11.12.16

Bandeira do Bem

O pensamento voa. Voa e vejo a me encontrar menino nas terras do Engenho Massangana de minha querida madrinha. Menino, ainda descobrindo o mundo, deparei-me com aquele negro fujão a que já me referi. Ali, neste meu passado distante, toda uma história haveria de desenrolar. Muita coisa iria acontecer daquele inesperado encontro. Não apenas a minha luta abolicionista, mas toda uma inclinação moral para o bem.
Um encontro, um inesperado encontro, a mudança de toda uma vida.
Meus caros, a vida de cada um de nós é abundante de enormes possibilidades. A cada momento recebemos estímulos mil que podem ser processados de uma maneira ou de outra. O fato é que estamos sempre a deriva dos acontecimentos, apesar de insistirmos em planejá-los adequadamente.
Nesta vasta alternativa de possibilidades, uma está sob o nosso compromisso maior, o de fazer o bem.
Este compromisso é intransferível e pode ser feito a todo momento e por qualquer um, mesmo que tenha possibilidades financeiras limitadas, até porque os problemas do mundo não se resumem à falta de recursos desta ordem.
Fazer o bem, ostentar a bandeira da caridade, tem sido o meu compromisso desde que “morri”. O fato é que somos convidados, do lado de cá da vida e com mais responsabilidade da alma, a termos uma posição ativa na direção do bem. Ou do mal, se esta for a inclinação.
A bandeira do bem é um lema geral onde vivo. Estar ativo é porque se está engajado em algum projeto de melhoria do povo ou mesmo que seja de uma só pessoa. Abraçar uma causa é algo normal e esperado no mundo que vivo e pergunto: por que não deveria ser assim também entre os vivos da terra?
Esta pergunta é lógica e busca resposta imediata de todos. O bem, tanto aqui como entre vocês, deveria ser regra comum, não uma exceção.
Os governos, por excelência, deveriam ser os primeiros agentes do bem, mas, infelizmente, agem de maneira trocada, invertem os papéis em determinados casos. Governo é do povo, ora, então deve fazer de um tudo para beneficiar o próprio povo, desesperadamente.
Aqui, nos meus escritos semanais, tenho dado oportunidade para você conhecer este outro lado social e político da terra, tanto onde vivo quanto em relação a vocês. Ou como deveria funcionar a nossa sociedade. A luta não é inglória, faz parte do processo natural de construção de um mundo melhor, tão-somente.
Avancemos na direção do bem, não há outro caminho a se percorrer.
Paz,

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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