja onde for.
Porque te mostre leal a ti
mesmo é possível que a maioria te categorize a conta de ingrato e rebelde,
fanático e louco.
A maioria, no entanto, nem
sempre abraça o direito.
Não podemos esquecer que, no
instante supremo da humanidade, ela, a maioria, estava com Barrabás e contra o
Cristo.
Cumpre, assim, teu dever, e,
tomando da terra somente o necessário à própria manutenção, de modo a que te
não apropries da felicidade dos outros, estarás atingindo a verdadeira
felicidade, que fulge sempre, como benção de Deus, na consciência tranquila.
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