NOVO PENTECOSTE
Inicialmente, devo dizer que a
expressão acima, para designar, na atualidade a multiplicação e a diversidade de
médiuns que vêm surgindo no Espiritismo, não é minha, e sim de Irmão
José.
Sirvo-me dela para responder a você que, naturalmente preocupado com o
aparecimento de tantos médiuns, mormente no campo da literatura espírita, me
escreveu pedindo uma explicação.
Claro que, em torno do assunto, as ilações
doutrinárias poderiam ser muitas, porque a análise de todo e qualquer problema
comporta vários ângulos de visão, sendo que, isoladamente, nenhum deles é capaz
de atinar com a sua causa.
Reflitamos no fenômeno que ocorreu durante a
realização da festa de Pentecoste, quando, segundo “Atos dos Apóstolos”, cerca
de cento e vinte pessoas, ficando cheias do Espírito Santo, entraram a falar em
línguas diferentes, na maior sessão mediúnica de caráter público que se tem
notícia na História.
Zombando deles, dos Doze que se multiplicaram por dez,
alguns chegaram a dizer que estivessem embriagados... Vejamos que, nos dias que
correm, não mudou muito, porque, hoje em dia, em vez de os médiuns serem
rotulados de alcoólatras, eles são chamados de obsidiados!
A questão, porém,
meu amigo, é que, naquela época, com a mediunidade se generalizando tanto, não
havia como, ao mesmo tempo, se mandar cento e vinte médiuns para a cadeia, ou,
então, colocá-los em mordaça, concorda?!
Enquanto, por ordem do Sinédrio, a
soldadesca corresse atrás de uns tantos, até com o objetivo de passá-los pelo
fio da espada, outros tantos continuariam falando o que os doutores da lei não
queriam ouvir...
Penso eu que, no Espiritismo, em relação à multiplicação dos
médiuns e as suas autoridades sinedritas, vem acontecendo agora o mesmo
fenômeno, com a diferença de que os “Doze” não se multiplicaram apenas dez, mas
por mil, ou quiçá por mais alguns zeros acrescentados à unidade!
As
autoridades sinedritas da Doutrina, que querem conservar o controle da
mediunidade, jazem desesperadas – parecendo galinhas tontas a correr atrás de
baratas no galinheiro!
Os médiuns, notadamente os de psicografia, estão
brotando do chão feito tiririca! E, neste exato momento, debaixo da sola dos
sapatos das referidas autoridades, estão germinando médiuns...
Agora, se tem
ou não tem valor o que os desencarnados vêm grafando através deles, isto é outra
história, que, evidentemente, compete a cada um analisar de per si – o certo,
porém, é que ninguém pode pretender cassar o direito de encarnados e
desencarnados de escreverem e publicar o que desejam!
Ora, existem mais
escritores no Mundo Espiritual do que os existem na Terra, sem significar, no
entanto, que todos eles, unicamente porque se sirvam da mediunidade, estejam
compromissados com a Causa Espírita. Este raciocínio também vale para os
médiuns, porque, afinal, a mediunidade não é espírita. Da mesma maneira que não
se pode falar num olho espírita, num ouvido espírita, num nariz espírita,
etecetera, não se pode falar em mediunidade espírita, porque ela não é
patrimônio da Doutrina.
Portanto, meu caro, em relação ao seu questionamento,
a respeito da tiriricagem dos médiuns de uns tempos a esta parte, a única coisa
que eu posso dizer a você é o seguinte: It’s good!...
Veja que escrevi
tiriricagem, e não tietagem, porque, aos médiuns, em qualquer idioma falado,
seja no Velho ou no Novo Pentecoste, tietagem is bad!...
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 14 de outubro de 2013.
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