Seja a vossa moderação
conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor - Paulo (Filipenses, 4:5).
Na carta aos filipenses, Paulo destaca
o nome de duas mulheres convertidas ao Cristo, dedicadas à Boa Nova: Evódia e
Síntique. Ele propõe às novas companheiras de fé um roteiro muito interessante
nos caminhos dos iniciantes: que elas se moderassem em tudo que tivessem de
realizar; que pensassem, com discernimento, em qualquer atitude e que se
propusessem a ser apenas instrumentos do Pai; que elas não se esquecessem da
ponderação, dando, com isso, tempo para que as bênçãos de Deus, através da
consciência, chegassem antes que iniciassem qualquer erro, colocando a igreja
em dificuldade.
Paulo era como que a vigilância do
Cristianismo nascente, nas cercanias por onde transitava e onde funcionavam os
templos, organizados pelos discípulos de Jesus. Suas epístolas sempre chegaram
na hora certa, alertando os irmãos.
A advertência de Paulo às duas
mulheres filipenses é de grande utilidade para a humanidade inteira, não
somente nas hostes religiosas, como também no trato com o comércio na
alimentação, no vestuário e no vasto continente da educação humana. Onde não há
moderação desaparece a beleza; onde não há ponderação, o sentido das coisas se
esvai e elas perdem o equilíbrio.
Sê moderado no falar, para que suas
palavras não criem dificuldades para os outros, convertendo-se, com o tempo, em
problemas para si mesmo.
Sê ponderado no andar, porque, em
muito casos, muita pressa é sinal de que pouco se realiza.
Sê moderado no vestir; a moda, no seu
apuro total, pode lhe trazer dificuldades de difícil reparo.
Sê ponderado ao analisar os seus
semelhantes, lembrando-se de que os homens da Terra estão longe da perfeição e
que você também a habita.
Sê moderado ao alimentar-se, porque
quem vive só para comer dificilmente aprende a comer para viver.
A moderação, até nos pensamentos, é
fator preponderante; a agitação na mente assinala loucura para o futuro.
Geralmente, a atitude de quem está
iniciando em qualquer atividade é de ansiedade ou de demasiada paciência, e
ambas atitudes nos causam prejuízos. Portanto, o aviso de Paulo é de utilidade
coletiva: não apóia nenhum dos extremos, mas pede moderação, sinônimo do
equilíbrio.
O homem moderado é o mais inteligente,
pois mesmo errando, o seu fardo é mais leve do que o daqueles que ainda
desconhecem a força dessa virtude. Ponderando e moderando, chegaremos ao clima
da prece, acertando mais.
Deus só nos ajuda mais diretamente através dos espíritos superiores,
quando abrimos as portas do coração pela nossa própria vontade. E as chaves que
nos colocam em condições de travessia por essas entradas, só o Evangelho nos
fornece.
Com a grande ciência do amor, Jesus
predispõe o espírito à felicidade. Quando se evidenciou a dificuldade do ser
espiritual em amar no verdadeiro sentido da palavra, foi dado surgimento a um
código, com variedades de formas para chegar até ao amor.
E Paulo usa todos esses meios
fornecidos pelo Evangelho, em se tratando da educação espiritual dos seus
companheiros, como o fez às duas mulheres filipenses: "Seja a vossa
moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor".
Certo é que, ao coração ponderar sobre
tudo o que pretende realizar, o clima de prece está feito. O pedido de ajuda no
campo da solução dos problemas já foi mentalizado e o espírito, mesmo
inconscientemente, está pedindo socorro, por intermédio da poderosa força do
pensamento, e a promessa do "Pedi e obtereis" se cumpre, por ordem
dos Céus, aos espíritos da Terra! E é, certamente, o Senhor que se aproxima.
Paulo era conhecedor de tudo isso,
porém, não poderia explicar detalhadamente aos seguidores do Cristo essas
particularidades. Eles não iriam compreender, de imediato, a ciência
transcendental do amor, e o valor imensurável da moderação nos labores de cada
dia.
Ainda não era tempo, para todos, de
validade da fé somente pela razão. Cumpria-lhes exercitar as virtudes ensinadas
e vividas pelo Mestre Inconfundível.
Seja a vossa moderação conhecida de
todos os homens. Perto está o Senhor.
O Mestre dos Mestres - João
Nunes Maia - Miramez
Nenhum comentário:
Postar um comentário