3.4.17

Tempos Distantes

As pétalas caem, uma sobre a outra, e não mais vejo os seus olhos.
Choro, as lágrimas também caem, uma após a outra, pois não vejo mais o seu sorriso.
Quem me dera o tempo, Branca minha, quando te via a sorrir por aí, despreocupada com as coisas do mundo, só interessava a você viver, mas bem-viver.
Tudo escorre na estrada do tempo, tudo leva e não volta mais. Nos meus pensamentos, porém, você está lá viva, vivíssima, Branca minha, a dizer-me “te amo, te amo, te amo”.
Essas coisas do coração não esquecemos jamais. Tudo passa, tudo se renova, outros entram e saem das nossas vidas, mas aqueles momentos inesquecíveis povoam sempre a nossa mente.
Volto atrás, vivo intensamente aquele instante lindo e digo mais uma vez para mim: “como sou feliz, como sou feliz, como sou feliz”.
As pessoas passam ligeiramente no nosso viver. Aquelas que pareciam fazer todo sentido, hoje nem se lembram de nós em seus pensamentos mais distantes. Fomos embora para sempre de seus corações? Não importa, Branca minha, o que vale de verdade é o que eu tenho em mim.
Deus, meu Deus, como Você é sábio e maravilhosamente bom. Você sabe, Pai, o que faz. Já imaginou se nos prendêssemos apenas àqueles que temos demasiada devoção? E outros, igualmente filhos seus, como ficariam? Qual oportunidade daríamos, mínima que fosse, para deixá-los adentrar em nós?
Sabiamente, chegamos e passamos uns pelos outros, mas as marcas, sobretudo as marcas da alegria, da paixão, do bem-estar, do companheirismo, do carinho e tantas outras mais, ficam cravadas no nosso peito e gravadas na nossa mente.
Passam os dias, passam as pessoas, passa o tempo, somente não passam os bons momentos.
Que bom, Branca minha, que passaste grandiosamente na minha vida para hoje, tempos distantes, dizer-te: “és minha, és minha, és minha”, Branca minha!
Helder Camara – Blog Novas Utopias

Nenhum comentário:

Postar um comentário