5.2.14

Questão 288 do Livro dos Espíritos
     ENCONTRO DOS IGUAIS
    É comum que um espírito mau, quando chega ao mundo espiritual, desperte alegria entre seus iguais, no conjunto que o espera. Há no meio deles certa amizade, porém, a qualquer coisa que não os agrade levam um companheiro à tortura, sem piedade.
    Eles desconhecem o perdão e o amor, e é por isso que se encontram em estado de inferioridade. Por vezes, vão ao sacrifício pessoal para defender seus companheiros de outros grupos perseguidores; vivem no espaço em plena guerra, qual os homens lutando entre si por seus países. Entre eles, a usura e o orgulho se destacam com o crescimento da razão, impedindo a participação dos sentimentos do amor e da fraternidade, assim como há muitas nações que sempre estão presentes nas calamidades públicas, onde quer que ocorram, mas, sem os sentimentos da caridade, visando ao comércio e mesmo ao domínio.

   Esperamos, entretanto, ser isso um exercício que as leve ao verdadeiro sentimento do bem, como um começo do desperiamento espiritual.
    Os iguais se congregam por lei da afinidade. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres. (Mateus, 24:28 e Lucas, 18:37). A relatividade se expressa em toda parte, pois, há espíritos inferiores que, ao desencarnarem, logo ganham a razão e continuam sob a influência das suas paixões desregradas, mesmo fora do corpo físico. Dentre eles, há muitos que já têm algum conhecimento científico e que se libertam com certa facilidade do sono demorado, comum a certas almas doentes.
    Observemos na Terra, quando se reúnem os marginais de todos os tipos: existe um comando que os enquadra dentro de certas ordens a cumprir, e quando algum se afasta das diretrizes ou discorda de partilha injusta, eles o levam ao sacrifício, tirando-lhe a vida. Assim se processa no mundo espiritual; onde se reúnem mais de dois espíritos, necessário se faz que tenham alguém a obedecer.
    O descuido de organizações religiosas na parte moral da comunidade e principalmente dos seus dirigentes é que atrai espíritos daquele mesmo nível de conduta, tornando o ambiente tisnado em ambiente degradante e levando-o ao caos.
    Quem dirige uma organização cristã não deve levar os outros a crerem somente pelo falar, pois a teoria enfraquece os pilares mestres da casa de assistência. A maior força de resistência espiritual é a vivência dos que orientam as casas do bem comum.
    Se o Evangelho está, nesses lugares, aberto como um convite a todos para a mudança de vida, os primeiros que devem mudar são os que dirigem. Lembremo-nos: onde se vê corvos voando, ali emana o mau cheiro. O "Evangelho Segundo o Espiritismo", de AIlan Kardec, nos apresenta pelo espírito Paulo, uma frase que nos orienta sempre para a segurança da nossa evolução:
    Fora da caridade não há salvação
    A benevolência é um gênio de infinitas possibilidades de servir, de amar e de perdoar, no conserto de todos os povos e de cada criatura em particular.
    Fala-nos a Boa Nova de Jesus: acende a tua luz. A luz atrai luz, e as trevas não ficam bem com as claridades do amor.
    Quando nos aproximarmos de um grupo de espíritos encarnados ou desencarnados em conversação de assuntos inferiores, já sabemos a qualidade de irmãos que ali se encontram, por afinidade. Esforcemo-nos para dissuadir a nós mesmos, ampliando o bem e a pureza no pensar e falar porque deste modo atrairemos para junto de nós almas do mesmo sentimento e seremos felizes com a felicidade dos que nos cercam.
 
Livro: Filosofia Espírita VI - João Nunes Maia - Miramez

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