A intervenção do Mundo
Espiritual nos acontecimentos da vida do homem na Terra, principalmente do
ponto de vista coletivo, obedece a certos princípios que nos limitam a ação.
Ao contrário do que muitos
pensam ou desejam, os desencarnados, mesmo os de maior elevação, não podem agir
contrariando as Leis Naturais, que, em nenhuma hipótese, atentam contra a
liberdade de escolha da criatura.
No máximo, os Espíritos
Amigos que se interessam pela evolução da Humanidade, procuram inspirar aqueles
que se lhes mostram receptivos aos pensamentos de ordem superior.
Portanto, o espírito
encarnado, sob as bênçãos de Deus, se encontra entregue a si mesmo, sendo ele
diretamente responsável pelo seu progresso espiritual ou pela sua estagnação.
Não raro, a estagnação do
espírito, tanto individual quanto coletivamente, pode perdurar por séculos. Os
que, evidentemente, deliberam avançar, pagam tributo à sua ousadia, sendo,
muitas vezes, perseguidos e mortos – porém, destacando-se da média da
Humanidade, costumam ficar por longo tempo sem reencarnar na Terra, cujo meio
se lhes mostra completamente inóspito. Ficando, no entanto, sem reencarnar na
Terra, não significa que não permaneçam integrando os quadros da Humanidade
invisível, juntando-se a grupos com os quais eles se afinem. Pode ser, ainda,
que, com naturalidade, experenciem em outros orbes em que lhes seja possível o
renascimento.
A Humanidade, coletivamente,
é médium, preferindo estabelecer sintonia com determinada classe de espíritos,
que, infelizmente, de maneira consciente ou inconsciente, influenciam-na
negativamente, ou seja: pugnam pelo seu atraso espiritual, a fim de não
permitir que a Luz se sobreponha às trevas.
Longe, pois, de qualquer
cogitação, que, por exemplo, um espírito se materialize num Congresso ou numa
Câmara, e, “puxando as orelhas” dos políticos corruptos, os constranjam a tomar
corretas decisões em benefício da coletividade.
Da última vez que,
diretamente, o Céu quis fazer isto, o Cristo teve que encarnar-Se para, de
chibata nas mãos, expulsar os vendilhões do templo!
A eleição desse ou daquele
líder político para conduzir os destinos de um país, é decisão da maioria dos
espíritos que, encarnados ou desencarnados, constituem a sua comunidade. Claro
que os apelos do Mundo Superior, no sentido de se fazer a melhor opção na
referida escolha, jamais emudecem, não obstante, tais apelos, não raro, não
encontram o eco desejado.
Prevalece, assim, a vontade
da maioria dos homens, que, sem discernimento, deixam-se enganar, pagando,
posteriormente, o preço de sua ignorância.
Nenhuma experiência, no
entanto, é nula, porquanto, no máximo, o que as trevas conseguem fazer é com
que marcha evolutiva da Humanidade sofra capitulações.
Deus é Infinito e o Infinito
não tem pressa!
É possível, sim, que a
Humanidade, nos próximos anos, venha a padecer duros reveses, a fim de que,
coletivamente, ela se obrigue a introspecções que a levem à necessária mudança
de paradigmas... E, neste sentido, o Mundo Espiritual Superior nada poderá
fazer, a não ser além do que já tem sido feito, desde que o Cristo nos
recomendou o “amai-vos uns aos outros”.
Não se cobre, pois, e nem se
espere, do Mundo Espiritual, uma intervenção miraculosa nos assuntos
pertinentes à Humanidade encarnada, posto que, deste Outro Lado da Vida,
igualmente estamos a nos haver com o livre arbítrio daqueles que, fora do
corpo, ainda não foram capazes de compreender que Jesus é o Caminho, a Verdade
e a Vida.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 28 de novembro
de 2016.
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