26.12.14

Diálogo para a Paz

A notícia da reaproximação dos Estados Unidos de Cuba é alvissareira. Brilha no horizonte uma esperança a mais. Dois países que viviam às turras começam a dialogar, a fazer as pazes, e que notícia maravilhosa é esta para o plano mundial.
Nós daqui ficamos muito felizes em ouvir, de parte a parte, a predisposição de voltar a se ter um relacionamento distendido entre duas nações próximas geograficamente, mas distantes na amizade. Que bom que  isto, finalmente, está se acabando.
Vivi os dias duros entre elas. De um lado, a inflexibilidade do presidente Kennedy diante da pressão soviética. De outro, Fidel Castro queria mostrar a sua hegemonia contra o que chamava de imperialismo norte-americano. Duas propostas antagônicas para o mundo se debatia em radicalização e o povo do planeta inteiro ficava a mercê dos humores destes três países, haja vista que qualquer titubeio poder-se-ia detonar uma terceira guerra mundial e, desta vez, de proporções imprevisíveis, pois o poderio atômico instalado poderia, em muitas vezes, destruir o próprio planeta.
Graças a Deus que tudo isto acabou. Particularmente para Cuba o embargo econômico foi desastroso. Como pode um povo inteiro sair prejudicado na sua condição mínima pela subtração da importação de coisas importantíssimas para a sobrevivência humana? Ainda bem que tudo acabou, porque via uma nação ficar cada vez mais pobre, enquanto seus vizinhos encontravam saídas econômicas mais satisfatórias.
É claro que o regime socialista trouxe alguns benefícios para o povo cubano, sobretudo para a saúde e para a educação, mas o preço pago foi altíssimo.
A desarticulação do embargo econômico vai dar novos ares para Cuba, mas também para os Estados Unidos e o resto do mundo. A pequena Cuba é grande por causa do seu povo e de suas belezas naturais e voltará a restaurar a prosperidade econômica para a maioria da sua gente sofrida. Vai conseguir, com certeza, se soerguer rapidamente e se tornar a grande joia do Caribe. Vamos esperar.
De outra sorte, aguardamos também que as relações dos Estados Unidos com a Rússia se restaurem. Mal acabou um embargo começa outro, desta vez “é briga de cachorro grande”.
Quando pensávamos que finalmente os dois grandes países iriam se reaproximar depois que se concluiu a “Guerra Fria”, eis que aparece novo conflito devastador. De um lado, Barack Obama com sua cordialidade, mas defendendo os interesses norte-americanos. De outro, o Sr. Putin a esbravejar força para seu povo. Com tudo isso, ninguém sai ganhando, pois apesar da diminuição do poderio atômico das duas nações, ainda assim são poderosíssimas para destruir o nosso planeta diante de um conflito mais grave e radical. Esperemos que estes humores se desfaçam e volte a reinar o clima de paz que estava predominando há alguns anos.
Neste episódio da reaproximação dos Estados Unidos e Cuba, vale destacar o papel grandioso de pacificador e reconciliador do nosso Papa Francisco. Que figura extraordinária, de diálogo fácil, que soube com habilidade tocar nos corações dos líderes dos dois países. Não era sem tempo de alguém tomar a iniciativa de reaproximação destas duas grandes nações. Ele desarmou espíritos e apelou para o bom senso e foi escutado em seu esforço de paz.
O Papa Francisco mostra a importância do espírito cristão nas negociações bilaterais. Mostra o quão é importante colocar a paz como centro das relações internacionais e, graças a Deus, as nossas preces foram ouvidas e dois irmãos começam a dar os primeiros passos para a paz definitiva.
Viva a união!
Viva a paz e a fraternidade!
Viva o amor e a verdade!
Que Deus abençoe a todos nós.
Hélder Câmara

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