O pensamento voa. Voa e vejo
a me encontrar menino nas terras do Engenho Massangana de minha querida
madrinha. Menino, ainda descobrindo o mundo, deparei-me com aquele negro fujão
a que já me referi. Ali, neste meu passado distante, toda uma história haveria
de desenrolar. Muita coisa iria acontecer daquele inesperado encontro. Não
apenas a minha luta abolicionista, mas toda uma inclinação moral para o bem.
Um encontro, um inesperado
encontro, a mudança de toda uma vida.
Meus caros, a vida de cada um
de nós é abundante de enormes possibilidades. A cada momento recebemos
estímulos mil que podem ser processados de uma maneira ou de outra. O fato é
que estamos sempre a deriva dos acontecimentos, apesar de insistirmos em
planejá-los adequadamente.
Nesta vasta alternativa de
possibilidades, uma está sob o nosso compromisso maior, o de fazer o bem.
Este compromisso é
intransferível e pode ser feito a todo momento e por qualquer um, mesmo que
tenha possibilidades financeiras limitadas, até porque os problemas do mundo
não se resumem à falta de recursos desta ordem.
Fazer o bem, ostentar a
bandeira da caridade, tem sido o meu compromisso desde que “morri”. O fato é
que somos convidados, do lado de cá da vida e com mais responsabilidade da
alma, a termos uma posição ativa na direção do bem. Ou do mal, se esta for a
inclinação.
A bandeira do bem é um lema
geral onde vivo. Estar ativo é porque se está engajado em algum projeto de
melhoria do povo ou mesmo que seja de uma só pessoa. Abraçar uma causa é algo
normal e esperado no mundo que vivo e pergunto: por que não deveria ser assim
também entre os vivos da terra?
Esta pergunta é lógica e
busca resposta imediata de todos. O bem, tanto aqui como entre vocês, deveria
ser regra comum, não uma exceção.
Os governos, por excelência,
deveriam ser os primeiros agentes do bem, mas, infelizmente, agem de maneira
trocada, invertem os papéis em determinados casos. Governo é do povo, ora,
então deve fazer de um tudo para beneficiar o próprio povo, desesperadamente.
Aqui, nos meus escritos
semanais, tenho dado oportunidade para você conhecer este outro lado social e
político da terra, tanto onde vivo quanto em relação a vocês. Ou como deveria
funcionar a nossa sociedade. A luta não é inglória, faz parte do processo natural
de construção de um mundo melhor, tão-somente.
Avancemos na direção do bem,
não há outro caminho a se percorrer.
Paz,
Joaquim Nabuco – Blog Reflexões
de um Imortal
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