Maledicência
Quem gosta de caviar?
Bem, a resposta, bem, poucas
pessoas dariam, porque nem sabem o que é caviar ou mesmo sabendo nunca
conseguiram comer caviar. Uns dirão: “isso é coisa de rico”. E é mesmo. Mas o
que eu quero destacar com esta pergunta inusitada? Quero discorrer sobre falar
das coisas que não conhecemos.
Meus queridos irmãos, seria de bom tom se
todos os homens prestassem atenção nas coisas e falassem apenas sobre aquilo que
conhecessem de verdade, o que não conhecessem nem meteriam o nariz. O que vejo,
porém, é gente dando palpite onde não foi chamado ou discorrendo sobre algo – ou
alguém – que possui pouca ou nenhuma informação.
A respeito de fatos o mal é
menor, mas sobre pessoas, isto então toma outro contorno.
Primeiramente, é
preciso que se saiba e pratique que não devemos falar da vida de ninguém,
simplesmente pelo fato de que a vida é do outro, pertence ao outro, o outro é
responsável por ela e mais ninguém. Assim, não meta o seu nariz onde não foi
chamado. Não dê palpites na vida de ninguém porque somente a ela cabe discernir
e escolher o que seja melhor ou não e você nada tem a ver com isso.
Pois bem,
cada um sabe o que lhe toca a alma, o que tem mais afinidade, o que gosta. Cada
um sabe as razões que o fizeram escolher por este ou aquele caminho e ponto
final. O que você tem a ver com isso? Gostaria que alguém entrasse
desavisadamente em sua vida? A resposta é certamente que não, portanto, cuide de
si.
Há, entretanto, aqueles que vivem a vida a querer avaliar a vida dos
outros. É um costume que não passa. É uma mania que não cessa. Não param de
querer saber o que acontece com o outro e, principalmente, dar a sua nota.
Na
verdade, estas pessoas mal conseguem dar conta de suas próprias vidas,
esquecem-se do que é prioritário fazer em si mesmas, e buscam o outro, na
prática, para fugirem de suas responsabilidades maiores na vida. Sim, porque
alguém que se preocupe com a vida do outro vai lhe faltar tempo para cuidar da
própria vida.
Este hábito que infelizmente se tornou comum é anticristão. Já
viram Jesus falando da vida dos outros? Jamais. Ele sabia que cada um deve
cuidar do seu próprio fardo e que seria falta de respeito, a menos que fosse
consultado, dizer algo sobre aquela pessoa. Isto, porém, nos dias de hoje se
tornou natural, bastante natural.
Jesus dava exemplos de preocupação com o
outro para ajudar. Estava à disposição de quem o procurasse para fazer-lhe algo
de bom e esta é a postura que se imagina do bom cristão: estar de prontidão para
fazer o bem. Só isso.
Meus amigos, cuidem, portanto, das suas vidas. Toquem
as suas vidas e nada mais. Não faça parte dos bisbilhoteiros, dos fofoqueiros,
dos maledicentes. Quem procura falar de alguém, exatamente porque não conhece as
razões profundas da decisão tomada, há de entender mal e naturalmente tecer
comentários maldosos porque equivocados.
Fique com Deus!
Helder Camara
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