Eu que fiz tanto pela
monarquia, hoje vejo apodrecer o regime dos republicanos. Esta famigerada
política brasileira fede, meus senhores. Já chegamos ao cume das
bestilialidades como nunca antes na história de nosso País.
Vejo homens honrados dizendo
que não tem mais jeito. Uma desesperança cobre as mentes dos cidadãos
engajados. Quanta miséria moral! Quanta podridão de homens que se mostram como
arautos da moralidade! Que decepção!
Os homens públicos desse
País, uma boa parte, há muito perderam a vergonha. Estão por aí a distribuir
proventos dos outros. Estão por aí vendendo um pedaço do País por
quinquilharia. Estão por aí, posando de bons moços, mas continuando a falcatrua
de antes e sempre.
O povo já pede basta há muito
tempo. O que querem os políticos tradicionais, uma guerra civil? Desejam que o
povo invada o congresso nacional, destitua-os, e fazendo valer a vontade
popular, qual revolução francesa, afincar novos princípios de convivência
política a partir de valores nobres?
Políticos desta laia, bando de
hipócritas, têm medo terrível de povo. Somente gostam de povo para ser a sua
massa de manobra ou para legitimar os seus interesses particulares.
O povo brasileiro não é afeto
à violência, mas os políticos da hora estão incitando toda a gente a rebelar-se
contra eles.
Há um despautério atrás de
outro. Ora, subtraem direitos gerais para, em seguida, desejarem se locupletar
no poder. Víboras, sepulcros caiados – afirmaria certamente Jesus que jamais se
apiedou das línguas ferinas e dos hipócritas de plantão.
O que querem eles, uma nova
revolução?
O povo aturdido pede até a
militarização. Vejam só! A desculpa para tirar corruptos sanguessugas chega a
tal ponto: querer a ditadura fardada. Profunda decepção e desespero.
Olha para um lado, olha para
outro, e não vê ninguém que os possa defender. Por falta de opção, rejeitam a
todos, e buscam insanamente o caudilho de plantão.
Meu Deus, para onde vai o
nosso Brasil?
Eu quero dizer que estamos
agitados do lado de cá da vida. Os “almas negras” perturbam a turba inconsequente.
Os agitadores ganham eco na multidão para produzir os alarmes de confusão. Tudo
porque, pacificamente, não se quer implantar as mudanças inadiáveis no nosso
País.
Eu vejo um “rebuliço” em
profusão. E isto não é bom. Os arruaceiros estão a postos. Ninguém duvide não.
Penso que é hora de não usar
mais de meias palavras. A parte elegante de meu discurso não pode se fazer
valer de uma realidade gritante e cruel, onde a desfaçatez ganha todos os
espaços na corte.
Eu penso que revolta não é o
meio de expressão popular, mas o que estão deixando para o povo senão fazer
ecoar a sua desilusão.
Brincam de governar e
continuam a replicar os mesmos versos de outrora. Um discurso medido e
planejado para os momentos de crise.
Corte-se isso, corte-se
aquilo para uma gente que não tem mais o que cortar há muito tempo. Enquanto
eles, os donos do poder, brilham em carrões importados e com maletas estofadas
de dinheiro sujo.
O que querem senhores senão a
revolta popular?
Depois não digam que os céus
não avisaram.
Os meus no lado de cá
trabalham sem cessar. Estamos no meio do Congresso Nacional na tentativa de
dispersar pensamentos e impulsos vãos. Estamos na catedral do poder maior do
País tentando desvirtuar as elucubrações de manutenção indigesta do poder.
Estamos nas mãos dos juízes patriotas para que eles não tombem à pressão.
Ulysses Guimaraes, Quintino
Bocaiuva, Prudente de Morais, Campos Sales, Mario Covas, Tancredo Neves,
Getúlio Vargas e tantos outros se dividem em frentes de trabalho, cada um a seu
modo e talento, para evitar o mal maior.
Estamos na luta, não iremos
desanimar.
Estamos no front, não
deixaremos de lutar.
Estamos unidos para o bem
triunfar.
Junte-se a nós em preces e
ações de paz e cidadania. Faça valer o seu voto com honraria. Escolha os
melhores, investigue e publique as suas opiniões. A mídia social pode ser
excelente instrumento de redenção de nosso País ou se tornar um barril de
pólvora a se detonar nas próximas eleições. Aja com prudência e destemor. Não
fique de braços cruzados, há muito em jogo para a paz de nosso País.
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
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