A ferida que guardamos no
peito às vezes dói mais do que uma moléstia gigantesca. Isto ocorre porque a
alma é mais suscetível que o corpo físico. As dores físicas podem ir embora, mas
a enfermidade da alma fica lá e se mantém mesmo depois da morte. Sua intensidade
é tamanha que, muitas vezes, quer-se deixar de existir por causa da agonia
interior que ela provoca.
O desespero, nestes casos,
é algo comum, mas de pouca valia, pois em nada ajuda o processo de cura. O
consolo é enorme refrigero, mas possui os seus limites. A cura mesmo das dores
da alma é de ordem íntima e passa, definitivamente, pelo conhecimento do que
somos e o devido tratamento de modificação
comportamental.
As pessoas,
despercebidamente, não dão às questões emocionais o peso que elas deveriam ter,
haja vista que é demasiadamente complicado inquirir a alma sem se sair
“chamuscado” por dentro. Não é fácil encarar os próprios erros e sentimentos
reinantes que nos dão ainda prazer, apesar de relutarmos em
possui-los.
A questão maior é nos
tratarmos com amor, sim, amor. Se não conseguirmos imprimir uma visão mais
carinhosa de nós mesmos, mais indulgente, mais afetiva, vamos nos destruir aos
poucos ao invés de nos fortalecermos. Estas questões da alma não são resolvidas
de supetão, exigem respeito ao que cada um pode produzir em termos de conquistas
particulares.
Eu mesmo, durante muito
tempo, não me assumia com a presunção que sempre tive. Minha palavra tinha que
ser respeitada por todos como em caráter de lei, afinal, sou eu que estou
falando, o grande Joaquim Nabuco. A esfera do orgulho me tomava conta e eu,
literalmente, me ensandecia comigo mesmo. Ainda bem que isto passou
em grande monta.
Tenho razoável controle com a maioria das minhas emoções, mas
me deparo, vez por outra, com arroubos de violência comigo mesmo, isto porque o
descontrole emocional é danoso principalmente para quem o
provoca.
A soberba, a indignação
perante opiniões contrárias às minhas, me fez ficar, muitas vezes, em más
situações, mas nada como o tempo, um dia após o outro, para construir em mim uma
compreensão do que sou e das minhas fragilidades
espirituais.
A perseguição por um ideal
me fez concentrar a atenção em determinados segmentos da vida, porém, por outro
lado, deixou-me vulnerável em outros, cito, por exemplo, o meu conhecimento
emocional que estudava bem pouco – afinal, tinha coisas mais importantes a me
preocupar, pensava.
A verdade é que todos os
dias somos escalados a passar por experiências construtivas do nosso ser e se
tivermos a devida atenção e apreço conosco mesmo haveremos de evitar grandes
danos na nossa própria vida.
A ordem divina é avançar,
busquemos, então, priorizar aquilo que nos seja útil para os passos que
pretendamos dar na nossa jornada evolutiva.
Um
abraço,
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
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