Questão 229 do Livro dos E spíritos
O QUE
CRIAMOS
A Terra, sendo material visível, palpável, certamente que a ela
se ajusta tudo que se refere à semelhança de sua estrutura. As paixões dos
espíritos se encontram em faixa diferente e elas acompanham, por leis esprituas,
o seu criador. Assim, pode enfraquecer, e mesmo desaparecer, pela vontade
daquele que as alimenta.
Quando a alma parte do mundo físico por justiça
divina e mesmo humana, ela leva consigo as suas paixões, que atravessam com ela
o túmulo sem nenhuma dificuldade, pois isso é uma disposição da alma que, pelo
tempo, deve se educar com os resultados indesejáveis das suas criações
inferiores.
Tudo que criamos afiniza-se a nós e, de certa forma, se encontra
ligado ao criador por fios invisíveis, mas sólidos, de maneira a nos trazer a
paz ou a espada.
Eis porque necessitamos muito do Cristo; Ele é o salvador
incondicional nos nossos caminhos, nunca se esquecendo dos Seus tutelados. Ele
deixou o Evangelho como herança para toda a humanidade, e graças aos céus, ele,
o Evangelho, já se encontra conhecido por todo o mundo. Os seus divinos
preceitos já vibram em mutos corações de boa vontade.
A missão da Doutrina
dos Espíritos é, pois, fazer reviver o Cristo em todos os corações, e deixar que
o Mestre nasça em cada criatura, sob as bênçãos de Deus. As leis naturais nos
provam a verdade; conhecendo que carregamos as nossas mazelas morais e que elas
nos perseguem onde quer que seja, procuremos neutralizar essas forças incômodas,
passando a criar a luz em forma de virtudes, e esse esforço será sempre
abençoado pelos céus na presença dos Anjos de Deus.
Se as paixões nos
acompanham depois da chamada morte do corpo, a inteligência nos diz que devemos
suspendê-las antes que chegue a hora de partir da Terra para o mundo espiritual,
O nosso conselho, de irmão que se encontra do lado oposto do encarnado, é que se
deve começar o esforço de purificação hoje, agora, sem perda de tempo, porque
todo trabalho para melhorar moralmente é assistido pelos benteãores da
esprítualidade maior, quando não enviam companheiros que procuram trabalho no
afã de também se melhorarem, para que nesse serviço de caridade, todos sejam
beneficiados pelo amor.
Devemos nos certificar de que tudo que criamos nos
acompanha onde estagiamos. Se construímos a paz, essa paz faz parte das nossas
atividades, mas se semeamos a maldade nas suas variadas formas, ela nos persegue
em variados matizes, de modo que somente a verdade que se transforma em amor,
pode nos socorrer, limpando a nossa mente e tranqüilizando a consciência pela
vivência dos preceitos de Jesus, que sempre libertam.
A Terra em si nada tem
a ver com as nossas criações; o que é dela, fica nela, o que vibra em outra
dimensão, permanece girando e vivendo sob o comando do criador.
A nossa
felicidade é que o espírito é imortal em todas as suas atividades, e é puro em
todo o seu conteúdo, visto que as mãos de Deus nada fariam impuro e imperfeito.
Somente a verdade domina nossos sentimentos e tem perfeita afinidade com os
nossos corações. Tudo que não afiniza com o amor será, hoje ou amanhã, desfeito
pelas nossas modificações, e a razão esclarecida nos indicará o caminho certo
para encontrarmos o Mestre, que nunca fica separado dos Seus tutelados, porque o
Seu amor ultrapassa todos os obstáculos e vence todas as dificuldades.
Se
vivemos dentro da atmosfera que criamos, e respiramos os próprios pensamentos
onde gravamos nossas idéias, ao conhecermos essa verdade, passamos a modificar a
nossa vida, e o melhor caminho é aquele que conhecemos pelo nome de Jesus
Cristo.
Livro: Filosofia Espírita - V - João Nunes Maia -
Miramez
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