Triste agitação assola o
nosso País. Estamos atônitos, aparentemente sem uma saída para os problemas que
enfrentamos. Somos vítimas de tudo isso, mas também os seus protagonistas porque
não há político no poder, no regime democrático, em que não tenhamos o nosso
quinhão de participação, afinal, alimento de político é
voto.
O que interessa agora é
buscar saídas, alternativas, portas para um novo amanhã. Dizer que um deve sair
e que outro deve entrar não é suficiente. Isto é óbvio, caso haja efetivamente
desvios jurídicos intransponíveis, o que está em jogo é o dia de amanhã, seja
ele qual for.
Tenho passeado pelo nosso
País e vejo uma tristeza só. Nunca vi uma aura de tanto desânimo no nosso povo.
É como se não houvesse uma alternativa de solução para os problemas que
passamos.
Quem vai nos salvar? -
pergunta o povo, nos meandros de seus pensamentos.
Ah! Esta história de herói
não cabe mais, minha gente. Depender de uma pessoa só é muito pouco e perigoso.
Se esta pessoa falhar, por mais honesta e bem-intencionada que seja, o povo é
puxado junto com ela.
Não é assim que se faz
política, minha gente. Não é assim não. Política se faz assumindo o protagonismo
na história.
O povo tem que saber que
destino quer para si e trabalhar para que suas ideias maiores sejam tiradas do
papel.
Isto passa em eleger
representantes sadios e comprometidos.
Isto passa em exercer sua
cidadania depois da eleição e não apenas durante ela.
Isto representa ser um
sujeito ativo da sua própria história, sem delegar isto a
ninguém.
Entendeu?
Sem transferir isto para
quem quer que seja, afinal, a consciência e a sua vida são suas, não é
verdade?
Quando assumimos a nossa
responsabilidade no processo político vamos às ruas como estamos fazendo
agora.
Que haja o embate político,
com segurança e paz, no respeito das ideias, mas é necessário ter ideias,
deixá-las claras, debatê-las, chegar a um lugar
qualquer.
Quando vejo alguém
reclamando sem sair do lugar onde está, fico pensando: será que ele não merece
passar pelo que está passando?
Quando assumimos o
protagonismo da nossa história, vamos às ruas, vamos às assembleias, debatemos
em fóruns, emitimos a nossa opinião, é este instrumento democrático que devemos
usar. Jamais cruzar os braços.
Pedimos que a política,
pelo caminho da democracia e das leis, resolva as suas pendências e mantenhamos
o povo unido para melhorar o nosso País.
Mais uma vez acompanhamos
as movimentações espirituais dos que desejam usar as tensões para servirem-se
delas em lançar irmãos uns contra os outros ou apelar para a
radicalidade.
Eles estão infiltrados em
todos estes movimentos e desejam uma oportunidade para desmoralizar o sadio
embate das ruas.
Não quero dizer aqui que um
lado está certo e o outro está errado, embora tenhamos a nossa opinião, mas de
nada ajudará emitirmos o nosso ponto de vista, por melhor que seja a nossa
perspectiva sobre o assunto.
Delego ao povo, de maneira
pacífica e consciente, ajudar os decisores da nação a cumprirem com a sua
obrigação.
Precisamos viver em paz e
trabalhar por um Brasil melhor e isto urgentemente.
Avancemos com o
povo!
Helder
Camara
Nenhum comentário:
Postar um comentário