Questão 291 do Livro dos Espíritos
LAÇOS
DE SIMPATIA
Existem duas forças atuando entre os
espíritos: uma que reúne os grupos por sintonia de aptidões, e outra mais forte
que são os laços entre duas almas, por coerência de sentimentos uma com a
outra.
É norma comum, em todos os planos onde permanecem espíritos puros,
conhecer os fundamentos da simpatia na sua profundidade, e exercitá-la em
direção a todas as criaturas. É de bom alvitre observar a vida do Cristo, que
despejava amor e simpatia divina sobre todas as coisas e todas as criaturas, a
maneira com que as pessoas ficavam fascinadas com a sua presença superior. Os
seus próprios inimigos ficavam tomados de interesse por Ele, mas esse interesse
tornava-se em ódio, por não se igualarem ao Mestre. Era o orgulho ferido e o
egoísmo em evidência.
Para que possamos crescer no amor em todos os rumos
da vida, o Evangelho nos ensina a perdoar aqueles que nos ofendem e caluniam.
Divide-se o amor da Boa Nova em ramificações sem conta, para crescer a simpatia
em todos os que nos cercam, força poderosa da alegria espiritual, desde quando
as paixões sejam eliminadas do ambiente do coração.
As afeições
particulares, que na Terra se vê, são o começo do adestramento da luz interior
procurando, com o progresso, avolumar-se para que a universalidade seja a
realidade dos espíritos.
Se já temos simpatia por alguém, não a
desfaçamos por simples arranhões materiais e morais. Se porventura nosso irmão
nos feriu, falemos bem dele quando oportuno, que desta forma poderemos ajudá-lo
a compreender o ideal de Jesus para com a humanidade.
Procuremos não
deixar a sintonia de sentimentos entre nós e outra alma tornar-se em egoísmo. Se
prender-se a esse acanhado círculo de amor de um para o outro, ela, a simpatia,
é grandiosa, mas, quando se amplia ao infinito, visando o amor universal, ela é
a presença do próprio Deus no coração.
O homem do futuro, e pedimos ao
Senhor que esse futuro não demore, vai presenciar, por aparelhos sensíveis, como
atuam no organismo do ser que "ama" com interesse apenas em amar, os efeitos
malignos do ódio, de inveja e do ciúme.
Quando a própria ciência mostrar
os distúrbios provocados pelas inferioridades, pelo amor apenas a si mesmos, os
homens passarão a corrigir o que lhes faz mal. E nessa época, o ambiente
favorecerá a verdadeira fraternidade, força capaz de levar a humanidade a planos
superiores mesmo vivendo na Terra. A carência de afeto no mundo não é somente o
sexo que vai preencher; ele se encontra em segundo plano, sendo necessário ao
crescimento da prole e oportunidades para as reencarnações nesse plano de
vida.
A verdadeira carência do ser humano é mesmo do amor, dos laços de
simpatia profunda que alimentam o espírito em todas as suas necessidades. O amor
é alimento das almas, como muitos espíritos superiores já disseram.
Verdadeiramente, o amor é a fonte de vida que conhecemos. João, o evangelista,
disse uma frase imortal na literatura universal: Deus é Amor.
E nós
acrescentamos: Deus é muito mais que o Amor, pois, essa virtude foi criada por
Ele. Deus é a totalidade de todas as essências de vida que conhecemos e das que
desconhecem os sábios da espiritualidade.
Livro: Filosofia Espírita VI -
João Nunes Maia - Miramez
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