Questão 289 do Livro dos Espíritos
OS QUE
NOS RECEBEM
Não é demais repetir assuntos que dizem
respeito ao aprendizado de todos nós. Vamos falar dos que vêm nos receber no
além-túmulo, ao nos desprendermos dos laços fisiológicos.
Os que nos são
afeiçoados fazem todos os esforços para nos ajudar, na medida dos nossos
merecimentos, e ainda trabalham na sombra da misericórdia, ambiente farto,
cedido pelas mãos iluminadas de Jesus Cristo, para toda a humanidade.
Até
para vir nos assistir à chegada na dimensão espiritual, os nossos afeiçoados
precisam ter condições, em se tratando da ajuda espiritual; aos de má vontade,
os envolvidos no descanso exagerado, acostumados na preguiça, foge-lhes a
capacidade de assistir. Ainda aí a lei de justiça é vigorante. A quem está se
desprendendo, se tem mérito, o mundo espiritual elevado não descansa para lhe
dar todo o apoio de que precisa, desde o corte do laço fluídico que o prende ao
corpo de carne até a condução para as casas de recuperação espiritual.
A
maior alegria do justo é essa: esteja onde quer que seja, os frutos do seu
plantio vêm ao seu encontro, por direito divino, protegido do pelas leis de
justiça.
Os espíritos superiores vão ao encontro dos seus entes queridos
que desencarnam, mas, nem sempre ficam visíveis aos seus olhos espirituais.
Depende do grau de elevação dos que chegam: se estes estão envolvidos na
inferioridade, aqueles assistem ao drama da desencarnação, vêem os que os
recebem por sintonia, e oram por eles, para que despertem pelos processos que a
natureza sabe cuidar. Sempre recebem pela presença da Luz, e inquietam os das
trevas com o ambiente que fazem pela irradiação do amor.
Ninguém fica
eternamente nas regiões inferiores. O tempo sabe encarregar-se da ignorância,
transformando-a em entendimento. A luz espanta as trevas em todos os rumos, e os
agentes de Deus se encontram em toda parte, como sendo o amor do Criador
assistindo à criação.
Trabalhemos na ordem do universo, conservando a paz
onde quer que seja. Preparemo-nos todos os dias para que todos possam, na
chegada ao mundo espiritual, encontrar companhias compatíveis com os sentimentos
elevados que cultivarem na estrada espinhosa do mundo físico. Jesus, quando nos
exortou a tomarmos a nossa cruz e segui-Lo, quis nos mostrar os nossos deveres
ante a vida que nos convida para a luz. O trabalhador que cumpre seu dever é
digno do seu salário.
O espírito que deixou na Terra um rastro de
inquietações terá multiplicadas essas inquietações, pois que elas o acompanham
no além-túmulo. Se a revolta assomar em seu coração, elas crescem mais,
colocando-o em maiores dificuldades, e somente a volta à Terra em caminhos
difíceis poderá suavizar seu fardo, para que ele mesmo cuide de transformar seus
sentimentos.
O Espiritismo com Jesus torna-se uma ligação verdadeira do
céu à Terra, por onde podemos receber as mais elevadas lições do que deve ser
feito para a viagem de retorno ao mundo dos espíritos. Se o homem tem impulsos
de guerra vibrando dentro de si, é preciso que mude de rumo, e lute consigo
mesmo, porque será somente vencendo as suas inferioridades que entrará no reino
da luz, ao passar pelas portas do túmulo. Os que nos recebem nesses momentos, na
porta estreita, sentirão a alegria dobrada, a satisfação de verem juntar-se a
eles mais uma luz para o bem comum.
Livro: Filosofia Espírita VI - João
Nunes Maia - Miramez
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