Muito comum em nosso meio a
pergunta: É probido “isso”? e “aquilo”? Será que podemos fazer esta “coisa”?
Para responder, lembramos da
instrução do apóstolo Paulo, em sua 1ª epístola aos Coríntios:
Todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas
nem todas as coisas edificam. (I Coríntios, 10: 23)
Ao analisar esta proposição
formulada pelo “Apóstolo dos Gentios”, devemos nos situar no significado da
palavra lícito.
Segundo o dicionário Aurélio,
“lícito” é tudo que é conforme a lei, tudo que é legal.
Normalmente, quando fazemos
ou tentamos responder esta pergunta, não estamos preocupados com as coisas
humanas. Estas nós sabemos como conduzir. A preocupação normalmente é com as
questões espirituais. Com isso entendemos que esta pergunta deveria ser
formulada assim: De acordo com as leis divinas podemos fazer isto? E aquilo?
E a resposta seria: É lícito
perante as leis divinas? Se a resposta for afirmativa, então, é; de outro modo,
não.
Essa forma de pensar parece
que contradiz a afirmativa de Paulo, porque ele diz que todas as coisas são
lícitas. No nosso ponto de vista Paulo não pensava na lei divina ao usar a
palavra lícita, mas pensou ao dizer: “mas nem todas as coisas convêm”, “nem
todas as coisas edificam”. E tudo isso é bastante coerente com outro
ensinamento de sua autoria:
Aquele que não conhece a lei,
tudo o que ele faz é lei, mas o que conhece e não a pratica, é punido pela
própria lei.
Sabemos que a lei divina é
revelada aos homens à medida de sua condição evolutiva, isto nos leva a
raciocinar que de acordo com a condição evolutiva da criatura é que ela vai
analisar o que é justo ou não.
Nada proíbe nada, um dos
princípios básicos é o “livre-arbítrio” (todas as coisas são lícitas), assim
sendo ela não é proibitiva, mas é educativa, no sentido de mostrar a verdade, e
ensinar o caminho para consegui-la (mas nem todas as coisas edificam).
O apóstolo, com este seu
ensinamento, mostra sua capacidade de síntese e consegue fechar todo o tema que
ora estudamos: “Livre-arbítrio e Causa e Efeito”. Com a afirmação de que “tudo
me é lícito”, ele mostra o livre-arbítrio, mas é taxativo ao afirmar: “nem
todas as coisas edificam”, ou seja, nem todas as coisas nos conduzem para o
caminho do Senhor, e é aí que a lei de causa e efeito atua de maneira a fazer
voltar o ser à direção correta.
Outra coisa a ser analisada é
qual o nosso objetivo diante da vida. Ela nos oferece muitos prazeres de
caráter transitório, mas se o nosso objetivo maior é a nossa evolução
espiritual, temos que buscar algo mais duradouro: o tesouro que o ladrão não
rouba, nem a traça corrói.
Quando Jesus conversava com
as irmãs de Lázaro, deixou um grande ensinamento:
“Marta, Marta, estás ansiosa
e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a
melhor parte, a qual não lhe será tirada.”
Portanto quando estivermos em
dúvida sobre qual o caminho a seguir, usemos o nosso discernimento, e busquemos
pensar se não estamos trocando:
O divino, pelo humano.
O transcendente, pelo
rotineiro.
O que redime, pelo que
cristaliza.
O espiritual, pelo material.
Os prazeres do Céu, pelas
alegrias da Terra.
E lembremos sempre o que Ele,
que é o Mestre dos mestres nos disse:
“Eu sou o caminho, a verdade
e a vida.
Ninguém vem ao Pai, senão por
mim.” (João, 14: 6)
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