Questão 288 do Livro dos Espíritos
ENCONTRO DOS IGUAIS
É comum que um espírito mau, quando chega ao
mundo espiritual, desperte alegria entre seus iguais, no conjunto que o espera.
Há no meio deles certa amizade, porém, a qualquer coisa que não os agrade levam
um companheiro à tortura, sem piedade.
Eles desconhecem o perdão e o
amor, e é por isso que se encontram em estado de inferioridade. Por vezes, vão
ao sacrifício pessoal para defender seus companheiros de outros grupos
perseguidores; vivem no espaço em plena guerra, qual os homens lutando entre si
por seus países. Entre eles, a usura e o orgulho se destacam com o crescimento
da razão, impedindo a participação dos sentimentos do amor e da fraternidade,
assim como há muitas nações que sempre estão presentes nas calamidades públicas,
onde quer que ocorram, mas, sem os sentimentos da caridade, visando ao comércio
e mesmo ao domínio.
Esperamos, entretanto, ser isso um exercício
que as leve ao verdadeiro sentimento do bem, como um começo do desperiamento
espiritual.
Os iguais se congregam por lei da afinidade. Onde estiver o
cadáver, aí se ajuntarão os abutres. (Mateus, 24:28 e Lucas, 18:37). A
relatividade se expressa em toda parte, pois, há espíritos inferiores que, ao
desencarnarem, logo ganham a razão e continuam sob a influência das suas paixões
desregradas, mesmo fora do corpo físico. Dentre eles, há muitos que já têm algum
conhecimento científico e que se libertam com certa facilidade do sono demorado,
comum a certas almas doentes.
Observemos na Terra, quando se reúnem os
marginais de todos os tipos: existe um comando que os enquadra dentro de certas
ordens a cumprir, e quando algum se afasta das diretrizes ou discorda de
partilha injusta, eles o levam ao sacrifício, tirando-lhe a vida. Assim se
processa no mundo espiritual; onde se reúnem mais de dois espíritos, necessário
se faz que tenham alguém a obedecer.
O descuido de organizações
religiosas na parte moral da comunidade e principalmente dos seus dirigentes é
que atrai espíritos daquele mesmo nível de conduta, tornando o ambiente tisnado
em ambiente degradante e levando-o ao caos.
Quem dirige uma organização
cristã não deve levar os outros a crerem somente pelo falar, pois a teoria
enfraquece os pilares mestres da casa de assistência. A maior força de
resistência espiritual é a vivência dos que orientam as casas do bem
comum.
Se o Evangelho está, nesses lugares, aberto como um convite a
todos para a mudança de vida, os primeiros que devem mudar são os que dirigem.
Lembremo-nos: onde se vê corvos voando, ali emana o mau cheiro. O "Evangelho
Segundo o Espiritismo", de AIlan Kardec, nos apresenta pelo espírito Paulo, uma
frase que nos orienta sempre para a segurança da nossa evolução:
Fora da
caridade não há salvação
A benevolência é um gênio de infinitas
possibilidades de servir, de amar e de perdoar, no conserto de todos os povos e
de cada criatura em particular.
Fala-nos a Boa Nova de Jesus: acende a
tua luz. A luz atrai luz, e as trevas não ficam bem com as claridades do
amor.
Quando nos aproximarmos de um grupo de espíritos encarnados ou
desencarnados em conversação de assuntos inferiores, já sabemos a qualidade de
irmãos que ali se encontram, por afinidade. Esforcemo-nos para dissuadir a nós
mesmos, ampliando o bem e a pureza no pensar e falar porque deste modo
atrairemos para junto de nós almas do mesmo sentimento e seremos felizes com a
felicidade dos que nos cercam.
Livro: Filosofia Espírita VI - João Nunes
Maia - Miramez
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