220
–Há alguma diferença entre a crença e a
iluminação?
-Todos
os homens da Terra, ainda os próprios materialistas, crêem em alguma coisa. Todavia ,
são muito poucos os que se iluminam. O que crê, apenas admite; mas o que se
ilumina vibra e sente. O primeiro depende dos elementos externos, nos quais
coloca o objeto a sua crença; o segundo é livre das influências exteriores,
porque há bastante luz no seu próprio íntimo, de modo a vencer corajosamente
nas provações a que foi conduzido no mundo.
É
por essa razão que os espiritistas sinceros devem compreender que não basta
acreditar no fenômeno ou na veracidade da comunicação com o Além, para que os
seus sagrados deveres estejam totalmente cumpridos, pois a obrigação primordial
é o esforço, o amor ao trabalho, a serenidade nas provas da vida, o sacrifício
de si mesmo, de modo a entender plenamente a exemplificação de Jesus-Cristo,
buscando a sua luz divina para a execução de todos os trabalhos que lhes
competem no mundo.
221
–A análise pela razão pode cooperar, de modo
definitivo, no trabalho de nossa iluminação espiritual?
-É
certo que o homem não pode dispensar a razão para vencer na tarefa confiada ao
seu esforço, no círculo da vida; contudo, faz-se mister considerar que essa
razão vem sendo trabalhada, de muitos séculos no planeta, pelos vícios de toda
sorte.
Temos
plena confirmação deste asserto no ultra-racionalismo europeu, cuja avançada
posição evolutiva, ainda agora, não tem vacilado entre a paz e a guerra, entre
o direito e a força, entre a ordem e a agressão.
Mais
que em toda parte do orbe, a razão humana ali se elevou às mais altas
culminâncias de realização e, todavia, desequilibrada pela ausência do
sentimento, ressuscita a selvageria e o crime, embora o fausto da civilização.
Reconhecemos, pois, que na atualidade do
orbe toda iluminação do homem há de nascer, antes de tudo, do sentimento. O
sábio desesperado do mundo deve volver-se para Deus como a criança humilde,
para cuidar dos legítimos valores do coração, porque apenas pela reeducação
sentimental, nos bastidores do esforço próprio, se poderá esperar a desejada
reforma das criaturas.
Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier
– Emmanuel - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o
lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.
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