Um homem rico e generoso, o
que é raro, encontrou em seu caminho três infelizes cegos consumidos pela fome
e pela fadiga; apresentou a cada um uma peça de ouro. O primeiro, cego de nascença,
irritado pela miséria, sequer abriu a mão; jamais vira, dizia, quem ofertasse
ouro a um mendigo: a coisa era impossível. O segundo estendeu maquinalmente a
mão, mas rejeitou logo a oferenda que se lhe fizera; como o seu amigo, ele a
considerava qual uma ilusão ou uma obra de mau gosto: em uma palavra, segundo
ele, a peça era falsa. O terceiro, ao contrário, cheio de fé em Deus e inteligência,
no qual a fineza do tato havia em parte substituído o sentido que lhe faltava,
pegou a peça, apalpou-a, e levantando-se, bendizendo seu benfeitor, partiu para
a cidade vizinha para se proporcionar o que faltava à sua existência.
Os homens são os cegos: o
Espiritismo é o ouro; julgai a árvore pelos seus frutos.
Livro: Revista Espírita -
Tomo II - Allan Kardec - 7 de outubro do 1859. (Médium Sr. Did...)
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