Questão 392 do Livro dos
Espíritos
O Espírito não perde as
lembranças do passado. O fenômeno que ocorre no transe da reencarnação é apenas
um esquecimento temporário, e não perde para sempre. Pode se processar a
lembrança, caso necessário, mas na suavidade que convém à força divina. O esquecimento
das vidas passadas é uma benção de Deus, para manter a alma preocupada com a
sua vida presente.
Mesmo as lembranças suaves
são raras no meio humano e, por vezes, na vida espiritual. O Espírito livre, em
muitos casos, ignora o seu passado, e quando recorda, obedece a uma
gradatividade, de acordo com as suas forças para resistir aos fatos acontecidos
em outras vidas na Terra. Somente os Espíritos puros não têm mais necessidade
de recordar o passado, por não verem utilidade nessas lembranças, embora tenham
um conhecimento pleno de todas as suas vidas pregressas. Os Espíritos
superiores olham para frente e aproveitam todo o seu tempo na edificação do
amor.
As lembranças do pretérito
somente servem de lições quando o aluno delas carece. Os que vivem de recordações,
vivem iludidos com o passado, que só serve para nos lembrar da retificação na
conduta. Se já fizemos, é conveniente que as esqueçamos por completo, dando
lugar à seiva da fraternidade. O Espírito mediano, ou quase a totalidade dos
que se encontram reencarnados na Terra, não deve ter lembranças do passado,
para não se perturbar. Estando livre o presente, é bem melhor sua ação nele
para a devida limpeza do seu fardo, suavizando o seu jugo.
Deus é tão bom e justo, que
nos dota de possibilidades para carregar todos os nossos registros, escritos
por nós mesmos, toda a nossa condenação, sem que nos lembremos. De vez em
quando a mão do destino busca lá no fundo algum fato, esperando de quem o fez a
corrigenda e a paciência nas provas que por acaso surgirem nos caminhos.
O Senhor ainda nos ajuda a
termos forças para suportar os embates da própria vida. Para limpar o passado
da consciência, é preciso que se faça o bem nesta estadia do planeta; que se
use de todas as oportunidades e se confie em Jesus, que Ele ajudará em todos os
movimentos para a caridade. Quando o pensamento estiver entulhado de idéias
negativas, que se ore, vigie e trabalhe com o Cristo no coração e esses
pensamentos desaparecerão como por encanto, de maneira a manifestar na cidade
da mente os sentimentos elevados, capazes de tranqüilizar a consciência, no
esplendor da consciência do Cristo.
A Doutrina dos Espíritos
surgiu nos horizontes da Terra como misericórdia para a humanidade, dando força
às criaturas para esquecerem por completo o mal. Mas somente se faz isso com a
prática do bem permanente. Não devemos alimentar pensamentos inferiores, nem
gerar idéias formadas de magnetismo exsudado nas contradições.
O acervo de registros do
passado do Espírito é enorme, de maneira que não se pode avaliar. As condições
do cérebro só permitem registrar alguma coisa que a consciência oferta. As
lições são gradativas, no percurso da vida física. Esse interesse que alguns
espíritas têm de saber do passado é movido por curiosidade, e muitos têm
orgulho de dizer que foram grandes personagens da história.
Não é preciso que alguém nos
diga; podemos avaliar o que fomos no passado, analisando nossos impulsos do
presente. O melhor mesmo é recordar o bem e fazer melhor.
Livro: Filosofia Espírita –
João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em
nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário