Você
sabe o que é estar presente? Se não sabe deveria saber imediatamente.
Tenho
verificado no dia a dia de vocês uma corrida frenética de lá para cá. As
pessoas vivem mais em deslocamento do que focadas em algo produtivo. Esta
correria não é boa porque faz você se dispersar. O pior, o que aumentar esta
perda de foco, é que vocês se distraem completamente com as tais mídias
sociais.
Está
cada vez mais difícil ver duas pessoas olhando uma para outra com atenção total
concentrada. Vocês usam o aparelho de celular permanentemente. Estão mais
conectadas com quem está ausente do que com aqueles que estão ao seu lado. Será
que isso é correto?
Penso
que não.
Claro
que a minha antipatia com estes aparelhinhos deve ser levado em conta, mas,
como tudo na vida, há um exagero generalizado no uso dessas
"coisinhas".
Reconheço
que elas aproximam os distantes e isto é
uma maravilha da conquista humana. Que engenhosidade tecnológica aquela que
aproxima os distantes de uma forma simples e barata. No meu tempo para se
conseguir falar com alguém do interior do mesmo estado era uma dificuldade
tremenda. Falar com alguém no próprio país era extremamente difícil,
comunicar-se então com alguém fora do país era inimaginável e vocês possuem
isso literalmente na palma de suas mãos. Esta é a grande conquista, no entanto,
aproximamos os distantes e distanciamos os presentes, então o ganho foi
relativo.
Você
sabe o que significa um olho no olho?
Você
sabe o que representa um aperto de mão e um abraço?
Você
imagina o que é compartilhar uma conversa na presença física do outro.
Sei
que a tecnologia proporciona até isso hoje, pelo menos a visualização da outra
pessoa numa tela, mas jamais conseguirá, pelo que sei, a um prazo distante,
traduzir o que significa a troca de olhares, abraços e impressões.
Não
é excluir a tecnologia das nossas vidas, mas não deixar de ter a perspectiva de
que somos seres humanos - humanos. Não somos máquinas, somos humanos, com todas
as letras.
Sendo
assim façamos com que a tecnologia trabalhe a nosso favor, mas não deixemos de
exercer o papel que máquina alguma poderá substituir: traduzir a emoção e o
sentimento verdadeiro de outro ser humano com todas as impressões possíveis e
imagináveis.
Não
me considerem um desatualizado ou um saudosista, mas alguém que valoriza a
experiência humana acima de tudo.
A
experiência que transforma e renova.
A
experiência que promove aproximações.
A
experiência que é arrebatadora.
Sejamos
humanos. Será que é pedir muito?
Helder
Camara
Nenhum comentário:
Postar um comentário