10.4.16

Um Novo Amanhã

O que a Pátria espera de nós?
Vivemos tempos turbulentos, tempos de incerteza, onde não sabemos que sorte nos espera. O que fazer diante de tantas confusões, no meio de grandes interesses, nesta balbúrdia geral que se transformou o Brasil?
Já aludi aqui a necessidade da serenidade nestes momentos de crise. A temperatura emocional do povo está alta. Dois lados se digladiam e o resultado de tudo isso pode não ser bom para ninguém.
Não vou discutir aqui o lado que teríamos que adotar. Já disse, noutra ocasião, que a nossa opinião, embora válida, pudesse ser considerada pendente a um dos flancos e aí seria inevitável nos acusar, médium e eu, de tendenciosismo. Isto não!
O que trazemos aqui são reflexões gerais, preocupantes, é verdade, mas que todos estão a perceber e algo, urgentemente, precisa ser feito.
Com a imediata votação do processo de impeachment da senhora presidente da República teremos dois cenários muito claros.
Um, a vitória do governo que aí está e a outra, a saída do governo com a instalação de outro pelo vice-presidente da República.
Num e noutro cenário ocorrerá distúrbios e é isto que nos preocupa: a governabilidade do País.
O Brasil precisa de uma concertação geral, de um pacto integrado de partes, para tocar  a sua economia, a sua política, os assuntos sociais. Do jeito que está não é favorável para ninguém porque alimenta-se, dia após dia, um grande clima de convulsão social.
O povo possui um nível de tolerância diante das coisas e já está à beira de uma revolta, pois os interesses políticos partidários não podem ficar acima dos interesses da nação.
Os interesses, diga-se apropriadamente, de meia dúzia de políticos, que possuem ambição política mais profunda em dirigir o País. Nenhum deles, pelo que percebemos, reúne, por si só, condições de unir a nação. Terão, inevitavelmente, que reunir os demais para debater um plano geral de ações para o Brasil.
Esta Agenda Brasil deve conter as medidas amargas necessárias de conserto do que está à deriva, mas, paralelamente, um conjunto de ações que desafogue o arrocho que muitos estão enfrentando. Quando a barriga de muitos fica vazia é mal sinal porque presume-se que a inteligência tenderá a perder para a emoção, fruto da sobrevivência combalida.
Vejamos, irmãos de Pátria, aquilo que não deu certo e evitemos definitivamente. Verifiquemos que alternativas temos às mãos para melhorar o crédito e o emprego. Há a necessidade de se retomar a esperança e o trabalho é um meio de o povo voltar a confiar no País para que o otimismo tome conta de todos.
Os desacertos de governo devem ser priorizados, sobretudo nos serviços básicos ao povo, aqueles que ele sente mais à pele todos os dias. Quem sabe um choque de qualidade nos serviços de saúde não reativariam os ânimos de toda gente?
Com o emprego, com o aquecimento da economia, com a volta do estado de otimismo e com as reformas que o País exige, pouco a pouco, poderemos, em breve tempo, ver um novo Brasil ressurgir.
Por enquanto, oremos pela paz social.
Reflitamos o que cada um pode fazer para não alimentar o ódio corrente entre irmãos.
Reiteremos nas conversas a nossa confiança no Brasil e que tudo isso vai rapidamente passar. Não é de hoje que tivemos crise e não será esta que irá nos derrubar.
Aumentemos o grau de solidariedade com aqueles que mais precisam.
Faça a sua parte e verá que uma cadeia de ações começará a ser formada e novos ventos chegarão para o nosso povo, hoje sofrido e desolado.
Muito do que aí está é necessário para que o País repense as suas práticas políticas. Há sempre um  lado positivo em tudo que acontece, sobretudo se há a vontade de mudança e correção de rumos.
O Brasil vai mudar. Confiemos num novo amanhã.
Os espíritos do Senhor, responsáveis por esta grande nação, não estão a dormir, mas agem, diuturnamente, para alterar este estado de coisas.
Vamos vencer, pois o Brasil vai vencer.

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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