Quase a encerrar a preleção,
um companheiro, que estava assembleia, questionou o Ministro:
- “Grande benfeitor,
reconhecemos a veracidade de vossas afirmativas; todavia, porque não suprime o
Senhor Compassivo e Sábio tão pavoroso quadro?”
Flácus respondeu:
“Não será o mesmo que
interrogar pela tardança de nossa própria adesão ao Reino Divino? Sente-se o
meu amigo suficientemente iluminado para negar o lado sombrio da própria
individualidade? (destacamos) Libertou-se de todas as tentações que fluem dos
escaninhos misteriosos da luta interna? (...)”.
As Leis Divinas respeitam o
livre arbítrio da criatura, embora ainda não detentora do livre arbítrio
absoluto – nem poderia ser diferente, pois, caso contrário, a criatura, em sua
imperfeição, haveria de fazer com que o mal, ou a ignorância, que existe em si,
viesse a se perpetuar.
Não obstante, precisamos
convir que, pela sua liberdade de escolha, o homem, indefinidamente, pode ser
opor às Leis da Evolução.
Portanto, não creiam os
nossos irmãos encarnados que o Mundo Espiritual possa tomar providências
radicais na mudança do cenário da vida sobre a Terra, nem tampouco interferir
nos rumos que o espírita imprimir ao Movimento – que não representa a Doutrina,
mas que pode fazer com que a sua assimilação e entendimento se atrase na mente
popular.
*
Flácus acentua:
“Somos simplesmente alguns
bilhões de seres perante a Eternidade. E estejamos convencidos de que se o
diamante é lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau.
Funciona a justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e
redima os que se condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei”.
Diante do exposto, cremos
que, encarnados e desencarnados, carecemos de nos preparar para ainda enfrentar
muitas dificuldades na senda evolutiva, e que, de fato, a transformação da
Humanidade, com a consequente transformação do mundo, é trabalho laborioso, no
qual, porém, cada qual, pelo seu esforço, pode se destacar e, assim, se for o
caso, elevar-se a Planos mais altos.
*
Quase a concluir a sua
conferência, Flácus anota:
“... o Planeta, por enquanto
ainda não passa de vasto crivo de aprimoramento, ao qual somente os indivíduos
excepcionalmente aperfeiçoados pelo próprio esforço conseguem escapar, na
direção das esferas sublimes”.
E cita Paulo de Tarso, em sua
Epístola aos Efésios:
“... não temos de lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas e contra as hostes espirituais da
maldade, nas próprias regiões celestes”.
Os espíritos infelizes
organizam-se nas “regiões celestes”, ou espirituais, e, contando com os agentes
de sua vontade na carne, pelejam contra a vitória definitiva do Reino Divino.
Claro que não podem lograr o seu intento, porém, realmente podem conseguir retardá-la,
qual o tem feito com a Doutrina nos tempos atuais, que, no Brasil, segundo as
estatísticas, da desencarnação de Chico Xavier para cá, conseguiu, inclusive,
perder adeptos. (*)
(*) Vide na Internet os
vários Institutos de pesquisa.
INÁCIO FERREIRA – Blog
Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 23 de julho de
2018.
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