A PATERNIDADE E A MISSÃO
LEOPOLDO MACHADO
“ Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento
de árvores que envelheceram tortas.
As escoras só asseguram o
crescimento correto de plantas novas, evitando que seus caules se
desviem do rumo certo.
Assim ocorre também com os seres
humanos. Depois que as pessoas consolidam tendências e as transformam
em viciações, (....) tudo fica muito difícil de ser corrigido.”
É preciso que cuidemos da criança e do jovem, plantas em processo de
crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior.
No jovem, ainda é possível corrigir e compensar falhas e deficiências
da infância, mas no adulto a tarefa de remodelação é normalmente
muito difícil.”
Os homens esquecidos de ontem vestidos nas
crianças de hoje esperam dos pais de agora o Amor negado
outrora.
A PATERNIDADE E A MISSÃO
Na pergunta 582
do Livro dos Espíritos Allan Kardec faz o seguinte questionamento:
“Pode-se considerar a paternidade como uma missão? E a resposta foi
decisiva: “Sem dúvida, é uma missão. É um dever que implica sua
responsabilidade.”
Em Êxodo cap. XX, versículos 5 e 6
encontramos o seguinte texto, com mais de 5000 anos chamado-nos a
atenção para a responsabilidade da paternidade e sua importância
perante Deus.
(....) Sou Deus zeloso, que puno a iniqüidade (erro,
desobediência) dos pais nos filhos, na terceira e quarta gerações
(....). Ora, a primeira geração é a nossa, a segunda dos nossos
filhos, a terceira dos nossos netos e a quarta dos nossos bisnetos.
À luz da lei da reencarnação nós poderemos estar respondendo pelos
nossos erros e omissões na condição de neto ou bisneto, quando
receberemos de nós mesmos a educação que passamos para os nossos
filhos que deveriam ter repassado para seus filhos... quando colhemos
exatamente aquilo que semeamos.
Deus põe a criança sob a
tutela (cuidados, proteção) dos pais para que estes a dirijam-na no
caminho do bem, e lhes facilitou a tarefa, dando à criança uma
organização moldável e delicada, que a torna acessível a todas as
impressões.
Mas há os pais que mais se ocupam de endireitar
as árvores do pomar e faze-las carregar de bons frutos, do que de
endireitar o caráter (as más tendências) do filho.
Se este
sucumbir por sua culpa, terão de sofrer a pena, e os sofrimentos da
criança na vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o que
lhes competia fazer para o seu adiantamento no caminho do bem.
Na pergunta 379 do Livro dos Espíritos temos que o Espírito que
habita um corpo infantil é um espírito milenar. Muita vez mais
evoluído que nós.
Já na questão 380 do Livro dos Espíritos
dizem os Espíritos Superiores que no período infantil os órgãos da
inteligência não estão desenvolvidos, isso causa na criança grande
perturbação que acaba na fase adulta. Que a fase infantil é uma
necessidade imposta pela Lei Natural quando o Espírito milenar tem
ainda um período de repouso.
Na pergunta 383 do Livro dos
Espírito eles falam da utilidade e necessidade do Espírito passar pela
infância. Nessa fase, os espíritos são mais dóceis e aceitam com
facilidade a educação dos pais ou responsáveis.
Contudo, na
indagação 385 do Livro dos Espíritos advertem que na adolescência, o
espírito assume seu caráter e sua natureza real, mostrando-se tal qual
era. Dizem os Espíritos: Não conheceis o mistério que as crianças
ocultam em sua inocência; não sabeis o que elas são, nem o que
foram, nem o que serão;
Diante de tanta complexidade, os pais
e a Escola de Evangelização infanto-juvenil resolveram enfrentar estes
desafios, dando-se às mãos, para juntos e entrelaçados buscarem as
melhores soluções no campo da educação integral dos nossos
sentimentos.