(Fragmentos de uma Reflexão)
* Nem sempre desencarnações
coletivas dizem respeito a resgates coletivos.
* Muitas vezes, a falta de
mérito espiritual pode nos levar a situações que, redundando em nossa
desencarnação, dizem respeito à nossa imperfeição espiritual, e não
propriamente a resgate cármico específico, dessa ou daquela falta que tenhamos
cometido em existências pregressas.
* Quando um espírito ainda
necessite cumprir com determinada tarefa na Terra, iniciando-a ou, então, dando
sequência a ela, as Leis Divinas podem se movimentar no intuito de subtraí-lo a
situações que o impediriam.
* Muitos espíritos que, na
chamada desencarnação coletiva, deixam o corpo, não deixam de beneficiar a
Humanidade encarnada, porquanto, a partir do episódio que culminou com o seu
desenlace, os homens procuram aprimorar a sua vida social.
* Sabe-se, por exemplo, que,
não raro, a desencarnação considerada precoce de um espírito induz o seu grupo
familiar a reflexões que possibilitam o seu amadurecimento, o que, em
circunstâncias “normais”, talvez, demorasse muito mais tempo.
* A visão que o espírito,
enquanto encarnado, possui da chamada morte, é diferente daquela que ele vem a
possuir quando se reconhece liberto do jugo da matéria, sendo que o que
interpreta por prejuízo pode vir a lhe resultar em lucro.
* Na maioria das vezes,
quando vitimado em situação de violência – exceto se possuidor de determinado
grau de lucidez – o espírito requisita tempo mais ou menos longo para conseguir
situar-se dentro de sua nova realidade existencial.
* Assim como, na Crosta, as
comunidades encarnadas se movimentam para socorrer as vítimas de uma
catástrofe, socorrendo a feridos e “mortos”, claro que, do Outro Lado da Vida,
as comunidades desencarnadas se colocam em ação para amparar os espíritos
recém-chegados, entrando em contato com os seus familiares domiciliados nas
mais diferentes regiões do Mais Além para que possam vir ao seu encontro.
* Vale lembrar a resposta que
os Espíritos Superiores deram a Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, sobre a
questão 738-a, falando sobre “Flagelos Destruidores”: - “Nesses flagelos,
porém, o homem de bem sucumbe como os perversos; isso é justo?” - “Durante a
vida, o homem relaciona tudo ao seu corpo, mas após a morte pensa de outra
maneira, e como já dissemos: a vida do corpo é um quase nada; um século do
vosso mundo é um relâmpago na eternidade. Os sofrimentos, pois, do que chamais
alguns meses ou alguns dias, nada são. Apenas um ensinamento que vos servirá no
futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, eis o mundo real.
(...)”
* Logo a seguir, respondendo
à questão de número 738-b: - “Mas as vítimas desses flagelos nem por isso são
menos vítimas?”, os Espíritos disseram: - “Se se considerasse a vida por aquilo
que ela é, e quanto é insignificante em relação ao infinito, menos importância
se lhe atribuiria. Essas vítimas terão numa outra existência uma larga
compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.”
* E a questão 739, do livro
básico da Codificação: - “Esses flagelos destruidores têm uma utilidade do
ponto de vista físico, malgrado os males que ocasionam?” Resposta: - “Sim, eles
modificam algumas vezes o estado de uma região; mas o bem que deles resulta não
é geralmente sentido senão pelas futuras gerações.”
* Seria, então, de bom
alvitre, que os medianeiros em geral, procurassem evitar o oportunismo que
certos acontecimentos parecem facultar-lhes, no que tange ao contato com os
recém-desencarnados que neles pereceram, em situações que induzem à
coletividade humana à comoção, para que, através de sua precipitação, no anseio
de auxílio aos que ficaram o Espiritismo não venha a se expor ao ridículo
perante a opinião pública.
* Conforme deduzimos, as
desencarnações coletivas podem, simplesmente, não passar de experiências
coletivas, num orbe de provas e expiações qual é a Terra, em que todos os que
nela se encontram encarnados vivem expostos às circunstâncias do meio.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 12 de dezembro
de 2016.
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