Comentários sobre a Questão 546 do Livro dos Espirtos
O Espírito
que lutou como encarnado na guerra, ao desencarnar durante a batalha, fica mais
ou menos atordoado, de acordo com a sua evolução espiritual. O fragor da
batalha lhe toma os sentidos e o prende à luta, levando-o a se demorar naquele
ambiente o quanto a sua evolução o permitir.
É o
sofrimento que o irá tirando da ignorância, levando-o à procura da paz. A alma
precisa de tempo para o seu aprendizado espiritual. Não podemos dizer o
procedimento dos Espíritos, generalizando suas idéias depois das batalhas,
porque cada um é diferente na maneira de proceder. Os processos de educação das
criaturas são diversos, na diversidade da própria natureza.
A
ignorância, movida pelo instinto, nos traz violência. A violência é estado
natural do homem ou do Espírito primitivo, e todos passam por esse estado
ligado à ignorância. É muito grande o trabalho dos benfeitores espirituais em
uma guerra. Eles redobram seus esforços para socorrer a todos, dando a cada um
segundo suas necessidades espirituais.
Convém a
todos que já entendem essa operação benfeitora ajudar pela oração os Espíritos
evangélicos que socorrem os desencarnados nas guerras e nas catástrofes, o que
ocorre quase todos os dias no mundo. As mortes violentas atordoam as almas que
assim desencarnam, e as mãos benfeitoras as assistem pela força do amor e da
renúncia em favor de todas essas criaturas de Deus. Existem muitas delas que
julgam não estarem mortas, por desencarnar sob influência do ódio. Oremos
juntos, para que no amanhã o homem não desperdice mais o tempo com lutas,
intrigas e discórdia encarniçada.
O trabalho
do Cristo é maravilhoso, por ser de educação da humanidade. Ele delegou forças
aos Seus discípulos de todos os tempos para continuarem essa operação divina de
instruir os seres humanos na ciência do amor, transformando os dez mandamentos
em apenas dois, que têm a força de fazer desaparecer as guerras fratricidas, as
injúrias, a maledicência e todas as espécies de crimes.
Muitos
Espíritos, ao desencarnarem em plena batalha, passam a não se interessar mais
pela guerra, por sentirem que ela é inútil para eles, sendo, então, recolhidos
por mãos generosas às casas de recuperação espiritual. Outros ficam envolvidos
nas batalhas cada vez mais, sofrendo todas as conseqüências que advêm da
brutalidade que nasce da ignorância.
É bom que
compreendamos que guerra não é somente de irmãos que matam irmãos; ela existe
em muitas dimensões, como as lutas motivadas pela ignorância, em que o orgulho
toma a dianteira, aquelas em que o egoísmo inspira a vaidade sem comedimento,
as lutas internas que sempre travamos, para construir e destruir...
Devemos
sempre lembrar Jesus, na Sua fala divina, para recompor as forças da alma nos
seus devidos lugares. Muitas vezes os que lutam em uma guerra pensam que estão
iluminados em defender suas pátrias, que a honra é um dever que devem cumprir.
Recordemos o Mestre:
Vê, pois, que a luz que há em ti não seja treva.
(Lucas, 11:35)
Existem
muitas ações humanas que nasceram das trevas, por faltar conhecimento das leis
universais, onde se apóiam o amor e a justiça de Deus.
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