22.7.18

O Comportamento das Elites


O que corrói a sociedade brasileira, entre tantos motivos possíveis, é a acomodação das nossas elites na manutenção infinita de seus privilégios.
Há muito tempo, a classe dirigente desse País, nos seus diversos matizes, enclausura o desenvolvimento da nossa nação. Acostumados a ganhar fácil e sem escrúpulos amargam hoje, muitos deles, uma massa falida porque não quiseram dividir as riquezas que possuem.
Ora, os ganhos de capital nesse País são exorbitantes para não dizer imorais. As indústrias pressionadas por um volume enorme de impostos largam tudo nas mãos dos trabalhadores que tentam sobreviver das migalhas que lhe oferecem na forma de salários.
Toda a riqueza é mal repartida e estes privilegiados não possuem qualquer senso patriótico ou conceito de nação. Todos bebem do poder, se refestelam com aquilo que o Estado lhe proporciona ou com ganhos absurdos para manter um mercado cativo.
A situação hoje muda porque as nações se abrem diante do novo conceito de mercado produzido pelas indústrias tecnologicamente avançadas que possuem outro tipo de raciocínio de ganho, não menos usurpador porque quem tem dinheiro geralmente gosta de ter mais dinheiro, no entanto, a lógica da tecnologia é, por assim dizer, mais democrática e flexível, de modo que novos entrantes podem compartilhar de seus ganhos.
Esta elite se vê nas cordas. Herança dos tempos dos coronéis e senhores de engenho, ainda enxergam o povo como simples massa de manobra para atender seus interesses pessoais. Isto está, graças a Deus, acabando.
O que dizer dos velhos barões do café? Já morreram e seus filhos tiveram que se arranjar de outro jeito senão ficariam pobres, como aliás, muitos ficaram.
O que dizer dos coronéis do açúcar que tiveram que se render a diversidade da economia senão faliam completamente. Ainda há remanências deles, mas é objeto em extinção.
O assalto dos bancos continua sendo uma grande trava para o desenvolvimento da sociedade. O capital é indecente, na maioria das vezes. É guloso. É devorador. Alimenta-se dele mesmo e, muitas vezes, não gera dividendos nenhum para a sociedade. É, portanto, perverso. Isto tem que mudar.
A nova sociedade, bem como a nova economia, se alastra em novos princípios, quais sejam: solidariedade, decência, consequência, visão de futuro, bem de todos.
Isto é apenas um pedaço do que deve prevalecer daqui a pouco tempo, haja vista que muitos, percebendo a mudança de ares, já modificam radicalmente a sua forma de pensar e agir.
O Brasil pede mais de seus empresários e empreendedores. Não que a luta pela sobrevivência não seja ferrenha, mas a visão social da riqueza gerada, que está mudando, deve modificar bem mais para incluir uma imensa maioria de deserdados pela sorte.
Uma nova economia. Um novo País. Um novo modo de desenvolvimento.
É o nosso caminho, senhores, certifiquemos que estejamos fazendo a nossa parte.

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um imortal

Nenhum comentário:

Postar um comentário