Questão 390 do Livro dos
Espíritos
A antipatia é sinal de
inferioridade, e os Espíritos puros não a têm de modo algum, por respeitarem os
direitos alheios. Cada qual tem direito de pensar como queira. Não se é
necessariamente Espírito mau só por pensar diferente dos outros. No entanto, existem
antipatias geradas no ódio. Isso depende muito das almas que alimentam e sentem
esse antagonismo.
Estamos todos de partida para
a libertação espiritual, pelo conhecimento da verdade. Quando alcançarmos a
evolução real, tudo de mal se desfará, tudo de antipatia acabará, tudo de
tristeza deixará de existir, todo mal cederá lugar para o bem eterno, dentro da
eternidade de Deus. Os caminhos do progresso espiritual são diversos, porém,
quem trilha por um, não desdenha o outro, por conhecer que o Senhor fez todos
os caminhos com ardor e que todos eles nos levam à felicidade.
A antipatia entre dois
Espíritos pode derivar no modo de pensar, donde se segue que esses Espíritos
não se afinam nos mesmos ideais de trabalho, sendo que todos eles os levam à
paz e ao entendimento. A maldade se encontra na inferioridade da alma, aquela
que não pode livrar-se do orgulho e do egoísmo. Isso é mais questão de tempo.
A maturidade do Espírito irá
levá-lo ao conhecimento da verdade. Há momentos que requerem mais vigilância da
nossa parte. Por vezes, sentimos antipatia até do olhar de certas criaturas, da
sua palavra e mesmo dos seus gestos. Nessas horas, devemos buscar a oração
assegurada na vigilância, certificando-nos de que a vontade possa desfazer esse
magnetismo que, se descuidado, toma um caráter inferior, fazendo surgir a
inimizade no clima da nossa vida.
Aos espíritas, aconselhamos
evitarem as discussões. Elas, de modo geral, geram antipatia e até mesmo o
ódio. Não impor ideias é processo de luz; quando solicitados exporem suas
convicções, que vigiem sempre o verbo, para que ele não fira nem violente os
direitos dos outros.
As naturezas são diversas nas
criaturas; as escalas de progresso são inúmeras nos Espíritos, e cada um tem
direitos onde permanece e deveres a cumprir. Nem o próprio Jesus quis julgar a
mulher adúltera, por saber o Senhor que ela estava em um grau de evolução em
que o erro a dominava, como lição para o futuro. Sempre os julgadores se
esquecem do seu próprio tribunal, em ação dentro de si mesmo. Para ser um
professor para os outros, para ensiná-los constantemente, existe somente um
meio de fazê-lo, sem contrariar as leis que regulam a vida: pelo exemplo.
Quem vivencia a mensagem do
amor nunca cria antipatia nos corações que o observam. Tudo é escrito nos corações
em silêncio, da forma que a natureza sabe fazer, e ela é mesmo hábil nessa
operação.
Se existe, entre nós e
outrem, diversidade no modo de pensar, não nos irritemos com esse fenômeno
comum dentre as criaturas; passemos adiante e busquemos o que serve para nosso
entendimento, que Jesus nos abençoará os esforços.
Livro: Filosofia Espírita –
João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em
nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário