3.4.16

Controle Emocional

A ferida que guardamos no peito às vezes dói mais do que uma moléstia gigantesca. Isto ocorre porque a alma é mais suscetível que o corpo físico. As dores físicas podem ir embora, mas a enfermidade da alma fica lá e se mantém mesmo depois da morte. Sua intensidade é tamanha que, muitas vezes, quer-se deixar de existir por causa da agonia interior que ela provoca.
O desespero, nestes casos, é algo comum, mas de pouca valia, pois em nada ajuda o processo de cura. O consolo é enorme refrigero, mas possui os seus limites. A cura mesmo das dores da alma é de ordem íntima e passa, definitivamente, pelo conhecimento do que somos e o devido tratamento de modificação comportamental.
As pessoas, despercebidamente, não dão às questões emocionais o peso que elas deveriam ter, haja vista que é demasiadamente complicado inquirir a alma sem se sair “chamuscado” por dentro. Não é fácil encarar os próprios erros e sentimentos reinantes que nos dão ainda prazer, apesar de relutarmos em possui-los.
A questão maior é nos tratarmos com amor, sim, amor. Se não conseguirmos imprimir uma visão mais carinhosa de nós mesmos, mais indulgente, mais afetiva, vamos nos destruir aos poucos ao invés de nos fortalecermos. Estas questões da alma não são resolvidas de supetão, exigem respeito ao que cada um pode produzir em termos de conquistas particulares.
Eu mesmo, durante muito tempo, não me assumia com a presunção que sempre tive. Minha palavra tinha que ser respeitada por todos como em caráter de lei, afinal, sou eu que estou falando, o grande Joaquim Nabuco. A esfera do orgulho me tomava conta e eu, literalmente, me ensandecia comigo mesmo. Ainda bem que isto passou em grande monta. Tenho razoável controle com a maioria das minhas emoções, mas me deparo, vez por outra, com arroubos de violência comigo mesmo, isto porque o descontrole emocional é danoso principalmente para quem o provoca.
A soberba, a indignação perante opiniões contrárias às minhas, me fez ficar, muitas vezes, em más situações, mas nada como o tempo, um dia após o outro, para construir em mim uma compreensão do que sou e das minhas fragilidades espirituais.
A perseguição por um ideal me fez concentrar a atenção em determinados segmentos da vida, porém, por outro lado, deixou-me vulnerável em outros, cito, por exemplo, o meu conhecimento emocional que estudava bem pouco – afinal, tinha coisas mais importantes a me preocupar, pensava.
A verdade é que todos os dias somos escalados a passar por experiências construtivas do nosso ser e se tivermos a devida atenção e apreço conosco mesmo haveremos de evitar grandes danos na nossa própria vida.
A ordem divina é avançar, busquemos, então, priorizar aquilo que nos seja útil para os passos que pretendamos dar na nossa jornada evolutiva.

Um abraço,

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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