Aproxima-se mais uma data de comemoração do nascimento de
Jesus e o que mudou dois mil anos depois desta data magnânima?
Mudou muito,
eu sei.
Já falamos no amor como centro das relações humanas para se alcançar
a felicidade.
Já respeitamos mais ao próximo e distendemos ações humanitárias
de carinho e afeto.
Já nos inquietamos com atitudes radicais de guerra.
Já
não aceitamos mais o desrespeito aos direitos humanos e contra a
democracia.
Já evoluímos como civilização planetária e não apenas como um
conjunto de países soltos sem ação de reciprocidade.
Muito a se comemorar,
mas também, infelizmente, muito a se preocupar.
Não resolvemos o problema da
fome e da miséria que ainda mata milhões de irmãos nossos todos os dias no
planeta.
Não conseguimos diminuir o fosso de desigualdade entre ricos e
pobres.
Não encontramos um regime que beneficie toda a gente do planeta em
levar prosperidade e paz para todas as nações.
Não conseguimos encontrar Deus
na essência de tudo que fazemos.
Muito a evoluir, mas muito a comemorar
também.
O espírito do Cristo ainda é perene, porém muito distante das coisas
concretas do nosso dia a dia.
O Cristo não deve ficar guardado nas igrejas de
todo o tipo que o reverencia. Ele deve ganhar as praças e as mesas das grandes
decisões mundiais.
O Cristo não deve apenas representar um símbolo de bondade
e paz. Ele deve ser o exemplo a ser imitado incansavelmente por cada um de
nós.
O Cristo não representa uma ilusão de uma época. Ele é a grande saída
para todos os povos, agora e sempre.
No nascimento do Cristo, que se fez como
menino Jesus, devemos trazê-lo de volta ao centro das discussões humanas.
O
que aprender com este homem que revolucionou a história e é lembrando até
hoje?
Qual a contribuição que Ele nos trouxe para conhecermos melhor a alma
humana?
Qual o ensinamento apresentado para pacificar os conflitos de toda
sorte?
Qual o modelo de sociedade que introduziu para perseguirmos como
alternativa para a edificação de um mundo melhor?
Há mais de dois mil anos de
seu nascimento entre os homens, penso que Jesus necessita nascer novamente,
desta vez nos corações humanos que apenas o enxergou pelas lentes da
razão.
Jesus, meu querido Jesus, renasça hoje no íntimo de seus irmãos de
caminho. Mostra a eles que não há outra alternativa de redenção que não seja o
amor. Não o amor piegas, da boca para fora, mas o amor verdadeiro que se mostra
vivo em cada minuto das nossas vidas.
Renasce, Jesus!
Renasce para mostrar
que toda esta beligerância consumista é equívoco profundo.
Renasce para
mostrar que as coisas do espírito são aquelas que devemos nos preocupar diante
deste mundo que ainda teima em glorificar o materialismo.
Renasce para
mostrar que estamos destruindo o nosso planeta, pois abandonamos à própria sorte
a sobrevivência ambiental do mundo.
Renasce, Jesus, para mostrar a tua
mensagem esquecida, mas absolutamente atual, tirando-a do charco dos interesses
mesquinhos.
Esperamos por ti, Jesus, não mais na manjedoura, mas certamente
numa grande comunidade pobre do planeta. Venha branco ou negro, rico ou pobre,
alto ou baixo, mas venha para nos salvar, de novo, de nós mesmos.
Penso que
iríamos novamente não reconhecê-lo e outra vez te ignorar e, de alguma forma, te
crucificar, humilhando-te e descarregando todo o nosso escárnio e crueldade,
porque, certamente, não reconheceríamos o filho de Deus.
Neste natal, querido
Jesus, ajuda a renascer a nossa esperança de dias melhores, mais justos, de mais
amor e fraternidade.
Renasce, logo, Jesus, para que a humanidade, por fim,
desperte para sua redenção definitiva.
Feliz natal, Jesus!
Hélder
Câmara
22.12.14
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