Questão 339 do Livro dos Espíritos
O Espírito, ao reencarnar, sofre realmente
muito mais do que quando se desprende dos laços físicos. Quando está na carne,
ele se encontra preso e sofrendo as conseqüências da prisão; há leis que ele
deve respeitar. O corpo é uma verdadeira prisão, no entanto, Jesus veio ao
mundo nos ensinar a todos como vivermos felizes, mesmo tomados e envolvidos nos
fluidos do complexo fisiológico. Essa felicidade depende de cada criatura, do
seu interesse pelos seus caminhos, intentando sempre conhecer a verdade.
Ao afrouxar os laços da carne, em preparo
para sair dela, sofre o mesmo, pois, está saindo da prisão do corpo, não
obstante, se não compreende as leis de Deus, se desconhece o "Vigiai e
Orai" de Jesus, ele pode continuar na prisão e por vezes mais dura porque,
em Espírito, logo que pensamos já estamos concretizando o pensamento.
A justiça é um estado apolínio no reino do
amor. Deus já fez tudo em nosso favor, basta que realizemos a nossa parte, como
sendo conquistada para que se transforme em ambiente de luz pelas nossas mãos.
Mesmo Deus sendo tudo, operando em
tudo, Ele , o Ser Supremo, deseja que façamos algo para que
brilhe em nós a operosidade no serviço do bem comum.
Quando a alma aprende e sente-se bem
buscando todas as nuances do amor, essa alma se mostra em estado deslumbrante
onde quer que seja, de sorte a beneficiar a muitos que andam com ela em
caminho.
O Espírito mediano, ao passar pela porta
estreita da reencarnação, sofre muito mais do que ao desencarnar. Quando ele
chega a carne fica em estado de esquecimento, sofrendo as intempéries
conjugadas ao espaço em que milita, enfrentando as heranças de todas as sortes
e as influências de todos os caminhos que se encontra percorrendo.
Devemos meditar nos primeiros seguidores de
Jesus; eles se encontravam presos a carne e se libertaram, mesmo dentro dela.
Eles entravam nos circos romanos, de opressões e de morte, cantando com grande
alegria, por terem sido chamados e escolhidos para se entregarem às feras em
nome d'Aquele que é a vida. Centenas, milhares, de Espíritos de escol no mundo
maior pediam a Deus para voltarem à carne e ajudarem ao Mestre dos mestres a
dar testemunhos sobre as verdades anunciadas, e o Senhor o permitiu a muitos,
em toda Terra.
Embora muitos não tivessem tido a oportunidade
de verem pessoalmente o Senhor anunciando a verdade, eles estavam com o Cristo
de Deus a vibrar no coração, pois para o Espírito livre da ignorância, as
distâncias não existem. Submetiam-se a toda ordem de sofrimentos sem se
torturarem intimamente; ao contrário, sentiam-se felizes, na felicidade dos
anjos.
Esses muitos vieram antes de Jesus e depois
d'Ele, e alguns deles, estão retornando ao mundo nesta época chamada "fim
dos tempos” e que nos propomos a dizer: fim dos tempos maus. O sofrimento do
Espírito na carne é mais longo, por trazer na sua consciência firmes
compromissos de limpar o passado tortuoso.
Se um Espírito vem com algum programa para o
bem coletivo, ele traz igualmente as marcas do Cristo no coração e nos
caminhos, de modo a dar exemplos de serenidade para os que o observam e
acompanham.
Em sua carta aos Filipenses, no capítulo um,
versículo vinte e nove, Paulo escreveu: "Porque vos foi concedida a graça
de padecerdes por Cristo, e não somente de crerdes Nele". atentemos a
estas palavras: a graça de padecermos por Cristo.
Os sofrimentos de reencarnarmos e
desencarnarmos é graça que recebemos, e todas as lutas que travamos na carne é
graça dos céus em favor de nós mesmos. A luta pelo bem comum é, pois, o nosso
ideal, para que possamos, no futuro, amar por amor.
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