O que corrói a sociedade
brasileira, entre tantos motivos possíveis, é a acomodação das nossas elites na
manutenção infinita de seus privilégios.
Há muito tempo, a classe
dirigente desse País, nos seus diversos matizes, enclausura o desenvolvimento
da nossa nação. Acostumados a ganhar fácil e sem escrúpulos amargam hoje,
muitos deles, uma massa falida porque não quiseram dividir as riquezas que possuem.
Ora, os ganhos de capital
nesse País são exorbitantes para não dizer imorais. As indústrias pressionadas
por um volume enorme de impostos largam tudo nas mãos dos trabalhadores que
tentam sobreviver das migalhas que lhe oferecem na forma de salários.
Toda a riqueza é mal
repartida e estes privilegiados não possuem qualquer senso patriótico ou
conceito de nação. Todos bebem do poder, se refestelam com aquilo que o Estado
lhe proporciona ou com ganhos absurdos para manter um mercado cativo.
A situação hoje muda porque
as nações se abrem diante do novo conceito de mercado produzido pelas
indústrias tecnologicamente avançadas que possuem outro tipo de raciocínio de
ganho, não menos usurpador porque quem tem dinheiro geralmente gosta de ter
mais dinheiro, no entanto, a lógica da tecnologia é, por assim dizer, mais
democrática e flexível, de modo que novos entrantes podem compartilhar de seus
ganhos.
Esta elite se vê nas cordas.
Herança dos tempos dos coronéis e senhores de engenho, ainda enxergam o povo como
simples massa de manobra para atender seus interesses pessoais. Isto está,
graças a Deus, acabando.
O que dizer dos velhos barões
do café? Já morreram e seus filhos tiveram que se arranjar de outro jeito senão
ficariam pobres, como aliás, muitos ficaram.
O que dizer dos coronéis do
açúcar que tiveram que se render a diversidade da economia senão faliam completamente.
Ainda há remanências deles, mas é objeto em extinção.
O assalto dos bancos continua
sendo uma grande trava para o desenvolvimento da sociedade. O capital é
indecente, na maioria das vezes. É guloso. É devorador. Alimenta-se dele mesmo
e, muitas vezes, não gera dividendos nenhum para a sociedade. É, portanto,
perverso. Isto tem que mudar.
A nova sociedade, bem como a
nova economia, se alastra em novos princípios, quais sejam: solidariedade,
decência, consequência, visão de futuro, bem de todos.
Isto é apenas um pedaço do
que deve prevalecer daqui a pouco tempo, haja vista que muitos, percebendo a
mudança de ares, já modificam radicalmente a sua forma de pensar e agir.
O Brasil pede mais de seus
empresários e empreendedores. Não que a luta pela sobrevivência não seja
ferrenha, mas a visão social da riqueza gerada, que está mudando, deve
modificar bem mais para incluir uma imensa maioria de deserdados pela sorte.
Uma nova economia. Um novo
País. Um novo modo de desenvolvimento.
É o nosso caminho, senhores,
certifiquemos que estejamos fazendo a nossa parte.
Joaquim Nabuco – Blog Reflexões
de um imortal
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