DIVÓRCIO E LAR
Indubitavelmente o divórcio é
compreensível e humano, sempre que o casal se encontre à beira da loucura ou da
delinqüência.
Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da segregação
no cárcere ou no sanatório especializado em terapias da mente, através de
irreflexões com que assinala a própria insegurança, é imperioso se lhe estenda
recurso adequado ao reequilíbrio.
Feita a ressalva, e atentos que devemos
estar aos princípios de causa e efeito que nos orientam nas engrenagens da vida,
é razoável se peça aos cônjuges o máximo esforço para que não venham a
interromper os compromissos a que se confiaram no tempo. Para que se atenda a
isso é justo anotar que, muitas vezes, o matrimônio, à feição de organismo vivo
e atuante, adoece por desídia de uma das partes. Dois seres, em se unindo no
casamento, não estão unicamente chamados ao rendimento possível da família
humana e ao progresso das boas obras a que se dediquem, mas também e
principalmente - e muito principalmente - ao amparo mútuo.
Considerado o
problema na formulação exata, que dizer do homem que, a pretexto de negócio e
administração, lutas e questões de natureza superficial, deixasse a mulher sem o
apoio afetivo em que se comprometeu com ela ao buscá-la, a fim de que lhe
compartilhasse a existência?. E que pensar da mulher que, sob a desculpa de
obrigações religiosas e encargos sociais, votos de amparo a causas públicas e
contrariedades da parentela, recusasse o apoio sentimental que deve ao
companheiro, desde que se decidiu a partilhar-lhe o caminho?.
Dois
corações que se entregam um ao outro, desde que se fundem nas mesmas promessas e
realizações recíprocas, passam a responder, de maneira profunda, aos impositivos
de causa e efeito, dos quais não podem efetivamente escapar.
Todos
sabemos que no equilíbrio emocional, entre os parceiros que se responsabilizam
pela organização doméstica, depende invariavelmente a felicidade caseira.
Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente impelidos, no intercâmbio
com os amigos encarnados na Terra, acerca do relacionamento de que carecemos na
sustentação da tranqüilidade de uns para com os outros, divórcio e lar
constituem temas que não nos será lícito esquecer.
*
Se te encontras
nas ondas pesadas da desarmonia conjugal, evoluindo para o divórcio ou qualquer
outra espécie de separação, não menosprezes buscar alguma ilha de silêncio a fim
de pensar.
Considera as próprias atitudes e, através de criterioso
auto-exame, indague por teu próprio comportamento na área afetiva em que te
comprometeste, na garantia da paz e da segurança emotiva da companheira ou do
companheiro que elegeste para a jornada humana. E talvez descubras que a causa
das perturbações existentes reside em ti mesmo. Feito isso, se trazes a
consciência vinculada ao dever, acabarás doando ao coração que espera por teu
apoio, a fim de trabalhar e ser feliz, a quota de assistência que se lhe faz
naturalmente devida em matéria de alegria e tranqüilidade, amor e
compreensão.
Na Era do Espírito - Francisco C. Xavier - Emmanuel
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