INTRODUÇÃO
Para o verbete VÍCIO, os dicionários da
língua portuguesa apresentam a seguinte equivalência: defeito físico ou moral,
deformidade, imperfeição, falta, hábito de negativo.
A psicologia define vício como sendo
"a dependência que uma dada pessoa desenvolve em relação a alguma coisa de
natureza inferior."
Definição semelhante apresenta o Richard
Simonetti ao dizer que "vício é uma espécie de condicionamento que prende
o indivíduo a determinada prática nociva."
Admite-se didaticamente sua divisão em dois
grupos:
. Vícios Morais: defeitos
. Vícios Sociais: hábitos prejudiciais.
OS VÍCIOS SOCIAIS
Os principais vícios sociais são: a GULA; o
TABAGISMO; o ALCOOLISMO; a TOXICOMANIA; o JOGO.
As causas fundamentais de qualquer viciação
estão relacionadas à processos complexos, existindo a respeito várias hipóteses
diferentes.
Fatores sociais, familiares, psicológicos e
reencarnatórios vão se somar, facultando o aparecimento de uma personalidade
frágil suscetível do envolvimento vicioso.
Simonetti acredita que "o vício é
também um problema de compensação psicológica em que o indivíduo procura
mergulhando no domínio das viciações atender sua fome íntima de paz."
GULA
Ação e Reação - André Luiz
"Aqueles que por vezes diversas
perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão de elementos
corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos das forças orgânicas, tanto
quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da
morte como suicidas indiretos, e despertando para a obra de reajuste que lhes é
indispensável, imploram o regresso à carne em corpos desde a infância
inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do
pâncreas e as múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas
sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência inteira."
Diretrizes de Segurança - Divaldo Franco e
Raul Teixeira
"Pergunta: A alimentação vegetariana
será mais aconselhável para os médiuns, em geral?
Raul Teixeira: A questão da dieta alimentar
é fundamentalmente de foro íntimo ou acatará a alguma necessidade de saúde,
devidamente prescrita. Afora isto, para o médium verdadeiro não há chamada
alimentação ideal, embora recomende o bom-senso que se utilize de uma
alimentação que lhe não sobrecarregue o organismo.
Algumas pessoas recomendam que não se comam
carnes, nos dias de tarefa mediúnica, quanto outros recomendam que não se deve
tomar café ou beber chocolate, alegando problemas de toxinas. É mais
compreensível e me parece mais lógico que a pessoa coma no almoço o seu bife,
se for o caso, ou tome seu cafezinho pela manhã, do que passar todo o dia
atormentada pela vontade desses alimentos.
Por outro lado a resposta dos Espíritos à
questão 723 do O Livro dos Espíritos, é bastante nítida a esse respeito,
deixando o espírita bem a vontade para a necessária compreensão, até porque a
alimentação vegetariana não indica nada sobre o caráter do vegetariano.
Lembremo-nos que o médium Hitler era vegetariano e que o médium Chico Xavier se
alimenta de carne."
Livro dos Espíritos, questão 723
"Pergunta: a alimentação animal, para
o homem, é contrária à Lei natural?
Resposta: Na vossa constituição física, a
carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação
impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde, para poder
cumprir a Lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a
sua organização."
O Consolador - Emmanuel - questão 129
"Pergunta: É um erro alimentar-se o
homem com a carne dos irracionais?
Resposta: a ingestão das vísceras dos
animais é um erro de enorme consequências, do qual derivam numerosos vícios da
nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado
de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses
valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a
necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.
Temos de considerar, porém, a máquina
econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam
o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o
outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo
trabalharmos, delicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens
terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus
irmãos inferiores."
Manual Prático do Espírita - Ney Prietro
Peres
"A quantidade necessária de proteínas,
gorduras, sais minerais, etc., para manter o corpo físico, é mais ou menos a
metade ou terça parte daquilo que nós normalmente ingerimos. A nossa
alimentação é excessiva. Todos nós normalmente ingerimos mais do que o
necessário; somos em alguma proporção, glutões. Grandes quantidades de
alimentos deglutidos não significa ter boa saúde.
Teoricamente, a energia alimentar contida
numa amêndoa seria suficiente para nos nutrir o dia inteiro, caso soubéssemos e
estivéssemos em condições próprias para absorvê-las por completo. Para
aproveitar as energias e os valores alimentícios durante as refeições, é
necessário que tenhamos a mente tranquilizada e as emoções acalmadas , além de
estarmos concentrados na absorção dos mesmos.
Quando nas refeições ocorrem discussões e
contrariedades, ingerimos mal, provocando perturbações estomacais e impregnamos
os alimentos mastigados de vibrações altamente perniciosas ao nosso equilíbrio.
Embora consideremos as proteínas de origem
animal importantes à nossa subsistência, a preferência pelos produtos naturais,
como cereais, verduras, frutas, ovos, mel, leite e seus derivados, é no nosso
entender mais condizente com a natureza da criatura que busca ascender
espiritualmente. Porém, sejamos realistas e não nos fatizemos seguindo
alimentação frugal como objetivo de ascensão espiritual, pois não é o que entre
pela boca que nos faz melhores, mas o esforço que empreendemos em fazer com que
através dela saiam apenas palavras confortadoras, dóceis e construtivas."
TABAGISMO
Entrevista com Divaldo Franco publicada
pela Imprensa Espírita
Pergunta: "Após a morte, o fumante
continua desejoso de fumar? E consegue satisfazer o seu vício?
Resposta: "Indubitavelmente. Os
hábitos que se nos arraigam durante a vida física prosseguem na vida
espiritual. As obsessões aí estão demonstrando esse fenômeno, a sociedade. Espíritos
de ex-fumantes induzem e exploram pessoas invigilantes ou em estado de
desequilíbrio a fim de que prossigam no vício."
Pergunta: "Vícios como cigarro e os
tóxicos atuam também no perispírito?"
Resposta: "Sem dúvida. Tudo o que de
bom ou de mau façamos, imprime como que uma matriz no perispírito, qual se fora
um filme virgem que mais adiante irá revelar a exata imagem colhida pela
objetiva da câmara. Além disso os vícios do cigarro e dos tóxicos atuam nos
centros vitais e nas correntes magnéticas do organismo, alterando a
constituição da aura da pessoa. Viciações e excessos são, também, formas
disfarçadas de autocídio."
Entrevista com Chico Xavier, no livro
Janela para a Vida
"Pergunta: A ação negativa do cigarro
sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? Até
quando?
Resposta: "O problema da dependência
continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo
espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria
das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito
perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não
está suficientemente desenvolvida para arredar de si mesmo o costume
inconveniente, o tratamento dele no Mundo Espiritual, ainda exige quotas
diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos
cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até
que ele consiga viver sem qualquer dependência ao fumo. (Emmanuel).
Pergunta: Como descreveria a ação dos
componentes do cigarro no perispírito de quem fuma?
Resposta: As sensações do fumante
inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos
tóxicos a que se habitou no Plano Físico, de tal modo obsediante que as
melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que despercebidas,
até que se lhe normalizem as percepções.
Pergunta: Sendo o perispírito o substrato
orgânico resultante de nossas vivências passadas, seria certo raciocinar que
uma criança nascida de pais fumantes, já teria nessa circunstância uma prova
inicial a ser vencida?
Resposta: Muitas vezes os filhos ou netos
de fumantes são aqueles mesmos Espíritos afins que já fumavam em companhia
deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas
crianças apresentem desde cedo, tendências compulsivas para o fumo, reclamando
trabalho persistente e amorosos de reeducação.
Manual Prático do Espírita - Ney Prieto
Peres
"Os efeitos nocivos do fumo transpõem
os níveis puramente físicos, atingindo o envoltório sutil e vibratório que
modela, vivifica e abastece o organismo humano, denominado corpo espiritual.
O perispírito, na região correspondente ao
sistema respiratório, fica, graças ao fumo, impregnado e saturado de partículas
semi-materiais nocivas que absorvem vitalidade, prejudicando o fluxo normal das
energias espirituais sustentadoras, as quais, através dele se condensam para
abastecer o corpo físico. O fumo não só introduz impurezas no perispírito - que
são visíveis aos médiuns videntes, à semelhança de manchas, formadas de
pigmentos escuros, envolvendo os órgãos mais atingidos, como pulmões - mas
também amortece as vibrações mais delicadas, bloqueando-as, tornando o homem
até certo ponto insensível aos envolvimentos de entidades amigas e
protetoras."
ETILISMO
Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz
"Caía a noite ... Após o dia quente, a
multidão desfilava na via pública, evidentemente buscando o ar fresco.
Dirigíamo-nos a outro templo espírita, quando tivemos nossa atenção voltada
para enorme gritaria. Dois guardas arrastavam, do restaurante barato, um homem
maduro em deploráveis condições de embriaguez. Achava-se o pobre amigo abraçado
por uma entidade da sombra, qual se um polvo estranho o absorvesse. Num átimo,
reparamos que a bebedeira alcançava os dois, porquanto se justapunham
completamente um ao outro, exibindo as mesmas perturbações.
Entramos no bar. As emanações do ambiente
produziam em nós indefinível mal-estar. Junto de fumantes e bebedores
inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes.
Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo
calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento.
Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes."
Missionários da Luz - André Luiz
"Novos mundos de pensamento raiavam-me
no ser. Começava a sentir definições mais francas do que havia sido terríveis
incógnitas para mim, no capítulo da patogenia em geral. Não sairia de meu
intraduzível espanto, quando o instrutor me chamou a atenção para um cavalheiro
que tentava a mediunidade de psicografia.
Observe este amigo - disse-me com
autoridade - não sente um odor característico?
Efetivamente, em derredor daquele rosto
pálido, assinalava-se a existência de atmosfera menos agradável. semelhava-se o
corpo a um tonel de configurações caprichosa, de cujo interior escapavam certos
vapores muito leves, mas incessantes. Não tive qualquer dúvida.
Deveria ele usar alcoólicos em quantidade
regular.
O aparelho gastrointestinal parecia
totalmente ensopado em aguardente, porquanto essa substância invadia todos os
escaninhos do estômago, esôfago e pâncreas. Espantava-me o fígado enorme."
Missionários da Luz - André Luiz
"Neste momento, porém algo aconteceu
de estranho no círculo de nossas atividades mediúnicas. Percebeu-se grande
choque de vibrações no recinto. Dois servidores aproximaram-se de Alencar e um
deles explicou, espantadiço:
O Senhor P. aproxima-se, porém em condições
indesejáveis.
Bebeu alcoólicos em abundância e precisamos
providenciar-lhe o insulamento.
Nesse instante, o senhor P. transpunha a
porta. Bem posto, evidenciando excelentes disposições, não revelava
exteriormente, qualquer traço de embriaguez.
Satisfazendo, porém as determinações de
Alencar, diversos operários dos serviços cercaram-no à pressa, como enfermeiros
a se encarregarem de doente grave.
Que ocorre, afinal? Esse homem parece calmo
e normal, disse eu.
Sim, elucidou Alexandre benevolente -
parecer não é tudo; a respiração dele emite venenos; os princípio etílicos que
exterioriza pelas narinas, boca e poros são eminentemente prejudiciais ao
trabalho. A viciação em qualquer sentido, antes de tudo deprime o vivido, mas
perturba igualmente os outros."
Diretrizes de Segurança -
Divaldo Franco e Raul Teixeira
Pergunta: O uso de alguma bebida alcoólica
costuma trazer inconvenientes para os médiuns?
Raul Teixeira: Todo o indivíduo que se
encontra engajado nos laboratórios mediúnicos deveria abdicar do uso do
alcoólicos em seu regime alimentar. Isto porque o álcool traz múltiplos
inconvenientes para a estrutura da mente equilibrada, considerando-se sua
toxidez e a rápida digestão de que é alvo, facilitando grandemente que, de modo
fácil, o álcool entre na corrente sanguínea do indivíduo, fazendo seu efeito
característico."
No Mundo Maior - André Luiz
"Numa saleta abafada, um cavalheiro de
quarenta e cinco anos jazia a tremer. Não conseguia manter-se de pé.
Calderaro examinou-o detidamente e indagou
do novo amigo que nos acompanhava:
Voltou aos alcoólicos há muitos dias?
Precisamente há uma semana.
Antídio, doente e desventurado, reclamava
um copinho, sempre mais um copinho, trazido por um rapaz obediente. Em derredo,
quatro entidades embrutecidas submetiam-no aos seus desejos. Empolgavam-lhe a
organização fisiológica, alternadamente, uma a uma, revezando-se para
experimentar a absorção das emanações alcoólicas, no que sentiam enorme prazer.
Semi-desligado do organismo denso pela
atuação anestesiante do tóxico, Antídio, passou a identificar-se mais
intimamente com as entidades que o perseguiam.
Os quatro perseguidores por sua vez tinham
a mente invadida por visões terrificantes do sepulcro que haviam atravessado
como dipsomaníacos. Sedentos, aflitos, traziam consigo imagens espectrais de
víboras e morcegos dos lugares sombrios onde haviam estacionado.
Entrando em sintonia com o psiquismo dos
vampiros, o ébrio começou a rogar, estentoreamente:
Salve-me! Salve-me pelo amor de Deus! Oh!
os morcegos... os morcegos... detenham-nos. Piedade! quem me livrará? Uma
cobra, uma cobra ... O que será de mim?"
TOXICOMANIA
Entrevista com Chico Xavier e Divaldo
Franco
"Pergunta: Chico, poderia comentar
algo sobre os tóxicos?
Chico: Eu não entendo o vício como um
problema de criminalidade, mas como um problema de desequilíbrio nosso, diante
das Leis da Vida. O tóxico é um problema para os nossos irmãos que se
enfraqueceram diante da vida, que procuraram uma fuga; não são criminosos, são
criaturas carentes de mais proteção, mais amor, porque se nossos companheiros
enveredaram pela estrada do tóxico, eles procuraram esquecer algo; esse algo é
eles mesmos; eles não puderam suportar a carga deles próprios.
Pergunta: Com relação à toxicomania qual o
tratamento mais efetivo?
Divaldo: O do lar. O exemplo no lar. O
apresentado pela sociedade familiar. A que decorre do Evangelho vivido em casa.
Um velho adágio popular com muita sabedoria: Casa de pai, escola de filhos. O
lar não é apenas o primeiro santuário, mas, também o primeiro educandário. Há
exceções, mas são o corolário da regra geral. Sendo o lar equilibrado, os
jovens se desarmonizam; imaginem se eles tivessem encontrado um lar em intranquilidade!
Creio que a melhor terapêutica é o ajustamento doméstico. Nós os espíritas
possuímos a mais as terapêuticas do passe, da água magnetizada, a psicoterapia
da palavra e com o recurso acadêmico das ciências da psique reunidos, podemos
evitar a derrocada total."
Bezerra de Menezes, no livro
Nas Fronteiras da Loucura
"Como terapia para o grave problema
das drogas, inicialmente apresentamos a educação em liberdade com
responsabilidade; a valorização do trabalho como método digno de afirmação da
criatura; orientação moral segura, no lar e na escola, mediante exemplos dos
educadores e pais; a necessidade de viver-se com comedimento, ensinando-se que
ninguém se encontra em plenitude e demonstrando essa verdade através dos fatos
de todos os dias, com que evitarão sonhos e curiosidades, luxo e anseio de
dissipações por parte de crianças e jovens; orientação adequada às
personalidades psicopatas desde cedo; ambientes sadios e leituras de conteúdo
edificante, considerando-se que nem toda a Humanidade pode ser enquadrada na
literatura sórdida da "contra-cultura", dos livros de apelação e
escritos com fins mercenários, em razão das altas doses de extravagância e
vulgaridade de que se fazem portadores. A estas terapias basilares adir o
exercício da disciplina dos hábitos, melhor entrosamento entre pais e mestres,
maior convivência destes filhos e alunos, despertamento e cultivo de idéias
entre os jovens. E conhecimento espiritual da vida, demonstrando anterioridade
da alma ao corpo e a sua sobrevivência após a destruição deste. Quanto mais
materialista a comunidade, mais se apresenta consumida, desequilibrada e seus
membros consumidores de droga e sexo em desalinho."
Psicologia Espírita, Jorge Andréa
"A atitude diante do viciado
representa a pesquisa ajustada no sentido de esclarecimentos do campo pessoal,
familiar e social, tentando penetrar os problemas efetivos, cuja avaliação são
de fundamental importância. Necessário dar ao doente um conhecimento seguro do
panorama espiritual, mostrando dentro do padrão ético as razões da
imortalidade, das responsabilidades e das necessidades reencarnatórias.
Ministrar os passes magnéticos e os conhecimentos da Doutrina Espírita. Daí,
então, inserindo o conhecimento de nosso destino, exaltar a vontade no sentido
do indivíduo assenhorear-se de bases seguras e mais precisas em seu próprio
psiquismo. Tudo isto investe um trabalho grandioso, onde a família tem que ser
mobilizada, acatando e protegendo o necessitado. Jamais esperar que o
psicotrópico e um quarto de Hospital sejam o remédio definitivo, e muito menos
relegar o doente a sua própria iniciativa, que é nenhuma."
JOGO
O Consolador - Emmanuel - questão 215
"Pergunta: Os chamados Homens de
Sorte" são guiados pelos Espíritos amigos?
Resposta: Aquilo que convencionastes
apelidar "sorte" representa uma situação natural no mapa de serviço
do Espírito reencarnado, sem que haja necessidade de admitirdes a intervenção
do plano invisível na exceção das experiências pessoais.
O Livro dos Espíritos - questão 865
"Pergunta: Como explicar a sorte que
favorece certas pessoas em circunstâncias que não dependem da vontade nem da
inteligência, como no jogo, por exemplo?
Resposta: Certos Espíritos escolheram
antecipadamente determinadas espécies de prazer, e a sorte que os favorece é
uma tentação. Aquele que ganha como homem perde como Espírito: é uma prova para
o seu orgulho e a sua cupidez.
Dramas da Obsessão - Bezerra de Menezes
"Por esse tempo, o jogo absorvia-o e
ele se endividava, causando sobressaltos à sua mãe, que temia vê-lo às voltas
com a polícia. Mesmo assim, porém, apesar de encontrar-se sofrivelmente
colocado e contando com apenas 22 anos de idade, Leonel casou-se. Os primeiros
meses deslizaram normalmente mas, de súbito, Leonel entra a sonhar com grandes
quantias em seu poder, oriundas do jogo. Sente-se rico em sonhos agradáveis, e
rodeado de prazeres. Tais sonhos se distenderam em sugestões, durante a
vigília, e um desejo ardente de ser rico. Ele tornou-se neurastênico,
irritadiço. Não falava a amigos, não mais cumprimentava os próprios
companheiros de trabalho. E a todos os instantes, com a mente assoberbada de
preocupações, os perseguidores implacáveis do mundo espiritual segregavam-lhe a
intuição das trevas.
Retira, retira outras importâncias ... Hás
de recuperar tudo...
A sorte hoje será tua... cada uma tem o seu
dia ... Hoje é o teu grande dia, para obteres fortuna e recompensas felizes ao
muito que tens sofrido...
No entanto Leonel, perdia, ainda e sempre,
porque o perseguidor o acompanhava à mesa das cartas para não deixá-lo
ganhar."
Manual Prático do Espírita - Ney Prietro
Peres
"O vício do Jogo, pelas suas
características e efeitos psíquicos sobre a personalidade do jogador, pode ser
considerado como uma verdadeira neurose. O estado emocional durante o jogo,
praticado nas suas variadas formas, leva o condicionamento ao descontrole
mental, às tensões psíquicas, às cargas desequilibradoras. O tempo que se
desperdiça numa diversão ociosa como o jogo, que consome horas irrecuperáveis,
poderia muito bem ser aplicado em algo útil, proveitoso para nós, as emoções
fortes que dominam os jogadores fazem-nos presas fáceis dos Espíritos
inferiores, que os conduzem aos maiores desastres. A aceitação sem resistência
dos convites de parceiros não deixa sequer o viciado pensar, dominado como está
pelo desejo doentio de ganhar."
OS VÍCIOS MORAIS
Segundo Allan Kardec, todos as misérias
morais da Humanidade têm origem em dois vícios capitais: O Orgulho e o Egoísmo.
Lembra o codificador do Espiritismo, que
esses defeitos estão na base de todos os vícios morais da criatura. O ciúme, a
inveja, a vaidade, a cupidez, o personalismo são, em última instância, filhos
do Egoísmo ou do Orgulho.
Kardec define o Egoísmo como sendo "O
interesse pessoal exacerbado"; é aquela condição que leva o indivíduo a
pensar em si mesmo, nos seus interesses, nos seus prazeres, preterindo todos as
outras pessoas.
Segundo o dicionário, egoísta "é
aquele que tem um amor exclusivo ou preponderante a sua pessoa ou aos seus
interesses".
O orgulho, por sua vez, é definido como
sendo "o conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo."
Consiste no estado de exaltação da
personalidade que leva o homem a considerar-se acima dos outros. A importância
que o indivíduo atribui a si mesmo faz com que ele se julgue com direitos
superiores.
Os vícios morais que derivam do orgulho e
do egoísmo são:
AVAREZA: apego exagerado ao dinheiro e aos
objetos materiais.
CIÚME: estado de intranquilidade em
decorrência do medo de perder o que tem.
PREGUIÇA: pouca disposição para o trabalho.
NEGLIGÊNCIA: descuido com as próprias
obrigações.
VAIDADE: desejo de merecer a aprovação dos
outros e de se destacar.
INVEJA: desgosto ante a prosperidade e o
sucesso de outrem ou desejo de possuir ou gozar algum bem que outrem possua ou
desfrute.
MALEDICÊNCIA ou CALÚNIA: uso inadequado na
conversação oral ou escrita com o fim de depreciar ou reduzir a importância de
outrem.
MÁGOA: ausência do perdão.
VINGANÇA: desejo de ir à forra.
CULPA NEURÓTICA: emoção destrutiva e
estática de auto-cobrança diante de um erro sem nada fazer para repará-lo.
PERSONALISMO: conduta daquele que refere a
si próprio.
MELINDRE: capacidade de se ofender ou
irritar com as mínimas coisas.
IMPACIÊNCIA: pouca capacidade de esperar.
INTOLERÂNCIA: pouca capacidade de aceitar
ou conviver com o defeito dos outros.
QUADRO XXV - Como Combater o Egoísmo
1. Procurar o serviço ao próximo, com os
próprios meios, empregando forças, inteligência e habilidade para realizar
nossos propósitos generosos;
2. Trabalhar sem remuneração para os mais
carentes, dedicando algumas horas semanais em atividades assistenciais;
3. Repartir do nosso guarda-roupa ou
objetos de uso pessoal, que não nos é mais útil, ou que tenhamos em excesso;
4. Procurar inteirar-se das amarguras de
alguém no sincero propósito de amenizar sua dor;
5. Dedicar nossa assistência aos serviçais
e subalternos que convivem conosco;
6. Olhar, ouvir, falar, acariciar com o
coração pleno de amor, os familiares que nos são confiados;
7. Interessar-se pelas pessoas recém
apresentadas;
8. Ajudar com delicadeza nos transportes ou
na rua às criaturas em dificuldades, cedendo lugar, facilitando passagem,
carregando volumes.
QUADRO XXVI - Como Combater o Orgulho
1. Ouvir com atenção e paciência as emoções
e não revidando todas as vezes que formos por alguém criticados;
2. Não aceitar provocações, esquecendo as
ofensas;
3. Não menosprezar nenhuma pessoa, por mais
ignorante que seja;
4. Ser submisso às ordens de seus
superiores;
5. Procurar o lado mais simples de todas as
coisas, combatendo o supérfluo;
6. Procurar exercer as funções mais
modestas;
7. Evitar a ostentação e a espera do
reconhecimento por algo que tenha feito;
8. Não criticar;
9. Não falar excessivamente de si mesmo;
10. Não se queixar;
11. Controlar os impulsos de impaciência;
12. Aceitar as opiniões, ideias,
pensamentos e convicções dos outros;
13. Fazer o bem sem comentários, ou
quaisquer referência ao nosso gesto;
14. Dissimular o benefício quando prestado
a alguém para não embaraçá-lo;
15. Não nos referirmos a exemplos próprios
de boa conduta para recomendar procedimentos aos outros.
(Do Livro Manual Prático do Espírita, de Ney
Prietro Peres)
Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) O Evangelho Segundo o Espiritismo -
Allan Kardec
3) Manual Prático do Espírita - Ney Prietro
Peres
4) Ação e Reação - André Luiz/Chico Xavier
5) Diretrizes de Segurança - Divaldo Franco
e Raul Teixera
6) O Consolador - Emmanuel/Francisco
Cândido Xavier
7) Janela para a Vida - André Luiz/Chico
Xavier
8) Nos Domínios da Mediunidade - André
Luiz/Chico Xavier
9) Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
10) No Mundo Maior - André Luiz/Chico
Xavier
11) Nas Fronteiras da Loucura - Manoel
Philomeno de Miranda/Divaldo Franco
12) Psicologia Espírita - Jorge Andréa
13) Dramas da Obsessão - Bezerra de
Menezes/Yvonne Pereira
14) Dos Hippies aos Problemas do Mundo -
Espíritos Diversos
Apostila Original: Instituto de Difusão
Espírita de Juiz de Fora - MG
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