O
que a Pátria espera de nós?
Vivemos
tempos turbulentos, tempos de incerteza, onde não sabemos que sorte nos espera.
O que fazer diante de tantas confusões, no meio de grandes interesses, nesta
balbúrdia geral que se transformou o Brasil?
Já
aludi aqui a necessidade da serenidade nestes momentos de crise. A temperatura
emocional do povo está alta. Dois lados se digladiam e o resultado de tudo isso
pode não ser bom para ninguém.
Não
vou discutir aqui o lado que teríamos que adotar. Já disse, noutra ocasião, que
a nossa opinião, embora válida, pudesse ser considerada pendente a um dos
flancos e aí seria inevitável nos acusar, médium e eu, de tendenciosismo. Isto
não!
O
que trazemos aqui são reflexões gerais, preocupantes, é verdade, mas que todos
estão a perceber e algo, urgentemente, precisa ser feito.
Com
a imediata votação do processo de impeachment da senhora presidente da
República teremos dois cenários muito claros.
Um,
a vitória do governo que aí está e a outra, a saída do governo com a instalação
de outro pelo vice-presidente da República.
Num
e noutro cenário ocorrerá distúrbios e é isto que nos preocupa: a
governabilidade do País.
O
Brasil precisa de uma concertação geral, de um pacto integrado de partes, para
tocar a sua economia, a sua política, os
assuntos sociais. Do jeito que está não é favorável para ninguém porque
alimenta-se, dia após dia, um grande clima de convulsão social.
O
povo possui um nível de tolerância diante das coisas e já está à beira de uma
revolta, pois os interesses políticos partidários não podem ficar acima dos interesses
da nação.
Os
interesses, diga-se apropriadamente, de meia dúzia de políticos, que possuem
ambição política mais profunda em dirigir o País. Nenhum
deles, pelo que percebemos, reúne, por si só, condições de unir a nação. Terão,
inevitavelmente, que reunir os demais para debater um plano geral de ações para
o Brasil.
Esta
Agenda Brasil deve conter as medidas amargas necessárias de conserto do que
está à deriva, mas, paralelamente, um conjunto de ações que desafogue o arrocho
que muitos estão enfrentando. Quando a barriga de muitos fica vazia é mal sinal
porque presume-se que a inteligência tenderá a perder para a emoção, fruto da
sobrevivência combalida.
Vejamos,
irmãos de Pátria, aquilo que não deu certo e evitemos definitivamente.
Verifiquemos que alternativas temos às mãos para melhorar o crédito e o
emprego. Há a necessidade de se retomar a esperança e o trabalho é um meio de o
povo voltar a confiar no País para que o otimismo tome conta de todos.
Os
desacertos de governo devem ser priorizados, sobretudo nos serviços básicos ao
povo, aqueles que ele sente mais à pele todos os dias. Quem sabe um choque de
qualidade nos serviços de saúde não reativariam os ânimos de toda gente?
Com
o emprego, com o aquecimento da economia, com a volta do estado de otimismo e
com as reformas que o País exige, pouco a pouco, poderemos, em breve tempo, ver
um novo Brasil ressurgir.
Por
enquanto, oremos pela paz social.
Reflitamos
o que cada um pode fazer para não alimentar o ódio corrente entre irmãos.
Reiteremos
nas conversas a nossa confiança no Brasil e que tudo isso vai rapidamente
passar. Não é de hoje que tivemos crise e não será esta que irá nos derrubar.
Aumentemos
o grau de solidariedade com aqueles que mais precisam.
Faça
a sua parte e verá que uma cadeia de ações começará a ser formada e novos
ventos chegarão para o nosso povo, hoje sofrido e desolado.
Muito
do que aí está é necessário para que o País repense as suas práticas políticas.
Há sempre um lado positivo em tudo que
acontece, sobretudo se há a vontade de mudança e correção de rumos.
O
Brasil vai mudar. Confiemos num novo amanhã.
Os
espíritos do Senhor, responsáveis por esta grande nação, não estão a dormir,
mas agem, diuturnamente, para alterar este estado de coisas.
Vamos
vencer, pois o Brasil vai vencer.
Joaquim
Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal
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