21.3.16

Protagonismo

Triste agitação assola o nosso País. Estamos atônitos, aparentemente sem uma saída para os problemas que enfrentamos. Somos vítimas de tudo isso, mas também os seus protagonistas porque não há político no poder, no regime democrático, em que não tenhamos o nosso quinhão de participação, afinal, alimento de político é voto.
O que interessa agora é buscar saídas, alternativas, portas para um novo amanhã. Dizer que um deve sair e que outro deve entrar não é suficiente. Isto é óbvio, caso haja efetivamente desvios jurídicos intransponíveis, o que está em jogo é o dia de amanhã, seja ele qual for.
Tenho passeado pelo nosso País e vejo uma tristeza só. Nunca vi uma aura de tanto desânimo no nosso povo. É como se não houvesse uma alternativa de solução para os problemas que passamos.
Quem vai nos salvar? - pergunta o povo, nos meandros de seus pensamentos.
Ah! Esta história de herói não cabe mais, minha gente. Depender de uma pessoa só é muito pouco e perigoso. Se esta pessoa falhar, por mais honesta e bem-intencionada que seja, o povo é puxado junto com ela.
Não é assim que se faz política, minha gente. Não é assim não. Política se faz assumindo o protagonismo na história.
O povo tem que saber que destino quer para si e trabalhar para que suas ideias maiores sejam tiradas do papel.
Isto passa em eleger representantes sadios e comprometidos.
Isto passa em exercer sua cidadania depois da eleição e não apenas durante ela.
Isto representa ser um sujeito ativo da sua própria história, sem delegar isto a ninguém.
Entendeu?
Sem transferir isto para quem quer que seja, afinal, a consciência e a sua vida são suas, não é verdade?
Quando assumimos a nossa responsabilidade no processo político vamos às ruas como estamos fazendo agora.
Que haja o embate político, com segurança e paz, no respeito das ideias, mas é necessário ter ideias, deixá-las claras, debatê-las, chegar a um lugar qualquer.
Quando vejo alguém reclamando sem sair do lugar onde está, fico pensando: será que ele não merece passar pelo que está passando?
Quando assumimos o protagonismo da nossa história, vamos às ruas, vamos às assembleias, debatemos em fóruns, emitimos a nossa opinião, é este instrumento democrático que devemos usar. Jamais cruzar os braços.
Pedimos que a política, pelo caminho da democracia e das leis, resolva as suas pendências e mantenhamos o povo unido para melhorar o nosso País.
Mais uma vez acompanhamos as movimentações espirituais dos que desejam usar as tensões para servirem-se delas em lançar irmãos uns contra os outros ou apelar para a radicalidade.
Eles estão infiltrados em todos estes movimentos e desejam uma oportunidade para desmoralizar o sadio embate das ruas.
Não quero dizer aqui que um lado está certo e o outro está errado, embora tenhamos a nossa opinião, mas de nada ajudará emitirmos o nosso ponto de vista, por melhor que seja a nossa perspectiva sobre o assunto.
Delego ao povo, de maneira pacífica e consciente, ajudar os decisores da nação a cumprirem com a sua obrigação.
Precisamos viver em paz e trabalhar por um Brasil melhor e isto urgentemente.
Avancemos com o povo!

Helder Camara

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