27.8.17

SEM VERGONHA

Eu que fiz tanto pela monarquia, hoje vejo apodrecer o regime dos republicanos. Esta famigerada política brasileira fede, meus senhores. Já chegamos ao cume das bestilialidades como nunca antes na história de nosso País.
Vejo homens honrados dizendo que não tem mais jeito. Uma desesperança cobre as mentes dos cidadãos engajados. Quanta miséria moral! Quanta podridão de homens que se mostram como arautos da moralidade! Que decepção!
Os homens públicos desse País, uma boa parte, há muito perderam a vergonha. Estão por aí a distribuir proventos dos outros. Estão por aí vendendo um pedaço do País por quinquilharia. Estão por aí, posando de bons moços, mas continuando a falcatrua de antes e sempre.
O povo já pede basta há muito tempo. O que querem os políticos tradicionais, uma guerra civil? Desejam que o povo invada o congresso nacional, destitua-os, e fazendo valer a vontade popular, qual revolução francesa, afincar novos princípios de convivência política a partir de valores nobres?
Políticos desta laia, bando de hipócritas, têm medo terrível de povo. Somente gostam de povo para ser a sua massa de manobra ou para legitimar os seus interesses particulares.
O povo brasileiro não é afeto à violência, mas os políticos da hora estão incitando toda a gente a rebelar-se contra eles.
Há um despautério atrás de outro. Ora, subtraem direitos gerais para, em seguida, desejarem se locupletar no poder. Víboras, sepulcros caiados – afirmaria certamente Jesus que jamais se apiedou das línguas ferinas e dos hipócritas de plantão.
O que querem eles, uma nova revolução?
O povo aturdido pede até a militarização. Vejam só! A desculpa para tirar corruptos sanguessugas chega a tal ponto: querer a ditadura fardada. Profunda decepção e desespero.
Olha para um lado, olha para outro, e não vê ninguém que os possa defender. Por falta de opção, rejeitam a todos, e buscam insanamente o caudilho de plantão.
Meu Deus, para onde vai o nosso Brasil?
Eu quero dizer que estamos agitados do lado de cá da vida. Os “almas negras” perturbam a turba inconsequente. Os agitadores ganham eco na multidão para produzir os alarmes de confusão. Tudo porque, pacificamente, não se quer implantar as mudanças inadiáveis no nosso País.
Eu vejo um “rebuliço” em profusão. E isto não é bom. Os arruaceiros estão a postos. Ninguém duvide não.
Penso que é hora de não usar mais de meias palavras. A parte elegante de meu discurso não pode se fazer valer de uma realidade gritante e cruel, onde a desfaçatez ganha todos os espaços na corte.
Eu penso que revolta não é o meio de expressão popular, mas o que estão deixando para o povo senão fazer ecoar a sua desilusão.
Brincam de governar e continuam a replicar os mesmos versos de outrora. Um discurso medido e planejado para os momentos de crise.
Corte-se isso, corte-se aquilo para uma gente que não tem mais o que cortar há muito tempo. Enquanto eles, os donos do poder, brilham em carrões importados e com maletas estofadas de dinheiro sujo.
O que querem senhores senão a revolta popular?
Depois não digam que os céus não avisaram.
Os meus no lado de cá trabalham sem cessar. Estamos no meio do Congresso Nacional na tentativa de dispersar pensamentos e impulsos vãos. Estamos na catedral do poder maior do País tentando desvirtuar as elucubrações de manutenção indigesta do poder. Estamos nas mãos dos juízes patriotas para que eles não tombem à pressão.
Ulysses Guimaraes, Quintino Bocaiuva, Prudente de Morais, Campos Sales, Mario Covas, Tancredo Neves, Getúlio Vargas e tantos outros se dividem em frentes de trabalho, cada um a seu modo e talento, para evitar o mal maior.
Estamos na luta, não iremos desanimar.
Estamos no front, não deixaremos de lutar.
Estamos unidos para o bem triunfar.
Junte-se a nós em preces e ações de paz e cidadania. Faça valer o seu voto com honraria. Escolha os melhores, investigue e publique as suas opiniões. A mídia social pode ser excelente instrumento de redenção de nosso País ou se tornar um barril de pólvora a se detonar nas próximas eleições. Aja com prudência e destemor. Não fique de braços cruzados, há muito em jogo para a paz de nosso País.


Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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